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COMO SE FAZ ANÁLISE DE CONJUNTURA

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Por:   •  9/3/2013  •  1.904 Palavras (8 Páginas)  •  2.091 Visualizações

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COMO SE FAZ ANÁLISE DE CONJUNTURA

COMO SE FAZ ANÁLISE DE CONJUNTURA

(Herbert de Souza - Sociólogo - coordenador do IBASE)

Algumas categorias para a análise de conjuntura

Para se fazer análise de conjuntura são necessários algumas ferramentas próprias para isso. São as categorias com que se trabalha:

- Acontecimentos

- Cenários

- Atores

- Relação de forças

- Relação entre “estrutura/superestrutura/infraestrutura” e “conjuntura”

Cada uma destas categorias merece um tratamento à parte, mas no cojunto elas poderiam ser estudadas como elementos de “representação da vida”. Essas categorias, por exemplo, foram utilizadas por Marx, em seu estudo sobre a Revolução Francesa, no “18 Brumário”, que constitui um dos mais brilhantes estudos de uma situação política (uma conjuntura) já realizado.

Tentemos ver um pouco mais o sentido de cada uma.

– Acontecimentos

Devemos distinguir fato de acontecimento. Na vida real ocorrem milhares de fatos todos os dias em todas as partes, mas somente alguns desses fatos são considerados como acontecimentos: aqueles que adquirem um sentido especial para um pais, uma classe social, um grupo, uma família ou uma pessoa.

Alguém pode cair de um cavalo e isso se constituir somente num fato banal, mas se esta é a queda de um presidente, provavelmente será um acontecimento. O nascimento do filho se um rei é um acontecimento para o país, mas o nascimento do filho de um operário é acontecimento para a família. O beijo pode ser um fato comum, mas o beijo de Judas foi um acontecimento.

Existem ocorrências que se constituem “acontecimentos” tais como greves gerais, eleições presidenciais (principalmente se são diretas...), golpes militares, catástrofes, descobertas científicas de grande alcance. Essas ocorrências por sua dimensão e seus efeitos afetam o destino e a vida de milhões de pessoas, da sociedade em seu conjunto.

Na análise de conjuntura o mais importante é analisar os acontecimentos, sabendo distinguir atos de acontecimentos e depois distinguir o acontecimentos segundo sua importância. Essa importância e peso são sempre relativos e dependem da ótica de quem analisa a conjuntura, por que uma conjuntura pode ser boa para alguém ou péssima para outros: um ladrão que chega num lugar policiado vai verificar que a conjuntura está ruim para ele naquele dia, a mãe que chega na praça com seu filho vai pensar o contrário.

A importância da análise a partir dos acontecimentos é que eles indicam sempre certos “ sentidos” e revelam também a percepção que uma sociedade ou grupo social, ou classe, tem de realidade e de si mesmos.

Identificar os principais acontecimentos num determinado momento, ou num período de tempo, é um passo fundamental para se caracterizar e analisar uma conjuntura.

– Cenários

As ações da trama social e política se desenvolvem em determinados espaços que podem se considerados como cenários. Ouvimos sempre falar nos cenários de guerra, cenários de luta. O cenário de um conflito pode se deslocar de acordo com o desenvolvimento da luta: passar das ruas e praças para o parlamento, daí para os gabinetes ministeriais e daí para os bastidores...

Cada cenário apresenta particularidades que influenciam o desenvolvimento da luta e muitas vezes o simples fato de mudar de cenário já é uma indicação importante de uma mudança no processo. A capacidade de definir os cenários onde as lutas vão se dar é um fator de vantagem importante. Quando o governo consegue deslocar a luta das praças para os gabinetes já está de alguma forma deslocando as forças em conflito para um campo onde se poder é maior. Daí a importância de identificar os cenários onde as lutas se desenvolvem e as particularidades dos diferentes cenários. Num ditatura militar os cenários do poder e da luta contra esse poder serão necessariamente diferentes dos cenários de uma sociedade democrática. Numa, talvez o quartel; noutra, o parlamento, as ruas e as praças.

– Atores

Outra categoria que podemos usar na análise da conjuntura é a dos atores.

O ator é alguém que representa, que encarna um papel dentro de um enredo. Um determinado indivíduo é um ator social quando representa algo para a sociedade ( para o grupo, a classe, o país), encarna uma idéia, uma reivindicação, um projeto , uma promessa ou uma denúncia.

Uma classe social, uma categoria de trabalhadores, ou um grupo, podem ser atores sociais.

Mas a idéia de “ator” não se limita somente a pessoais ou grupos sociais. Instituições também podem ser atores sociais: sindicatos, partidos políticos, movimentos sociais, emissoras de televisão, jornais, igrejas.

Relação de forças

As classes sociais, os grupos, os diferentes atores sociais estão em relação uns com os outros. Essas relações podem ser de confronto, de coexistência, de coooperação e estarão sempre revelando uma relação de forças, de domínio, igualdade ou de subordinação.

Encontrar formas de verificar a relação de forças, ter uma idéia mais clara dessa relação é decisivo se se quer tirar conseqüências práticas da análise de conjuntura. Algumas vezes essa relação de forças se revela através de indicadores até quantitativos, como é o caso de uma eleição: o número de votos indicará a relação de forças entre os partidos, grupos ou classes sociais.

Outras vezes devemos buscar formas de verificação menos “visíveis”: qual é a força de um movimento sociais ou político emergente? Como medir o novo, aquilo que não tem registros quantitativos?

Outra idéia importante é a de que a relação de forças não é um dado imutável, colocado de uma vez por todas: a relação de forças sofre mudanças permanentemente e é por isso que a política é tão cheia de surpresas: um candidato, um empresário, um partido político podem achar que mantém uma relação de superioridade e quando são chamados a demonstram sua “força” percebem que a relação mudou e que a derrota ou vitória devem ser explicadas depois...

Análise dos

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