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CONTOS DE FADAS: BREVE ANÁLISE POR UM VIÉS PSICANALISTA A PARTIR DA ESTÓRIA DO CHAPEUZINHO VERMELHO

Por:   •  2/6/2021  •  Resenha  •  851 Palavras (4 Páginas)  •  148 Visualizações

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CONTOS DE FADAS: BREVE ANÁLISE POR UM VIÉS PSICANALISTA A PARTIR DA ESTÓRIA DO CHAPEUZINHO VERMELHO

Alex Barreto

Quando estudamos qualquer conto de fadas a partir de um ponto de vista psicanalítico, podemos mergulhar nos aspectos da psique das personagens, e desta forma tentar abstrair possíveis leituras que se imiscuem nas entrelinhas dos textos pueris.

Há que se ter em mente, contudo, que existem versões diferentes de algumas narrativas, e cada uma delas pode conduzir por caminhos diferentes de interpretação.

Ao tomarmos, por exemplo, o conto da Chapeuzinho Vermelho, podemos estabelecer conjecturas dialogais com os conceitos basilares de ID, EGO e SUPEREGO na observação das ações conduzidas pela protagonista da estória. Quando lemos a respeito da conduta da menina Chapeuzinho Vermelho na versão que a imputa desobediência quanto as instruções da mãe para não se distrair no caminho rumo a casa da avó, percebemos a notoriedade da busca pelo prazer, da satisfação de desejos e de descobertas próprios de um ID dominante.

Embora nas versões mais conhecidas do referido clássico infantil, que chegaram ao grande público, não se façam menções que denotem, diretamente, nenhum cunho sexual, vale ressaltar que descrições oriundas de determinadas versões que caracterizam a protagonista como “graciosa menina”, que “gostava de todos”, e que quando se encontrou com o Lobo Mau não esboçou reação de medo ou estranheza, pelo contrário, o ouviu e seguiu suas instruções em vez das instruções da própria mãe, podem indicar outros entendimentos sobre o conto que não o que comumente se imagina.

Por sinal, a imaginação é um item de suma importância na literatura dos contos de fadas, uma vez que o resultado de uma experiência bem sucedida da leitura infantil e mesmo da elaboração dos significados (construção psicológica do entendimento) por parte da criança se fará quanto maior for o envolvimento dela com a estória, e isso será bem medido de acordo com a imaginação que ela desenvolve de acordo com cada página lida. E para tanto se busca, geralmente, generalizar ao máximo a narrativa, uma vez que desta forma permite-se a criança elaborar suas próprias conclusões prévias, seu entendimento pessoal sobre a construção espacial e temporal do conto. Quando o escritor promove uma descrição pormenorizada, detalhada do enredo, este elemento imaginativo se perde total ou parcialmente.

As descrições a respeito das características físicas e psicológicas de Chapeuzinho Vermelho podem conduzir a interpretações diversas, principalmente de acordo com a versão analisada. Na versão apresentada pelo escritor Charles Perrault, por exemplo, quando a protagonista se encontra com o antagonista, além de não haver o estranhamento/medo, ocorre uma situação que revela poder existir conotação de cunho sexual, quando aborda o encontro da Chapeuzinho com o Lobo na casa da avó, momento em que ela se  despiria de suas vestes e deitaria na cama para, só então, estranhar a aparência da “avó”. Nesta mesma versão do conto, aparece uma espécie de “poema moral”, que alerta sobre “meninas bonitinhas” não deverem conversar com quem não conhecem, e se assim procedessem não seria de se estranhar que fossem “devoradas”. Desta forma, tomando uma análise a respeito das condutas esmiuçadas, o leitor pode chegar a duas possíveis interpretações quanto a Chapeuzinho Vermelho: ou seria extremamente ingênua, ou nutria o desejo de ser seduzida e para tanto se fingiria de inocente.

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