Conhecimento Organizacional

O novo processamento de informações, pelo sistema cartesiano, é a transmissão de informações do ambiente externo para dentro da organização, e com isso adaptar-se ao ambiente em mudança. Se tratando de inovação, o processo já é diferente, pois nesse caso não se insere somente as informações de fora da empresa para o projeto. Na inovação é necessária a criação de novos conhecimentos e informações, de dentro para fora.

Para a criação do conhecimento organizacional, é importante diferenciar a base dessa teoria: conhecimento tácito e o conhecimento explícito. O conhecimento tácito é o conhecimento pessoal incorporado à experiência individual e envolve fatores intangíveis como, por exemplo, crenças pessoais, perspectivas, sistema de valor, de difícil articulação. Já o conhecimento explícito é o que pode ser articulado na linguagem formal, inclusive em afirmações gramaticais, expressões matemáticas, especificações, manuais etc., facilmente transmitido, sistematizado e comunicado. Ele pode ser transmitido formal e facilmente entre os indivíduos.

A criação do conhecimento organizacional é estudada com base em duas dimensões: epistemológica e ontológica. Essas duas dimensões junto dos níveis de conhecimento (tácito e explícito) constrói a espiral do conhecimento, que emerge quando a interação entre o conhecimento tácito e explícito é elevada dinamicamente de um nível ontológico mais baixo para níveis elevados. Essa interação de conhecimentos cria quatro modos: socialização, externalização, combinação e internalização. Esses modos mostram o que o individuo vivencia e mostram como o conhecimento individual foi articulado e repassado para o conhecimento organizacional.

O conhecimento é descrito no texto como similar e ao mesmo tempo diferente da informação, pelo fato de aquele ser sobre crenças e compromissos, sobre uma ação, perspective ou intenção e este é sobre o significado. Basicamente a diferença, de acordo com Bateson (1979) é que a informação é um meio necessário para extrair e construir o conhecimento, ela proporciona um novo ponto de vista, ela nada mais é do que um fluxo de mensagens. Já o conhecimento é afetado por essas informações que o indivíduo traz consigo, influenciando seu discernimento, comportamento e atitude. A informação, portanto, afeta o conhecimento, acrescentando algo a ele ou reestruturando-o.

A informação pode ser interpretada por duas visões: a sintática e a semântica. A informação sintática é a que não possui significado contextual, onde a pessoa não consegue captar a importância real da informação para a criação do conhecimento. Já o aspecto semântico é o que possui significado contextual para um sujeito, sendo mais importante para a criação do conhecimento.

Na criação do conhecimento, por meio do fluxo de informações e da interação com as pessoas e o ambiente, surgem duas dimensões, já mencionadas. A dimensão ontológica, em sentido rígido, é o conhecimento criado apenas pelos indivíduos. Para criar conhecimento, a empresa precisa dos indivíduos e para isso ou ela apoia os indivíduos criativos ou propicia contextos para que criem o conhecimento. A criação do conhecimento nesta base, portanto, simplifica na organização o conhecimento criado pelos indivíduos, formando os conhecimentos de dentro da organização. Já a dimensão epistemológica, é o conhecimento criado de forma tácita e explícita.

O conhecimento tácito é o conhecimento pessoal, criado com base nas experiências pessoais de cada indivíduo, envolvendo fatores intangíveis. Esse conhecimento torna-se difícil de formalizar e compartilhar. O conhecimento explícito é o que pode ser articulado na linguagem formal. De acordo com Polanyi: “o conhecimento que pode ser expresso em palavras e números representa apenas a ponta do iceberg do corpo total do conhecimento, com isso podemos saber mais do que podemos dizer”.

No conhecimento tácito inclui elementos cognitivos e técnicos. Os elementos cognitivos são esquemas, paradigmas, perspectivas, crenças e pontos de vista que fazem o indivíduo criar seu próprio universo de sabedoria. Os elementos técnicos incluem o know-how, o artesanato e as habilidades concretas.

Conclui-se, deste modo, que o conhecimento é criado da interação do conhecimento tácito com o conhecimento explícito, dito como conversão do conhecimento. Essa conversão pode ocorrer de quatro maneiras: