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Por:   •  18/3/2015  •  1.539 Palavras (7 Páginas)  •  102 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

Este pré-projeto de pesquisa tem como tema a incidência de câncer de colo de útero no Estado de Mato Grosso, objetivando identificar e analisar os dados disponíveis relativos à última década.

O colo do útero, também denominado cérvice, está localizado na pelve, sendo, portando, parte do sistema reprodutivo feminino. Desse modo, as enfermidades que se desenvolvem na cérvice estão, muitas vezes, associadas às relações sexuais e à ausência dos cuidados e exames periódicos recomendados a todas as mulheres, especialmente em idade adulta e com vida sexual ativa.

De acordo com Instituto Nacional do Câncer (INCA), em publicação informativa na Revista Brasileira de Cancerologia, a origem do câncer do colo do útero provém tanto do epitélio escamoso da ectocérvice, como do epitélio escamoso colunar do canal cervical, sendo que 90% dos casos se referem ao carcinoma epidermóide e 10%, ao adenocarcinoma, havendo, ainda, tipos histopatológicos de menor frequência: o adenoescamoso, de células linfocitóides, os sarcomas e os linfomas (INCA, 2000).

Antes do estágio de malignidade do câncer cervical desenvolve-se um tumor, localizado no fundo da vagina, apresentando lesões ou alterações anormais no colo do útero que não evoluem se convenientemente tratadas (INCA, 2014).

O câncer de colo de útero (CCU) apresenta maior incidência em mulheres a partir da idade adulta. Caso não seja tratado adequadamente e em tempo oportuno, o processo de evolução da enfermidade pode desenvolver-se durante anos, em quatro graus diferentes do estágio de pré-malignidade, na fase designada de neoplasia intraepitelial cervical (NIC).

Os estudos mostram que o CCU tem como agente principal o papilomavírus humano (HPV), infecção sexualmente transmissível (IST) que pode atingir os homens e gerar o câncer de pênis. Assim, dentre fatores de risco estão aqueles associados à HPV, os carcinomas epidemoides e os adenocarcinomas, sendo os primeiros mais frequentes; a atividade sexual precoce; a multiplicidade ou promiscuidade dos parceiros sexuais; e outros como a imunidade baixa, o tabagismo e a higiene inadequada.

Segundo o Ministério da Saúde, há relativa facilidade para o tratamento do papilomavírus, de modo que a evitar a progressão da enfermidade e eliminar a probabilidade de atingir o estágio canceroso.

Uma dificuldade de detecção da enfermidade é o fato de que o CCU não apresenta sintomas iniciais. Somente nos estágios mais avançados é que surgem sangramentos excessivos durante a menstruação ou durante as relações sexuais, após os exames ginecológicos ou na fase da menopausa, bem como secreções vaginais ou dores na região da pelve. E, nesses casos, os sintomas podem ou não estar associados ao câncer, sendo necessários exames clínicos para investigação diagnóstica: os exames preventivos ginecológicos, os específicos das células para análise do colo do útero e a biópsia.

De acordo com a Internacional Agency for Research of Cancer, setor da Organização Mundial de Saúde (OMS),

“As mulheres com neoplasia invasiva do colo uterino com frequência apresentam um ou mais dos seguintes sintomas: hemorragia intermenstrual, hemorragia pós-coito, fluxos menstruais mais intensos, corrimento seroso purulento excessivo, corrimento de odor fétido, cistite recorrente, urgência miccional e aumento da frequência urinária, dor nas costas e dor abdominal no quadrante inferior. Em estádios avançados, as pacientes podem apresentar falta de ar devido à anemia grave, uropatia obstrutiva, edema de membros inferiores, hematúria, obstrução intestinal e caquexia” (OMS, s.d.)

Somente após a detecção pelo exame histopatológico é que se procede à classificação do tipo de câncer, sendo que a maior incidência de CCU é de carcinoma epidermoide.

Portanto, antes do início de qualquer tipo de intervenção medicamentosa é necessário o diagnóstico, o que pressupõe a anamnese e identificação dos fatores de risco preponderantes, o exame físico e especular, citologia oncótica, colposcopia e biópsia e laudos, para que se tenha dimensão da lesão e sua extensão, definindo tratar-se de lesão invasiva, microinvasiva (5 mm a 7 mm) ou não invasiva.

Segundo os dados divulgados por pesquisas da área de cancerologia, o câncer e colo de útero, ou câncer cervical, corresponde a 15% dos casos de câncer em mulheres, em escala mundial, sendo o segundo tipo mais comum de câncer que atinge o sexo feminino, com cerca de 500 mil novos casos anuais e óbito de 230 mil mulheres, aproximadamente.

A OMS aponta que nos países subdesenvolvidos, ou em vias de desenvolvimento, esta patologia é a principal causa de morte por câncer, correspondendo a 85% dos óbitos. E quando não identificada precocemente a enfermidade ocorrem desdobramentos severos:

“Com um maior avanço da invasão, a neoplasia pode ocupar a vagina, paramétrio, parede lateral pélvica, bexiga e reto. A compressão do uréter devido à doença local avançada causa obstrução ureteral com hidronefrose resultante (aumento do volume renal) e, por fim, insuficiência renal. Metástases regionais a gânglios linfáticos ocorrem junto com a invasão local. A neoplasia metastásica em nódulos paraaórticos pode se estender através da cápsula do nódulo e invadir diretamente as vértebras e raízes nervosas. A invasão direta de ramos das raízes do nervo ciático causa dor nas costas e a compressão de veias da parede pélvica e do sistema linfático causa edema dos membros inferiores. A disseminação hematogênica às vértebras lombares e músculo psoas pode ocorrer sem doença ganglionar. Metástases à distância ocorrem ao final da doença e em geral acometem nódulos paraaórticos, pulmões, fígado, ossos e outras estruturas” (OMS, s.d.).

Pesquisa realizada por Freitas et al. aponta que o panorama de gravidade se confirma no Brasil, registrando, em 2012, mais de 17.500 novo casos, com um risco de 17,49 casos a cada 100 mil mulheres. De acordo com os pesquisadores,

“O câncer do colo do útero apresenta incidência cerca de duas vezes maior em países menos desenvolvidos quando comparada aos países mais desenvolvidos. Sua incidência concentra-se na faixa etária de 25 a 59 anos. Contudo, o risco aumenta significativamente na faixa etária de 45 a 49 anos. Ao mesmo tempo, esse tipo de câncer apresenta grande potencial para a prevenção e cura quando diagnosticado precocemente” (FREITAS et al., 2012, p. 400).

Para o ano de 2014, a estimativa de incidência de câncer no Brasil, publicada pelo Instituto Nacional do Câncer, apresentou os seguintes dados gerais:

“Sem considerar os tumores de

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