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Construção De Identidade

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Por:   •  7/9/2013  •  3.424 Palavras (14 Páginas)  •  270 Visualizações

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A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE

A formação da minha identidade

A questão da identidade sempre foi objeto de estudo, pois sempre houve interesse em se saber como ela surgia e como ela se formava. O sujeito constrói sua identidade na interação com outro. Todos nós temos um núcleo ou essência interior, o nosso “eu”, que é formado e modificado num dialogo contínuo com o mundo cultural exterior.

Entendemos por identidade o conjunto de caracteres próprios e peculiares de cada indivíduo, a integração dinâmica de traços que caracterizam de maneira inconfundível, cada ser no tempo e no espaço.

Essa construção da identidade repousa na independência, autenticidade, autonomia e autodeterminação do sujeito, pois o contexto em que está inserido pode possibilitar ou não suas experiências, de modo a atingir os atributos necessários à sua identidade. Nossa identidade é nosso modo de ver, sentir, pensar e agir sobre o mundo.

Identidade

O ser humano é uma totalidade que se realiza materialmente no tempo e no espaço, e, ao mesmo tempo, é uma individualidade, parte dessa totalidade.

Ciampa (1984) afirma que nossa identidade é uma totalidade contraditória, múltipla e mutável, mas ao mesmo tempo una. Por mais que apresentemos contradições no modo de ver, pois podemos mudar com o tempo, continuamos sendo o eu na sua essência: único, singular e reconhecido como tal.

Uma vez que nossa identidade não é social, não podemos separá-la da sociedade, pois as diferentes formas de apresentá-las estão relacionadas com as diversas configurações do social.

Embora o sujeito seja uma totalidade, em cada situação da vida manifesta uma de suas partes, como se fosse um desdobramento das múltiplas configurações. Sua identidade manisfesta-se de várias maneiras através de uma rede de representações que permeia todas as relações, na qual uma identidade reflete a outra.

Segundo Ciampa (1984), antes de nascermos já temos uma representação no mundo. E nesse processo de formação da identidade são apresentados dois conceitos importantes:

Diferença - O grupo social nos dá a diferença: nosso nome, que nos torna únicos e singulares.

Igualdade - E nos dá igualdade: nosso sobrenome, que nos iguala.

Vários autores consultados como Ciampa, Bock, Wallôn, Vygotsky, concordam que, na formação da identidade, o conhecimento próprio é dado pelo conhecimento recíproco dos indivíduos através de seus grupos sociais, com sua história, tradições, valores, etc.

Inicialmente há uma identidade total entre a criança e o outro. Num outro momento, a criança passa a perceber o outro como alguém que está fora dela. Num terceiro momento, é capaz de se colocar no lugar do outro, sem perder sua própria identidade.

No processo de formação da identidade, o sujeito é individual e singular, mas ao mesmo tempo exerce uma multiplicidade de papéis sociais (professora, aluna, mãe, filha esposa, amiga, vizinha). Bock (1988) nos diz que assumir cada um desses papéis significa aprender a ser e a internalizar cada um desses valores, expectativas e julgamento dos outros a respeito de si próprio e idéias a respeito de si e dos outros. Assim vão se formando a auto-imagem (a imagem que cada um tem de si) e a auto-estima (o valor que cada um atribui a si mesmo). Nesse processo de formação do eu, temos modelos ao nosso redor de que tiramos características com as quais nos identificamos e procuramos assimilar.

Para compreendermos a identidade de alguém, precisamos compreender sua história, entender o outro como constitutivo de si próprio, e também o contexto social, político e cultural em que está inserido e que, por estar em processo de transformação, leva a pessoa a também alterar sua identidade.

Identificações

A formação da identidade está intimamente associada às identificações passadas. A integração da personalidade é a soma das antigas introjeções maternas e paternas e recentes identificações com figuras ideais. Em nossa identidade, encontram-se resquícios significativos de pais, professores, vizinhos, amigos, heróis da tv, de histórias, da vida real, além dos costumes, tradições, normas, valores sociais e morais da família e do grupo social a que pertencemos. Todos estes elementos são analisados, selecionados e integrados por nosso eu, resultando uma identidade integrada e diferenciada.

Para D’Andrea (1978), identidade é, então, a capacidade do sujeito de colocar-se em oposição e conseguir o reconhecimento do outro.

O ser humano busca as realizações interiores, cujas expectativas nem sempre correspondem às condições do meio. A definição de sua identidade está, pois, em conquistar seu valores, sua profissão, seu modo de ser, mesmo que este seja contrário ao que o meio lhe impõe. Nesse reconhecimento do outro é que firmamos nossa identidade.

O sujeito que, no final da adolescência, ainda não conseguiu afirmar sua identidade, não sintetizou e integrou esses modelos em sua vida, poderá ser uma pessoa em permanente crise, confusa e desajustada, que representará papéis difusos e contraditórios, nos quais dificilmente se encontrará.

Buscando entender a identidade como produção social e histórica, nos reportamos a Oliveira (1994), que aborda Wallôn e Vygotsky em seus enfoques sociais.

A identidade segundo Wallôn

Em seus estudos sobre o eu, Wallôn diz que a construção do conceito do eu só é compreendida numa estreita relação com o outro. Para ele, esta identidade é uma individualização progressiva que as circunstâncias de vida impõem e que fazem com que nos tornemos uma pessoa única e peculiar.

A identidade segundo Vygotsky

Enquanto Wallôn nos fala de uma subjetividade construída social e historicamente, Vygotsky fala de uma crescente apropriação de modos de ação culturalmente elaborados e apropriados a partir do contato social. Nessa interação, o sujeito internaliza, e torna seu, o modo de ação que eram partilhados com os outros.

As transformações que ocorrem na sociedade moderna provocam mudanças em nossas identidades pessoais, muitas vezes abalando a idéia que temos de nós próprios, o que pode provocar as chamadas “crises de identidade”.

A abordagem do sujeito com uma identidade única e singular, mas ao mesmo tempo múltipla, contradiz com a visão da pós-modernidade. Hall (1999) coloca que o sujeito de identidade

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