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CHOCOLATE RICO

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Por:   •  27/9/2014  •  Tese  •  3.613 Palavras (15 Páginas)  •  286 Visualizações

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RICA DE CHOCOLATE

Apresentação

Este estudo relata o nascimento e o desenvolvimento da Chocolate do Parke a partir da figura de José Schneider, seu atual dirigente. A trajetória descrita contempla distintas fases do empreendimento, percorrendo as mudanças nas atividades realizadas, suas iniciativas de expansão e a consolidação da marca no mercado.

O primeiro desafio começa com a aquisição do pequeno negócio e as dificuldades experimentadas para fabricar e vender um produto sem ter clientes. Como superar revéses dessa natureza logo no início de um empreendimento? Também se descreve o processo de crescimento da empresa, praticamente sem nenhum recurso financeiro. Aqui aparecem as primeiras iniciativas do empreendedor, buscando crédito junto aos fornecedores e lutando para superar desafios emergentes, tais como o de vender sua produção sem ter qualquer experiência nesta atividade e num mercado que lhe era completamente desconhecido. Ao longo da narrativa novos e mais complexos problemas vão surgindo, como a sua dependência dos fornecedores, uma concorrência cada vez mais acirrada e a abertura de novos mercados. O quê fazer para superar tais desafios? A história aqui relatada fornece indicadores sobre as formas de enfrentamento e superação de cada problema e, principalmente, sobre como o espírito empreendedor de um jovem empresário agiu frente as ameaças e oportunidades.

Nasce um projeto: Chocolate do Parke

José Schneider era um entre dez irmãos que trabalhavam numa pequena área de terra no interior do Rio Grande do Sul. A disciplina da cultura alemã canalizava todo o esforço da família para o trabalho e, graças a ele, os filhos não conheceram nem a fome e nem o frio. Nessa vida de trabalho árduo estava José, tirando o produto da terra - cultivado em alguns poucos hectares - e de um pequeno moinho colonial, que transformava o milho em farinha. Mas essas atividades não possibilitavam nada mais além da subsistência. A criação de frangos surgiu, então, como uma opção de aumento da renda familiar. Na pequena propriedade rural foi instalado um aviário, através do qual passaram a criar e vender o frango para quem quisesse comprá-lo: em geral, pequenos abatedouros e comerciantes de varejo da região. Com a produção da lavoura, do moinho e, principalmente, do aviário a família viveu um ciclo de prosperidade que ainda não havia conhecido.

Mas no início dos anos 80, o sistema integrado de produção e abate de frangos chegou à região com grande poder de pressão econômica. Os pequenos e independentes produtores de frango se viram frente a um dilema: integrar ou morrer! O impulso de sobrevivência foi mais forte. Integraram-se a um grande sistema: receber o pinto, criá-lo e entregá-lo para o abate. Mas logo perceberam que o resultado financeiro era muito pequeno - e o risco muito grande. Neste sistema era preciso, cada vez mais, buscar produção em escala e fazer rodar a equação do quanto menor a margem de lucro, maior deveria ser a produção.

A família de José era proprietária da terra, do aviário e dos seus equipamentos. Mas a sensação era a de que tinha se tornado um empregado. E este não era o futuro que estava projetando para si. Em uma das muitas conversas que tinha com o pai, este lhe perguntou: - “O que você quer fazer meu filho?” -”Não quero ser empregado de ninguém. Quero ter o meu próprio negócio”, respondeu José, na época com 28 anos, inconformado com aquela situação de muito trabalho e pouca renda.Preocupado, José começa a procurar oportunidades. Conversa com amigos. Consulta pessoas mais experientes e escuta histórias de negócios bem ou mal sucedidos.

Não levou muito tempo para descobrir que a oportunidade estava mais perto do que pensava. Uma pequena estrutura de processamento artesanal de chocolate, localizada em Gramado, de propriedade de alguém próximo a sua família, foi lhe oferecida. Eram quatro panelas, um forno elétrico, uma mesa, uma geladeira e 1000 quilos de massa de chocolate, alojados no porão de uma casa.

Não tinha dinheiro para adquiri-la e, muito menos, conhecimento sobre chocolate. Mas o pagamento poderia ser feito após a venda futura do chocolate a ser processado. A venda poderia ser feita por um eventual vendedor comissionado, e o conhecimento sobre o produto seria lhe transmitido pelo próprio proponente do negócio. Assim, nestas condições, José não hesitou. Adquiriu a pequena fábrica e a pôs em funcionamento num porão alugado. Mas quem lhe havia prometido ensinar tudo sobre o processamento do chocolate, não ensinou. José não se abateu. Foi buscar ajuda. Logo encontrou uma pessoa com experiência no ramo que ensinou-lhe o básico sobre processamento do chocolate.

Comprou a crédito os outros insumos necessários e processou os 1000 quilos de massa de chocolate, transformando-a em ovos de Páscoa. Mas quem disse que iria vender o produto, não vendeu! Sem hesitar, embarcou no seu “Fusca” 77, junto com algumas amostras do produto e foi para Caxias do Sul, oferecê-lo nas associações de funcionários das indústrias. Como não conhecia aquela cidade, um amigo o acompanhou para orientá-lo no percurso. Sem dinheiro, com várias dívidas, mas com mil quilos de ovos de páscoa e uma vontade enorme de vencer, foi adiante. “Jamais esquecerei aquele dia. Fomos em várias indústrias, batendo de porta em porta. Todas elas nos receberam, mas apenas uma fechou negócio. A Associação dos Funcionários da Fras-Le aceitou meu produto em consignação. Entreguei toda a produção para eles. Se comprassem tudo, ótimo. Caso contrário, traria de volta o que não fora vendido. O resultado foi que compraram tudo e ainda faltou produto!”.Com a primeira venda, José começou a pagar a pequena fábrica e a visitar mais indústrias para entregar seus produtos na Páscoa seguinte. Assim se passaram três anos. No final de cada ano comprava massa de chocolate, misturava-a com outros ingredientes, transformava-a em ovos de Páscoa, embalava e entregava-os em consignação para associações de funcionários de empresas em Caxias do Sul. O desfecho de cada temporada era o mesmo: as vendas cresciam fortemente e o produto esgotava-se rapidamente. Até que, no final do terceiro ano, tomou a decisão de comprar 20 toneladas de massa de chocolate.“Todos me chamaram de louco”, comentou José. Mas ele não deu ouvidos aos pessimistas e saiu em busca de um fornecedor de massa de chocolate que aceitasse vender-lhe a crédito. Não tinha dinheiro e nem bens para dar em garantia. Conseguiu encontrar um fabricante de chocolate que lhe fornecesse as 20 toneladas na mais inteira confiança de vir a receber o pagamento mais tarde. Mas

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