Considerando O Conteúdo Estudado Na Unidade 4 Do Seu Livro, Em Especial A Sessão 3, Qual A Relação Entre Direitos Humanos E Psicologia?

A Psicologia e Direitos Humanos partilham o fato de dizerem respeito a seres humanos em suas mais diversas condições, situações e contextos. Ainda que digam de intervenções diferentes, tem o mesmo objeto de trabalho: o ser humano.

A dignidade humana, eixo dos Direitos Humanos, também pode ser considerada uma meta da Psicologia, já que esta trabalha para o desenvolvimento e melhoria nas condições de vida das pessoas nas mais diversas esferas. Teoria e práticas cotidianas aproximam os dois campos. Os Direitos Humanos não seriam uma questão externa à Psicologia, mas algo que se coloca diariamente em nossa prática profissional e acadêmica. Nossa prática, nossa ciência tem a ver diretamente com a construção dos Direitos Humanos. (CAMINO, 2000).

Considerando que o trabalho do psicólogo tem relação direta com a efetivação dos Direitos Humanos, uma intervenção psicológica pode ser uma ferramenta para garantir um direito ou um instrumento sutil de violação. Daí a importância de uma retomada teórica e prática para contextualizar a utilização do saber psicológico em cada caso concreto. Escapando da armadilha de uma Psicologia classificatória que contribui para a produção de perfis adequados, o psicólogo pode não apenas ser ferramenta para construção dos direitos, mas também trabalhar com os desdobramentos de uma violação.

Em muitos casos, violações de Direitos Humanos vêm acompanhadas de sofrimento e adoecimento, senão físico, psíquico, ambos temas constantes tanto na prática quanto na pesquisa em Psicologia. Se a organização deste sofrimento ou adoecimento for proposta desde o paradigma individualista baseado no determinismo, teremos a ratificação da violação: a pessoa se adapta, considerando a violação uma reação ‘normal’ a algo inadequado que aconteceu na sua intimidade; ou deixa de reconhecer-se titular de direitos por sua raça, gênero, idade, classe social.

Hoje a saúde mental é pensada em rede, de maneira articulada e territorializada. Desde a atenção básica até os centros especializados, os Centros de Atenção Psicossocial – CAPS, todos trabalham para que os direitos das pessoas deixem de ser violados. Este trabalho inclui, pelo fato de um direito não existir isolado, uma constante articulação com as políticas de educação, assistência social, trabalho e cultura.

Devido à importância do tema e as novas configurações da Psicologia, a temática dos Direitos Humanos deve cada vez mais fazer parte da formação dos profissionais do campo, aumentando assim as ações realizadas no sentido de garantir o acesso aos Direitos Humanos. O diálogo entre Psicologia e Direitos Humanos é fundamental para a construção de uma sociedade menos injusta, onde o princípio norteador seja o respeito da dignidade humana.

Referências:

Santos, Cintia Helena dos – Sistemas de proteção e garantias de direitos humanos – Ponta Grossa : UEPG 2014;

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