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CELSO FURTADO

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Por:   •  9/12/2014  •  506 Palavras (3 Páginas)  •  383 Visualizações

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Preocupado em compreender as bases materiais da sociedade nacional, Furtado procurou estabelecer critérios racionais para a incorporação de progresso técnico. Não lhe escapou que o estilo de desenvolvimento das forças produtivas e de modernização dos padrões de consumo é correia de transmissão de valores socioculturais predeterminados. Furtado insiste na importância crucial do poder político na definição de parâmetros institucionais que, ao cristalizar uma determinada situação de mercado, delimitam o campo de atuação da concorrência. Donde o papel decisivo do Estado nacional como instrumento de civilização do desenvolvimento capitalista.

Furtado mostra que o processo de acumulação só contribui para a formação de um sistema econômico nacional quando: (1) as necessidades que sobre determinam o processo de modernização dos padrões de consumo são compatíveis com as potencialidades materiais do país, sendo, portanto, passível de ser difundido pelo conjunto da população; (2) a acumulação de capital preserva uma relação de adequação entre a composição técnica do capital e o modo de organização do mundo do trabalho compatível com o aparecimento de escassez relativa de trabalho: e (3) a participação no sistema capitalista mundial não sacrifica o controle da sociedade nacional sobre os fins e os meios do desenvolvimento nacional.

Na visão de Furtado, a globalização liderada pelas grandes empresas transnacionais, que ganha impulso a partir da segunda metade dos anos setentas, constitui uma perigosa ameaça aos fundamentos sociais, políticos e culturais da civilização burguesa. O problema fundamental decorre do fato de que, ao gerar uma grave crise social e um perigoso enfraquecimento do Estado nacional, a sociedade fica sem instrumentos para submeter o processo de valorização do capital a uma racionalidade substantiva que leve em consideração as necessidades e os valores culturais da coletividade. Portanto, com a transnacionalização do capitalismo, o mundo burguês estaria diante de uma delicada encruzilhada ética, pois, sem capacidade de controlar o sentido a ser dado à revolução tecnológica, o progresso poderia se voltar contra a própria humanidade. “Os avanços espetaculares da biotecnologia também estão exigindo um reexame profundo das relações entre fins e meios no que concerne à criação científica, pois o impacto desta no mundo real é cada vez mais imprevisível. É notório o caso das experiências de clonagem de células animais e das que se anunciam de seres humanos. Os investimentos que se orientam nessa direção são de grande monta. Ora, o avanço das ciências naturais, que tantos benefícios já trouxeram à humanidade, na fase atual ameaça a própria sobrevivência desta. Reproduz-se de forma insidiosa a saga das conquistas espetaculares da física nuclear, cujo saldo é uma ameaça potencial de destruição em escala desconhecida”. O mesmo achava que a globalização dá lugar a um marco histórico particularmente adverso para as economias periféricas. Isto porque a “nova dependência” não abre espaço para a industrialização periférica. Ao debilitar a capacidade de o Estado controlar as forças de mercado, enfraquecer a correlação de forças do trabalho frente ao capital e aumentar a distância entre desenvolvidos e subdesenvolvidos, a transnacionalização do capitalismo solapa as bases dos centros internos de decisões

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