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CRÉDITO E DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

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Por:   •  11/9/2014  •  Projeto de pesquisa  •  4.879 Palavras (20 Páginas)  •  252 Visualizações

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1. O CRÉDITO E O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

A palavra crédito se origina do vocabulário latin credere, que quer dizer: crer, confiar, acreditar (SILVA, 1997). Se utilizar-se o substantivo crédito, verifica-se que ele significa literalmente “confiança”.

Para Ferreira (1986), a palavra crédito significa: segurança na verdade de alguma coisa; suas afirmações merecem crédito. Essa confiança está presente nas relações diárias das pessoas e das empresas, possibilitando a compra e venda de serviços ou produtos.

Segundo Schrickel (1998):

Crédito é todo ato de vontade ou disposição de alguém de destacar ou ceder, temporariamente, parte de seu patrimônio a um terceiro, com a expectativa de que esta parcela volte a sua posse integralmente após decorrido o tempo estipulado.

O crédito assume fundamental participação no desenvolvimento de um país. Em qualquer de suas possibilidades, seja financiando o consumo de pessoas físicas, assistindo o capital de giro de empresas ou financiando investimentos, estará sempre ligado a desenvolvimento econômico e social.

Numa analogia bastante simples, promover o crescimento econômico envolve mobilizar insumos assim como no feitio de um bolo. É necessário ter em mão todos os ingredientes – farinha, leite, ovos, fermento, açúcar – e poder (e saber) usá-los. Esses ingredientes são interligados e complementares. Na falta de um deles, não haverá bolo.

O crédito é um insumo essencial para o crescimento econômico. Vejamos como isso acontece, iniciando com alguns conceitos econômicos, como PIB e poupança.

O PIB (Produto Interno Bruto) de um país é o resultado da soma de todos os bens, produtos e serviços produzidos pela sociedade. Poupança, no contexto econômico, representa a parcela não consumida (o excedente) da sociedade.

O Crédito, assim, está ligado à produção, na medida em que disponibiliza recursos ociosos da economia à assistência creditícia de empresa produtoras de bens ou serviços. Por isso, o volume de crédito e PIB estão intimamente ligados.

Mas não é só no financiamento de infra-estrutura e na aquisição de bens de capital que o crédito contribui para a evolução do PIB. Ao mesmo tempo em que faz chegar ao empreendedor recursos para que este possa produzir bens ou serviços para a sociedade, o crédito assume fundamental importância para o desenvolvimento econômico em outras áreas.

Quando fornece recursos para o consumidor antecipar a aquisição de bens, o crédito está auxiliando o processo econômico na medida em que facilita o consumo, aquece a produção e mantém os níveis de emprego.

Quando disponibiliza recursos aos exportadores, o crédito está facilitando o superávit comercial e proporcionando o ingresso de divisas no país.

Quando destinado ao setor agroindustrial, o crédito fomenta a produção e auxilia o processo de geração de emprego e renda.

Se destinados às famílias de baixa renda, via microcrédito ou programas governamentais, o crédito tem função social relevante na redução da exclusão social e na melhor distribuição de renda.

Em qualquer de suas formas, o crédito sempre estará ligado ao desenvolvimento econômico e social de um país.

Em países mais desenvolvidos, o volume de crédito é tão elevado que chega a ultrapassar o PIB. No Brasil, essa relação é ainda bem moderada. Entretanto, o País deverá acompanhar a tendência internacional, com significativo aumento para os próximos anos.

2 – OS C’s DO CRÉDITO

É muito importante numa análise criteriosa para concessão do crédito. No processo decisório, geralmente o agente financiador, geralmente, o concessor de crédito tem como parâmetros alguns fatores ao definir sobre a concessão ou não do crédito e o seu montante. Vários autores citam esses fatores chamando-os de “Os C’s” e os apresentam como sendo partes de sua análise. Para Weston e Brigham (apud Silva, 1988, p. 130), os cinco C’s do crédito são: caráter, condições, capacidade, capital e colateral. Porém, Silva, 1988, acrescenta o sexto C que é conglomerado.

Gitman (1997, p. 696-7) também cita os C’s do crédito enfatizando os aspectos pessoais, caráter e capacidade, considerando-os como fatores mais importantes para a concessão de empréstimos, pois, o analista de crédito geralmente dá maior importância aos dois primeiros C’s do crédito – caráter e capacidade – uma vez que eles representam os requisitos fundamentais para a concessão de crédito a um solicitante.

2.1 - Caráter

Por ser um fator pessoal torna-se muito difícil uma análise cem por cento segura em relação ao caráter de um pretendente de crédito. Por isso o analista recorre a dados históricos para verificar como o tomador de crédito honrou seus compromissos anteriores, sem tem restrições junto aos órgãos de proteção ao crédito e se foi pontual no pagamento dos créditos a ele concedidos.

Nesse sentido Gitman (1997, p. 696) reporta-se ao caráter como sendo “... o histórico do solicitante quanto ao cumprimento de suas obrigações financeiras, contratuais e morais”.

Mesmo considerando esses aspectos não fica descartada a possibilidade de a qualquer momento o postulante ao crédito deixar de ter esse “caráter”, ou seja, mudar a forma de agir em relação a seus credores ao longo do tempo. Preocupação apresentada por Silva (1988, p. 130) quando cita o ditado popular: “alguém só é honesto até o dia em que deixa de ser”.

Para ressaltar ainda mais a relevância do caráter em análise, destaca-se que para Schrikel (1988): “... este é o mais importante e crítico C em qualquer concessão de crédito, não importando, em absoluto, o valor da transação”, pois:

“como um empréstimo, a rigor, é uma permuta de alguma coisa tangível... é imperativo que o devedor tenha um animus de devolver a coisa após decorrido o prazo convencionado entre as partes. O caráter, relacionado aos empréstimos em geral, diz respeito, portanto, à determinação de pagar do tomador (SCHRIKEL, 1998, p. 48)”

Outro fator relevante relacionado ao caráter é a inadimplência. Esta se refere ao não pagamento de um empréstimo no prazo combinado entre as partes. “As empresas tornam-se inadimplentes por terem retornos baixos ou negativos, sendo incapazes de pagar obrigações, no vencimento” (GITMAN, 1997, p. 757).

Além de se considerar que a inadimplência pode ser decorrente do caráter do devedor,

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