ATPS Fundamentos Histórico E Teórico, Metodológicos Do Serviço Social II

UNIVERSIDADE ANHANGUERA POLO PROMISSÃO

FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E TEÓRICO-METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL II

SERVIÇO SOCIAL- 3° SEMESTRE

ANA GABRIELLA DIAS IGLÉSIAS MARTINS RA 370493

CRISTIANE DOS SANTOS SERAFIM RA 367271

MARIA LÚCIA P. DIAS RA 370698

TATIANE CARREIRO MONTEIRO RA 367480

PROF. MA. LAURA SANTOS

PROMISSÃO, 21 DE ABRIL DE 2013

 

INTRODUÇÃO

O Serviço Social é uma profissão cujo processo de construção não aconteceu de forma contínua e linear, da sua gênese à sua trajetória sócio histórico possuem características complexas, que nem sempre são compreendidas pela sociedade e até mesmo dentro da própria categoria há apreensões divergentes quanto ao seu processo de transformação e atuação profissional.

Neste trabalho pretendemos entender como uma profissão que surge no seio da Igreja Católica, que teve sua base teórica nos conceitos morais, em meio à conjuntura sócia histórica e contexto institucional, tem hoje em sua fundamentação teórica e pratica o método dialético de Karl Marx.

Para entendermos todo esse processo de renovação critica do Serviço Social se faz necessário pontuarmos a denuncia do conservadorismo profissional, iniciada na década de 1960 e desenvolvida nas décadas de 1970 a 1980, sob a influencia do Movimento de Reconceituação do Serviço Social Latino Americano e da Ditadura Militar contextualizando a conjuntura histórica da época no mundo e principalmente na América Latina.

ENTENDENDO O MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO E AS TRANSFORMAÇÕES OCORRIDAS NA ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL.

A década de 60 foi marcada por uma crise dos padrões capitalistas, durante o governo de JK, crise essa marcada pela internacionalização econômica e pelo fortalecimento do setor privado e do capital internacional.

Nesse período a profissão do Serviço Social se afirma no Brasil, voltada aos interesses da classe burguesa e com o apoio da igreja católica, exercendo um trabalho assistencialista que dava um ar de amparo às classes menos favorecidas, levando o profissional ao estigma de caridade.

Entre 1964 e 1985 o Brasil esteve sobre o regime militar, época marcante para o Serviço Social em perspectivas e possibilidades. O regime militar pode ser comparado com o regime totalitário que ocorreu na Alemanha, marcado pela falta de democracia, censura, suspensão dos direitos constitucionais, perseguições e repressões políticas, a todos que se mostrassem contra a ditadura.

Em meio a tudo isso, surge o Movimento de Reconceituação do Serviço Social.

No ano de 1964 quando o então presidente João Goulart, demonstrou traços socialistas, chamou a atenção dos conservadores capitalistas que providenciaram a sua derrubada, acontecendo, o golpe militar e o início da ditadura no Brasil, com suas torturas, assassinatos, prisões, entre muitas outras violações dos direitos humanos.

Nesse período, vários militares passaram pelo poder entre eles os generais: Castelo Branco, Arthur da Costa e Silva, Emílio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Batista Figueiredo.

O governo Médici ficou conhecido como “Anos de chumbo” e foi marcado pelo milagre econômico trazido pelos projetos financiados pelo capital estrangeiro. Houve um grande crescimento industrial, aumento das exportações industriais e de produtos agrícolas, mas na contramão os baixos salários, as péssimas condições dadas aos trabalhadores, fizeram crescer a mortalidade infantil e a miséria.

O fim do tal milagre ocorreu em 1973 quando por motivos internos e externos o sistema deu sinais de esgotamento, quando as classes altas já não conseguiam adquirir a produção e as classes baixas não detinham condições para isso e como quase 80 % do petróleo utilizado no país era importado, o aumento do preço do barril fez com que as exportações caíssem pela metade.

Médici encerra seu governo com um saldo devedor triplicado da dívida externa e com a condição de 10º potencia capitalista do mundo, antagonicamente ocupava os últimos lugares em relação à qualidade de vida da população, onde faltava o básico em se tratando de saúde, educação e lazer.

Logo após Médici vieram Geisel que deu início a abertura politica e depois João Batista Figueiredo que decretou a lei da Anistia e a redemocratização.

Foi bem nesse período que se deu o início do Movimento de Reconceituação do Serviço Social, levado pela insatisfação dos profissionais pelas suas limitações técno-instrumentais e político-ideológico.

Tal movimento se deu como uma denúncia de auto-crítica e questionamentos, que buscavam a construção de um Serviço Social Latino Americano que se fundasse na criação de novas formas de sociabilidade a partir do protagonismo dos sujeitos coletivos.

Após o golpe militar de 1964 o espaço de atuação do Assitente Social se limitava a execução de políticas sociais e programas de desenvolvimento da comunidade eliminando a resistência cultural que ameaçasse o crescimento econômico, tornando a política social uma ferramenta para minimizar as consequências do capitalismo monopolista pela exploração da força de trabalho.

O I Seminário Regional Latino Americano de Serviço Social foi o marco inicial para o movimento de Reconceituação do Serviço Social no continente e em seguida a Renovação do Serviço Social norteado por três partes: perspectiva modernizadora, perspectiva de reatualização do conservadorismo e perspectiva de ruptura. A partir daí se dá a busca por um novo perfil profissional, de uma nova identidade com as classes trabalhadoras a nível micro, macro e com participação em equipes inter-profissionais.

Outros Seminários de suma importância que trataram da teorização do Serviço Social se deram em seguida como o de Araxá (1967) que tratou da teorização, o de Teresópolis (1970) que tratou da metodologia, o de Sumaré (1978) e o do Alto da Boa Vista que trataram da cientificidade, os documentos resultantes desses seminários são considerados marcos históricos.

A descoberta do Marxismo pelo Serviço Social contribuiu para o processo de ruptura com o Serviço Social tradicional, levando a uma conscientização