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Casas Bahia

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Por:   •  7/5/2013  •  2.127 Palavras (9 Páginas)  •  323 Visualizações

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Polonês naturalizado brasileiro, Samuel Klein completou 89 anos em 2012. Quem esbarra com ele dificilmente vai associá-lo ao empresário que em seis décadas ergueu um dos maiores e mais sólidos empreendimentos do varejo brasileiro. Simples, de camisas pólo e chinelos franciscanos, boa conversa e um vibrante sotaque judaico, Samuel Klein pode ser facilmente confundido com o público – os fregueses, como ele costuma se referir aos milhões de clientes que frequentam suas lojas.

Vendedor nato, Samuel Klein adora contar histórias do mundo dos negócios. Nem de longe deixa transparecer os horrores vividos durante a Segunda Guerra Mundial, quando abandonou uma Europa ameaçada por regimes autoritaristas e fincou raízes em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. Sobre esse tempo, Klein parece ter uma memória seletiva. O passado deixou suas marcas, mas não dirige o futuro. “Eu vivo e deixo os outros viverem”, costuma dizer.Com 60 anos de atuação no mercado nacional, a Casas Bahia, presente em 15 Estados nas regiões Sul, Sudeste, Nordeste, Norte e Centro-Oeste. A empresa possui em todo o país 565 lojas faturando R$13,8 bilhões gerando um lucro de estimado de 165 milhões. Com 57.500 funcionários a Casas Bahia é uma rede de lojas voltada para a venda de móveis e eletrodomésticos no varejo com foco nas classes C, D e E sendo 26,3 milhões de clientes cadastrados.A marca Casas Bahia, constantemente citada em pesquisas de lembrança de marca como a mais presente na mente dos brasileiros, abrange, por dia, cerca 54.1 milhões de domicílios com TV, anunciando em sete emissoras de TV aberta e, também, em 11 canais por assinatura.No dia 4 de dezembro de 2009 o Grupo Pão de Açúcar anunciou a compra das Casas Bahia, tornando-se uma parte integrante do atualmente maior grupo varejista brasileiro.As Casas Bahia consegue seu lucro através de maiores parcelas, com o objetivo de deixar o cliente com mais formas e facilidade para pagar, fato que ajuda bastante consumidores de menores classes sociais.Em novembro de 2004 firmou parceria com o banco Bradesco. Até então, as Casas Bahia financiavam cerca de 80% de suas vendas, o que significava na época uma carteira de crédito de R$ 4,5 bilhões, considerando as vendas de R$ 6 bilhões de 2003 (em 2006 já eram mais de R$ 11 bilhões). A maior parte da carteira era financiada com recursos próprios e apenas R$ 1 bilhão era captado no mercado financeiro. O funding passou então a receber o reforço do Bradesco: pelo acordo, o banco passou a assumir o financiamento de pelo menos R$ 100 milhões em vendas por mês. Isso significou na época um aumento quase imediato de 20% nas operações de financiamento ao consumo do próprio banco, que já haviam saltado 38% entre setembro de 2003 e setembro de 2004, atingindo R$ 15,1 bilhões.Sob o ponto de vista da gestão financeira, é interessante observar que os recursos custariam inicialmente um pouco mais do que a taxa do Certificado de Depósito Interfinanceiro - CDI, e ospread que passou a ser cobrado no financiamento das vendas será embolsado pela Casas Bahia. Em uma segunda etapa, a partir de 2005, o Bradesco passou a vender produtos financeiros aos clientes da Casas Bahia, como cartões e seguros, com a instalação de quiosques na rede de varejo; isto pode teoricamente ser bastante vantajoso para o grupo Bradesco sob o ponto de visto estratégico, em termos de ocupação de espaços mercadológicos (notadamente em crédito e cartões) com pouco ou nenhum investimento adicional em tecnologia, pontos de venda e recursos humanos e, claro, também podendo trazer vantagens de médio prazo para o grupo varejista.Ao início de 2006, as Casas Bahia, que não exigem comprovante de renda para abertura de crediário, perdiam em torno de 10% das vendas pagas com o antigo e tradicional crédito direto ao consumidor (CDC) sob a forma de “carnê”. Enquanto isso, a taxa de inadimplência do cartão de crédito lançado em conjunto com Bradesco em 2005 oscila entre 4% e 6%. Ou seja: a Casas Bahia se dispõe a ter uma perda duas vezes maior no seu crediário do que a permitida pelo banco, que assume o risco de crédito dos cartões, através de sua administradora.Interessante observar as disposições técnicas das lojas, onde os caixas são colocados no final, possibilitando o cliente de passar por todos os produtos todo mês para pagar o seu carnê. Os vendedores inclusive possuem meta sobre vendas na fila que são chamadas de "boca de caixa". Uma técnica de venda que é sempre analisada na gestão estratégica de negócios (porém essa técnica foi excluída na rede por ocasionar processos judiciais, pois alguns gestores utilizavam a técnica como castigo a quem não cumprisse a meta)

Polonês naturalizado brasileiro, Samuel Klein completou 89 anos em 2012. Quem esbarra com ele dificilmente vai associá-lo ao empresário que em seis décadas ergueu um dos maiores e mais sólidos empreendimentos do varejo brasileiro. Simples, de camisas pólo e chinelos franciscanos, boa conversa e um vibrante sotaque judaico, Samuel Klein pode ser facilmente confundido com o público – os fregueses, como ele costuma se referir aos milhões de clientes que frequentam suas lojas.

Vendedor nato, Samuel Klein adora contar histórias do mundo dos negócios. Nem de longe deixa transparecer os horrores vividos durante a Segunda Guerra Mundial, quando abandonou uma Europa ameaçada por regimes autoritaristas e fincou raízes em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. Sobre esse tempo, Klein parece ter uma memória seletiva. O passado deixou suas marcas, mas não dirige o futuro. “Eu vivo e deixo os outros viverem”, costuma dizer.

A origem humilde – Samuel Klein nasceu em Lublin, na Polônia, o terceiro de nove irmãos, filho de carpinteiro de família judaica. Aos 19 anos foi preso pelos nazistas e mandado com o pai para o campo de concentração de Maidanek, na Polônia. Sua mãe e cinco irmãos mais novos foram para o campo de extermínio de Treblinka, e Samuel nunca mais os viu. Ao lembrar desses tempos, Samuel afirma que sua sorte foi ser jovem e forte pois isso fez com que os nazistas o mandassem para um campo de trabalhos forçados, onde sobreviveu com suas habilidades de carpinteiro, ofício que havia aprendido com o pai.

Sua sorte começou a mudar em 1944. Aproveitando-se de uma distração dos guardas, Samuel sumiu no mato a caminho da Alemanha, conseguiu fugir, permanecendo na Polônia até acabar a guerra. Em seguida foi para Munique, na Alemanha, em busca do pai.

Na Alemanha, Samuel fez de tudo para ganhar a vida vendendo produtos para as tropas aliadas. Em cinco anos juntou algum dinheiro e casou-se com uma jovem alemã, de nome Ana.

Em 1951, Samuel decidiu aventurar-se para a América do Sul. Primeiro, foi para a Bolívia, mas ao deparar-se com o país em plena guerra civil, rapidamente mudou o rumo e chegou

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