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Concepção De Aprendizagem E Subjacente

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Por:   •  12/10/2014  •  Tese  •  9.776 Palavras (40 Páginas)  •  134 Visualizações

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Para compreender a indisciplina em sala de aula e a farsa de ensinar e aprender no ensino básico, na escola pública atual, é preciso pensar que o processo de aprendizagem e ensinagem, nos dias atuais, está desacreditado por parte dos docentes e discentes.

Grande parte dos professores desiludidos trabalha apenas pelo raso salário, e os alunos indiferentes à aprendizagem buscam os certificados de conclusão, indiferentes à aquisição de competências para utilizá-los.

Na ensinagem existe a parte burocrática, o Plano de Ensino, que nem sempre é seguido, e os conteúdos propostos, muitas vezes, não saem do papel. Geralmente, o conteúdo transmitido pelo professor é o tema que ele domina, ou algo que leu, ouviu, ou discutiu recentemente, independente de constar ou não no Plano de Ensino. Indiferentes, a maioria dos alunos aceita qualquer coisa sem questionamento, desde que não sejam cobrados por isso, porque não estão interessados na aprendizagem.

Outro aspecto que envolve este processo de ensinagem e aprendizagem é a pressão social pelo ensino de qualidade. É comum ocorrerem situações em que os responsáveis pelos alunos se manifestam reclamando do ensino, da escola e do professor, tomando a frente da situação, desconsiderando a “autonomia” dos filhos. Os valores dos pais aparecem em primeiro plano, os familiares esquecem que os filhos necessitam desenvolver a autonomia para usá-la o resto de suas vidas. Mas eles não estão interessados.

O descaso por parte dos alunos em relação à educação é tão real quanto os diplomados, que se multiplicam no mercado de trabalho, a cada dia, sem conhecimentos.

No cotidiano, os professores utilizam métodos tradicionais com livros didáticos, em que os alunos copiam, fazem resumos e aí se encerra esta dinâmica, o conteúdo está aplicado. Os alunos estão convictos de que aprenderam, porque acreditam que a facilidade do conteúdo demonstra conhecimento.

O método com o qual o professor desenvolve suas aulas praticamente não conta com a participação e muito menos, com o interesse dos alunos. As aulas se resumem em conversas paralelas e a avaliação não acontece, porque o professor não tem o que exigir. Como nada foi ensinado, nada poderá ser exigido dos alunos, e o professor pede apenas um resumo; as ausências de provas evitam futuras reclamações na direção. Como não existiu uma aula de qualidade, e o professor não explicou nada, os alunos leem e fazem resumos, sem nenhum entendimento. Neste encontro, nada foi ensinado, e muito menos aprendido, conforme Boechat (anexo 1:48).

Isso ocorre tanto na educação de jovens como de adultos, o que denuncia uma necessidade de se analisar as práticas pedagógicas, e a partir delas compreender as suas especificidades.

Refletindo sobre a complexidade do processo de aprendizagem e ensinagem a hipótese da indisciplina em sala de aula e da farsa de ensinar e aprender é que; primeiro: a busca da ensinagem com qualidade e da valorização do ensino depende de um salário digno para professor. Segundo: este, na impossibilidade de receber o reconhecimento financeiro impõe ao discente o que tem de arquivo passivo, sem investir na busca de novos conhecimentos para cumprir um programa de aula estruturado. Terceiro: os alunos apresentam indisciplina em sala de aula e ultrapassam todos os limites do seu papel neste espaço porque estão desinteressados pelo conteúdo da aula que é desvinculado da sua realidade. Quarto: eles aceitam qualquer coisa sem questionamento, desde que não sejam cobrados por isso – independente de ser o ensino para jovem ou adulto - EJA.

Analisar essas práticas e refletir sobre essas questões são os principais objetivos desta pesquisa, que terá como principal foco a investigação das causas da indisciplina em sala de aula, além de verificar como ocorre uma aprendizagem de qualidade, valorizando a ensinagem tanto da alfabetização de jovens quanto de adultos.

A metodologia aplicada para atingir os objetivos estabelecidos será responder ou refutar as hipóteses, contando com a estrutura da pesquisa bibliográfica de base qualitativa e em caráter exploratório. Não serão utilizados questionários, mas a observação da relação dos professores com os alunos, in loco em três escolas, Alfa, Beta e Gama. Os discursos teóricos serão verificados na prática e sutilizados para investigação e análise. As referências teóricas contarão com teóricos como Paulo Freire, Fuck, Emília Ferreiro, e demais, pesquisados em artigos e entrevistas na internet.

Acredita-se que a busca deste arcabouço teórico trará a possibilidade de esclarecimentos conceituais capazes de alicerçar teoricamente as razões da indisciplina na prática educativa de jovens e adultos.

Com o objetivo de confirmar ou negar as hipóteses, o autor mergulhará na pesquisa bibliográfica e observará in loco as situações nas escolas para compor o primeiro capítulo, “a indisciplina em sala de aula.

A composição do segundo capítulo “a farsa de ensinar e aprender” contará com a investigação sobre o processo do ensino e da aprendizagem e da avaliação na aprendizagem do aluno; perpassará a escravidão da classe média detendo um olhar sobre a política escolar e as implicações da ideologia no âmbito da Educação.

O terceiro capítulo buscará apoio nos autores para a compreensão de como é tratado o assunto Alfabetização no Brasil. A partir desse árduo garimpo, espera-se compreender o porquê professores permanecem inertes diante da indisciplina e da desvalorização da profissão, aceitando trabalhar por indignos salários, utilizando a sala de aula como palco para manifestação de suas frustrações, e por que; desiludidos, sem êxito e sem estímulo, impotentes deixam-se sedar, repetindo informações desvinculadas dos planos de aula, e até transformando, inadequamente, a sala de aula em consultório psicanalítico, ou palco político.

1. A INDISCIPLINA EM SALA DE AULA

A indisciplina pode ocorrer por vários motivos, dentre eles: sociedade, família, escola, os próprios professores e alunos. As novas tecnologias agravam a situação, quando consideramos a aula tradicional em que o professor conta com poucos recursos. A influência das demais mídias é fundamental nesse processo, pois algumas vezes, trazem informações equivocadas à realidade, fazendo com que o aluno absorva de maneira errônea.

Acredita-se que não exista uma receita para acabar com a indisciplina. Ela carece de um trabalho coletivo para descobrir o porquê do seu início e manutenção (Vasconcelos 1993). O problema da indisciplina escolar é

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