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Por:   •  21/10/2013  •  4.316 Palavras (18 Páginas)  •  230 Visualizações

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A CRIANÇA COM DISTÚRBIOS ESCOLARES: ASPECTOS NEUROLÓGICOS

Inicialmente gostaria de agradecer o convite para participar deste Evento. Vou discutir aspectos das dificuldades do aprendizado escolar e, de forma mais particular, às condições neurológicas que podem estar presentes em crianças que chegam ao consultório do médico com essa queixa.

Vale à pena iniciar esta apresentação discutindo alguns dados que podem nos mostrar qual a extensão e, por consequência a importância do assunto a ser abordado e temos, desde logo levar ,em conta que uma dificuldade que se nos coloca, de início, é que não há critérios consensuais empregados pelos vários autores que tem definido as crianças portadoras de dificuldades escolares. Esta é uma das razões principais pela qual encontraremos dados estatísticos muito discrepantes na literaptura pertinente.

Os dados de que dispomos podem dar, inclusive, uma idéia errônea de que estamos, em nosso país evoluindo para uma situação muito boa no que se refere à escolaridade de nossas crianças. Assim é que, por dados oficiais, tinhamos em 1950 cerca de metade da população alfabetizada enquanto que em 1990 esta cifra chegaria a quase 90%. No estado de Sào Paulo, indivíduos considerados analfabetos, em 1950, constituiam 35,5% da população contra 10,3% em 1988. Claro está que quando se diz que estes índices referem-se a indivíviduos alfabetizados não estamos, necessáriamente, frente a indivíduos que estejam completamenmte alfabetizados no sentido de serem capazes do uso pleno da comunicação verbal e escrita e possívelmente, boa parte destes indivíduos apresenta um conhecimento mínimo da escrita e leitura. Este problema tem sido detectado também em outros países sendo que há pouco foram publicados trabalhos mostrando que nos Estados Unidos da América do Norte, aproximadamente 50% da população adulta alfabetizada não consegue interpretar textos com conteúdo bastante simples. Portanto, quando frente a estatísticas referentes à alfabetização em nosso pais ,parece que temos que considerar que possívelmente mais pessoas tiveram acesso à alfabetização mas nem todas estão plenamente capacitadas. No Estado de São Paulo, ainda de acordo com dados oficiais, as matrículas no primeiro grau aumentaram de 1980 para 1987, da mesma forma que o número de crianças que frequentaram as pré-escolas da rede pública, Ã primeira vista estes dados dão a impressão de fizemos grandes progressos nas últimas décadas em termos de educação quando sabemos que o que tem acontecido é exatamente o contrário uma vez que, de modo geral, a qualidade da educação e saúde em nosso pais deteriorou-se de forma muito evidente nos últimos anos.

De acordo com os critérios utilizados pelos diferentes autores, encontraremos na literatura mundial e nacional dados que estimam que, entre as crianças que frequentam a Escola 3.5%-5% a 15%-25% apresentariam dificuldades em acompanhar o curriculo exigido.A equipe técnica de eterminada escola de São Paulo tem afirmado que tem, entre seus alunos, cerca de 20% de disléxicos e é evidente que a única forma de aceitarmos este dado como correto seria imaginarmos que esta escola se utiliza de um critério extremamente abrangente de dislexia ou então, que há um complô no sentido de que todos os disléxicos de São Paulo procuram esta escola para estudar.

Dados do Município de São paulo referentes ao período de 1963 até 1974 mostram que a taxa de repetência+evasão (sendo a primeira bem mais numerosa) da primeira para a segunda série do primeiro grau é da ordem de 50%. Há evidências, inclusive, de que esta proporção tem que se manter pois não haveria, à curto prazo, vagas suficientes para absorver nas séries superiores número muito maior ao que é atualmente aceito. Sabemos, também, que de cada 1000 crianças que conseguem entrar na primeira série do primeiro gráu não mais de 70 chegam à Universidade. Teríamos ainda de considerar que um número significativo de crianças sequer tem acesso às escolas. Creio que por estes dados já se pode ter uma idéia bastante clara da extensão e importância do tema que está sendo discutiddo neste evento. Ainda dados do Município de São Paulo, dizem respeito ao percentual de indivíduos que frequentam a série correspondente à sua idade cronológica. Por volta dos sete anos, cerca de 70% das crianças estariam em classes adequadas à sua idade cronológica . Já aos 17 anos não mais do que 5% estariam, mostrando que à medida que os anos vão passando a defasagem academica entre os indivíduos que conseguem manter-se dentro do sistema educacional vai aumentando. É claro que este problemas acabam repercutindo no cenário que podemos observar em séries mais avançadas e nos exames vestibulares.No vestibular do Curso de Pedagogia da UNICAMP (São Paulo) em 1988, que ofereceu 90 vagas sómente onze vagas foram preenchidas poisa maioria dos estudantes não conseguiu alcançar as notas mínimas para a aprovação.

Quando discutimos problemas referntes à crianças que apresentam dificuldades escolares temos que nos lembrar que não estaremos discutino um grupo homogêneo de indivíduos de tal forma que afirmações do tipo “eu trato de crianças com dificuldades escolares desta forma”ou “tenho tido bons resultados com esta ou aquela técnica”devem ser encaradas com cuidado. Na verdade, sob o rótulo de “crianças com dificuldades escolares”podemos estar frente a problemas muito diversos e quando não fazemos um diagnóstico diferencial cuidadoso corremos o risco de tratar de consequências ou de aspectos periféricos e não da causa básica, primária ,das dificuldades. Desta forma gostaria que ficasse clara esta posição qual seja a de que o primeiro passo e, talvez o mais importante frente à criança que está fracassando na escola seja o de se tentar, na medida das nossas possibilidades, idenficar a causa básica das dificuldades.

Podemos listar, para incio, algumas das razões, frequentes, pelas quais uma determinada criança pode ir mal na escola. O prejuizo intelectual é, óbviamente, uma delas e que deve ser identificada. Embora esta afirmação deva parecer muito óbvia, é comum que crianças que estão sendo tratadas e vem sendo cuidadas no sentido de melhorar o rendimento escolar não tenham nunca sido submetidas à um teste formal de inteligência. Uma razão para isto é, evidentemente, todo o desgaste que cerca o conceito do QI e o uso inadequado dos resultados dos testes. É claro que o valor de um teste de QI é relativo, que depende do instrumento utilizado, da correta avaliação dos resultados, que uma análise qualitativa é tão ou mais importante do que a quantitativa e que os resultados obtidos valem para aquele momento, podendo se modificar .Insistimos na necessidade

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