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As Reflexoes Sobre A Violencia

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Por:   •  24/9/2013  •  1.457 Palavras (6 Páginas)  •  380 Visualizações

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As “Reflexões sobre a Violência”, de Georges Sorel (1908)

Reflexões sobre a violência foi um desses livros completamente ignorados pelo grande público, mas de raro poder explosivo, que sem dúvida permanecerá como um dos grandes livros da época, pois teve o singular destino de inspirar simultaneamente o bolchevismo de Lenin e o fascismo de Mussolini. Uma maneira de situar o pensamento de Sorel é misturar Marx- uma forte ração de materialismo histórico, - Phoudhon em alta dose, Bergson fluido e Nietzche explosivo e obtereis aproximadamente esse pensamento rico e confuso, a um tempo atraente e irritante. Sem contar inúmeros artigos e relatórios, vários temas foram oferecidos a seus comentadores , desde uma Contribuição ao Estudo Profano da Bíblia em 1889 até os Materiais para uma Teoria do Proletariado(1919-1921), passando por A decomposição do Marxismo, As ilusões do Progresso, as Reflexões, entre outros.

Sorel foi a princípio socialista democrata ou parlamentar a Jaurés, no tempo do Caso Dreyfus. Tornou-se sindicalista revolucionário e o pior inimigo do socialismo político por volta de 1905: As Reflexões correspondem a essa segunda fase. Em 1914 nascia nele um fervor tíbio pelo proletariado, que haveria de estimular-se e exaltar-se em 1917 com o inesperado triunfo do bolchevismo na Rússia. Sorel então não deixaria mais de admirar Lenin, de advogar por ele, não sem testemunhar ao mesmo tempo, nas mesmas palestras por vezes, vivo apreço por Mussolini, cuja ascensão política se iniciava (a morte de Sorel ocorreu em agosto de 1922; a marcha sobre Roma data de outubro seguinte).

Sorel é, por um lado, um engenheiro, um técnico, por conseguinte, “um filósofo da técnica”. Por outro lado, e mais ainda, é um moralista “áspero e severo”, um moralista “apaixonado”.

Politécnico, durante um quarto de século engenheiro das Pontes (demitira-se em 1891, aos quarenta e cinco anos, para consagrar-se ao estudo das questões sociais), conserva o cunho do homo faber, do homem que age sobre a matéria. Crê na produção, no progresso da produção (nesse domínio não há para ele “ilusões do progresso”). Essa disposição de espírito leva-o, expressivamente até, a descobrir “sob as construções ideológicas... o embasamento tecnológico que recobrem” (Pirou). Exemplo: o trabalho dos corpos duros é que teria dado aos gregos o espírito geométrico. Daí ao materialismo histórico de Marx, só havia um passo.

Mas, acima da técnica está a moral. Sorel, moralista rigoroso, defensor intransigente da moral tradicional haurida no cristianismo materno, Sorel, que descreve “que o mundo só se tornará mais justo na medida que se tornar mais casto” ,prende-se , por essas preocupações, a Phoudon. Não só tem horror a qualquer relaxamento dos costumes, mas exige mais do que a moral comum das boas criaturas, a que chama “pequena moral católica”, julgando-a “bastante chã”. Exige o sublime, a tensão de alma que leva a realização das grandes coisas, das nobres ações”.

È que segundo a tradição dos mais profundos moralistas, Sorel é um pessimista (eis o que o afasta infinitamente do século XVIII). Sabe que a felicidade não se produzirá por si só, para todo mundo, num futuro muito próximo. Considera as condições como “formando um sistema encadeado por uma lei de bronze, cuja necessidade se deve sofrer tal qual se apresenta em conjunto, sistema que só poderia desaparecer com uma catástrofe que o arrebatasse inteiro”. Crê que o destino da humanidade, simbolizada desse ponto de vista pelo judeu errante, estar condenada a caminhar sempre sem conhecer repouso, a esforçar-se continuamente tendendo á grandeza, á altura- ao que é, propriamente, o sublime. Professa que, fora do pessimismo assim compreendido, “nada de elevado se fez no mundo”!

Sorel desiludido com a classe a que pertencia, a Burguesia (não mais no sentido marxista, mas no sentido comum do termo), transporta-as ao proletariado, á massa dos produtores manuais. Comportamento intelectual e afetivo perfeitamente explicável pela natureza da experiência profissional de Sorel, pela feição produtivista” ou tecnológica de seu espírito, e enfim, pelo acontecimento essencial de sua vida pessoal: o matrimônio. Sorel foi casado com uma mulher do povo, que perdeu em 1897, cuja lembrança jamais o abandonou e á qual são dedicadas as Reflexões nos comoventes termos: À memória da companheira de minha juventude...este livro todo inspirado por seu espírito”.

Em uma segunda fase, Sorel é chefe da nova escola, que se proclama marxista, sindicalista e revolucionária, animada por ardentes preocupações morais, e que prega a idéia da greve geral. É o “neomarxismo sindicalista”, totalmente oposto

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