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Análise de Texto de História das Ciências

Por:   •  18/10/2018  •  Ensaio  •  580 Palavras (3 Páginas)  •  121 Visualizações

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O Anacronismo whigguista apresentado em textos de História da Ciência retirados do livro didático para o ensino de física de Antônio Máximo e Beatriz Alvarenga.

Antony Lucas

Cícero Marcos Meneses da Silva

Lucas Machado

Waliff Arruda

Walison Arruda

O intento deste trabalho é de uma análise superficial, comparativa com a tendência da interpretação “whigguista da História da Ciência” a partir de dois textos extraídos do livro didático – volume único – para o ensino de física dos autores Beatriz Alvarenga e Antônio Máximo; sendo o primeiro texto sobre Galileu Galilei (p.42) e o segundo sobre Isaac Newton (p.77), que foi adotado em escolas de ensino médio no Brasil.

Tendo como base o conceito de anacronismo whigguista – tendência de escrever sobre o passado a partir de uma perspectiva sobre aqueles que “venceram” e a definição de hagiografia – tipo de whigguismo que escreve sobre certos cientistas do passado como “heróis”, expostos por Forato, Pietrocola e Martins (2011) pode-se observar que os textos ora trabalhados, enaltecem a autoridade e romantizam como “heroicos” os feitos de Galileu e Newton, utilizando-se de expressões do tipo: “grande físico e astrônomo”, “grandes habilidades”, “famoso físico e matemático”, trabalhos muito importantes”, “espírito criativo e revolucionário”; “fundador da ciência”, “grande contribuição (...) à Física”, etc. que corrobora com a afirmação de Forato, Pietrocola e Martins (2011, p.37), a qual diz que,

Esse tipo de narrativa no contexto educacional, em geral, sobrevaloriza a contribuição de um único “personagem da ciência” com a finalidade de exaltar sua genialidade e omite, por exemplo, ideias anteriormente propostas, as contribuições de outros contemporâneos, ou colaboradores de um mesmo grupo.

Tais narrativas apontam que os autores se preocuparam em destinar um tratamento a História da Física, mas o foco está na vida dos cientistas e seus feitos, abordando mais uma biografia de modo apaixonado a favor do cientista descrito, com um agravante de não haver citações que validem documentalmente as informações utilizadas pelos textos. Como traz Forato, Pietrocola e Martins (2011) a questão não é cultuar pessoas brilhantes, mas em impulsionar a perspectiva de que a construção do conhecimento científico só acontece por “pessoas iluminadas”.

Com isso, a proposta da abordagem sobre a História da Ciência pelos autores, a partir dos textos trabalhados, torna-se sem potencialidade quanto o enfoque das questões históricas e filosóficas da Ciência, dando a estas uma abordagem superficial, não proporcionando, tanto ao professor de física quanto a seus alunos, a oportunidade de enfatizar questões de dimensões políticas, econômicas, sociais e culturais do conhecimento científico, legitimando o que afirma Forato, Pietrocola e Martins (2011, p.39),

“[...] o papel dos erros e das controvérsias, a contribuição do debate entre diferentes teorias, os diversos pensadores que trabalharam no assunto, a influência de fatores sociais, políticos, econômicos, ou quaisquer outros que possam ter contribuído para o desenvolvimento da ciência, são simplesmente ignorados”.

Portanto, após a utilização e leitura dos textos ora trabalhados e do artigo que foi adotado como base para a nossa análise simplista, chega-se ao entendimento que a interpelação dos autores, a partir destes textos, com a História da Ciência, ainda está, de certa forma, mais voltada para uma hagiografia dos cientistas, sem pretensões de mostrar-se inovadores, em relação a interpretação ora almejada como apropriada pelas pesquisas em ensino de ciência, tendo como ponte auxiliadora sua história e filosofia.

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