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Controle E Custos Operacionais

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Por:   •  26/3/2014  •  1.868 Palavras (8 Páginas)  •  1.489 Visualizações

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Unidade 6

PREVISÃO E CONTROLE DE CUSTOS OPERACIONAIS

6.1 INTRODUÇÃO

A contabilidade de custos é voltada basicamente à indústria. O que diferencia o serviço, em essência, é ausência de estoque de matéria-prima. O produto a ser ofertado ao mercado não é algo tangível, Ele não é armazenado e muitos deles são desfrutados no momento em que são prestados. A oferta, neste caso, é algo que vem diretamente do trabalho, sem produção física, mas que agrega valor aos produtos e tem valor por si só.

Um sistema eficaz de orçamento e de controle de custos permite a tomada de melhores decisões.

Orçamento é o documento através do qual são realizadas as previsões de receitas e despesas, referentes a um serviço ou conjunto de atividades que ocorrerão em um determinado período de tempo. Tal documento é indispensável para que a empresa possa obter o máximo rendimento dos recursos empregados e o equilíbrio de suas finanças.

Através dele, a administração fixa e define as metas a atingir. O orçamento de uma empresa depende do orçamento de cada serviço a ser realizado e, no caso dos transportes, é imprescindível que se faça uma boa previsão dos custos de operação dos veículos.

A administração precisa sempre avaliar os impactos de suas decisões sobre os custos. Deve ter um bom conhecimento acerca dos mesmos, de modo a converter as informações em subsídios que propiciem decisões acertadas (fig. 1).

Figura 1 - Sistema de Tomada de Decisões

Fonte: Amir Mattar - 2001

As terminologias mais utilizadas no ambiente de custos são: Gasto, Desembolso, Investimento, Custo, Despesa e Perda.

Gasto é o esforço que a entidade realiza para a obtenção de um bem ou serviço, mesmo que sejam entregues ou realizados no futuro. As saídas de caixa para atender a aquisição de bens ou serviços representam desembolso e pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou não do gasto.

Investimento é o gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos futuros.

Custo é o gasto relativo ao bem e ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. No caso de uma transportadora, representa os gastos com combustível, pneus, peças e acessórios. É considerado custo à medida que o serviço é prestado.

Despesa é o gasto com bem ou serviço consumido direta ou indiretamente com a finalidade de obtenção de receita.

Perda é o gasto não-intencional decorrente de fatores externos fortuitos ou da atividade produtiva normal da empresa.

6.2 Tipos de Custos

Em nível macro, os custos operacionais dos transportes podem ser classificados em:

• Custos Diretos – Correspondem aos custos fixos mais os custos variáveis.

o Custos Fixos: Englobam o conjunto de gastos, cujo valor, dentro de limites razoáveis de produção, não varia em função do nível de atividade da empresa ou grau de utilização do equipamento. Ou seja, o valor unitário não se altera de forma proporcional à alteração da quantidade produzida.

o Custos Variáveis: São proporcionais à utilização. Ou seja, o valor unitário possui um valor que se altera em relação direta com alterações nas quantidades produzidas.

• Custos Indiretos ou Administrativos: São os custos necessários para manter o sistema de transporte da empresa. Ou seja, são todos os outros custos operacionais que dependem da adoção de algum critério de rateio para sua atribuição à produção de cargas ou assentos transportados. Os custos operacionais indiretos podem ser classificados em: custos operacionais indiretos fixos e custos operacionais indiretos variáveis.

o Custos Operacionais Indiretos Fixos: O valor unitário não se altera de forma proporcional à alteração da quantidade produzida.

o Custos Operacionais Indiretos Variáveis: O valor unitário possui um valor que se altera em relação direta com alterações nas quantidades produzidas.

• Custos Não-Operacionais São todos os custos não recorrentes e recorrentes não relacionados diretamente ao funcionamento da empresa. São custos não-exclusivos das empresas do setor de transporte.

• Custo Total: É o somatório dos custos operacionais e não operacionais da empresa.

A participação do transporte de carga no PIB segundo é de 6,7%, sendo que só o transporte rodoviário participa com 5,6%. Nos Estados Unidos, o custo logístico é de apenas 8,5% do PIB. Na Figura 2 são apresentados os dados relativos aos custos logísticos do transporte de carga.

Figura 2 – Custo do transporte de carga

Fonte: Lima (2004)

Os custos logísticos no Brasil são maiores que nos EUA (fig.3) em função do menor valor agregado de nossas mercadorias, elevado custo de capital e menor nível de atividade do setor de serviços da economia brasileira. Quanto maior é o desenvolvimento de um país, menor será o custo logístico em relação ao PIB.

Figura 3 – Gráfico comparativo de custos logísticos

Fonte: Lima (2004)

A oferta de serviços de transporte, que viabiliza a movimentação de insumos e produtos para a concretização da atividade econômica, tem a influência de variáveis que determinam os atributos de custo e nível do serviço prestado (fig. 4).

Estas variáveis ou características são a tecnologia, que impacta diretamente os custos de operação, a estratégia operacional do transportador, os requisitos institucionais e restrições, que são as regulamentações do setor, como licenças, taxas, documentos de transporte e o comportamento da demanda, que define os investimentos.

A atividade de transporte envolve os chamados agentes do mercado que são o operador, ou seja, o caminhoneiro ou a empresa prestadora do serviço, o embarcador, que é o dono da carga e o regulador, agente ou entidade que controla as operações de transporte.

Figura 4 – Influências sobre a oferta de transporte

Fonte: Kanafani

A escolha de um sistema de transporte leva em conta, não apenas o valor do frete, mas o chamado custo logístico total; composto do custo do transporte (frete), dos custos logísticos fixos (armazenagem, embalagem de transporte, preparação de pedidos, etiquetagem, embalagem, emissão de notas fiscais, fracionamento de carga, atendimento ao cliente, etc.) e custos logísticos variáveis acrescidos do custo total das perdas devido à demora de entregas.

CT = F + CLF + CLV + VP

CT = Custo Total

F = frete

CLF = Custos logísticos fixos

CLV = Custos logísticos variáveis

VP = Perdas das vendas.

6.3 Métodos de custeio

Método de Custeio significa a maneira de se apropriar custo, alocar a uma determinada mercadoria, produto ou serviço os seus custos, sejam fixos e variáveis, diretos ou indiretos.

Tradicionalmente, existem alguns métodos de apropriação mais difundidos, mas nenhum deles considerado perfeito tecnicamente. As dúvidas aparecem no momento da apropriação dos chamados custos e despesas fixas aos itens produzidos.

Os métodos de custeio mais adotados e conhecidos são o Método de Custeamento por Absorção, o Método Variável, o RKW - Reichskuratorium für Wirtschaftlichtkeit, o ABC e o Marginal. Apesar da lógica neles embutidos, todos têm uma dose de subjetivismo e arbitrariedades nas alocações.

6.3.1 Custeio por Absorção ou Integral

Consiste em alocar aos produtos ou serviços todos os custos incorridos, sejam eles diretos ou indiretos. Todos os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos.

Este método considera os custos fixos e variáveis como custo de produção e rateia os custos fixos pelas unidades produzidas. Na Demonstração de Resultados, os custos de produção ou de serviços vendidos aparecem antes do resultado bruto e as despesas após (fig. 5).

Figura 5 – Custo por Absorção

Fonte: Martins - 2008

A apropriação por absorção falha em alguns conceitos, como nos rateios dos custos fixos pelas unidades de produção, cujos valores individuais alocados dependerão do volume produzido ou quilometragem rodada, no caso do transporte rodoviário. O rateio pode levar o gestor a conclusões errôneas.

6.3.2 Custeio Variável ou Direto

O Custeamento Variável ou Direto cumpre a meta de informar a Margem de Contribuição de cada produto, mercadoria ou serviço, conceito bastante útil no gerenciamento de produção e constatação de sua capacidade de absorção dos custos fixos.

Com base no Custeio Variável, só são alocados aos produtos os custos variáveis, ficando os fixos separados e considerados como despesas do período, indo diretamente para o Resultado; para os estoques só vão, como consequência, custos variáveis. O objeto da análise, o transporte de carga, representa o setor de serviço e não industrial, e, portanto não há estoque a ser considerado.

No Método Direto (fig. 6), a linha do lucro varia de acordo com as vendas. Esta é a facilidade de análise que o método permite. A receita de um período é diretamente relacionada com os custos e despesas geradores desta receita, possibilitando uma análise de lucratividade direta.

A lucratividade acumulada nos quatro períodos é igual em ambos os métodos, apenas a apropriação dos custos e despesas diferem em cada período considerado da distribuição da receita. Para o método de absorção, a matéria-prima vira custo quando o produto é acabado e não quando é adquirido.

Figura 6 - Comparação de lucro variável x absorção

Fonte: Martins (2008)

6.3.3 Método de Custeio ABC

O Método de Custeio ABC, Activity Based Costing, pretende reparar ou minimizar as distorções provocadas pelos rateios arbitrários dos outros métodos. Mais do que um método, o ABC pode ser considerado um sistema de custeio, uma ferramenta de gestão de custos. Foi desenvolvido para permitir a apropriação e a alocação mais correta dos custos às atividades da empresa e, dessas, aos serviços oferecidos ao diversos clientes.

Geralmente é adotado como critério de rateio os custos relacionados ao volume de matéria prima empregada, horas de trabalho embutidas, volume de vendas, somatório de custos diretos e outros.

O método vem substituir os critérios por outros dois: a alocação direta e o rastreamento. O próprio rateio pode, no entanto, ser utilizado na impossibilidade de utilização dos dois critérios.

A principal diferença do ABC para os métodos tradicionais é o rastreamento dos recursos e atividades embutidos na fabricação de um produto ou prestação de serviço. A chave para o desafio de identificação destes recursos e atividades são os direcionadores, fatores determinantes dos custos.

O direcionador de recursos facilita a apropriação dos gastos às atividades; ele identifica e demonstra a maneira como são utilizados. Representa a quantidade necessária de um recurso para a realização de uma tarefa.

O direcionador de atividades indica a relação das atividades com os produtos ou serviços.

Figura 7 – Comparativo entre métodos

Fonte: Novaes (2008)

6.3.4 Método de Custeio RKW - Reichskuratorium für Wirtschaftlichtkeit

Método que nasceu na Alemanha, no início do século XX (RKW é a representação das iniciais de um antigo conselho governamental alemão para assuntos econômicos). Trata-se de um método que considera todos os custos e despesas (inclusive as financeiras) passíveis de rateio a todos os produtos. O grande problema, como acontece com os outros métodos tradicionais, é a utilização de critérios de rateio arbitrários.

A técnica estabelece preços a partir dos custos, mas não funciona em economia de mercado. Muitas vezes, alguns empresários chegam até a fixar um valor global de lucro que deseja para suas empresas e os mesmos são distribuídos, em forma de taxas, sobre os custos calculados pelo RKW (custeio por centros de custos). O equívoco está em não se considerar a “vontade” do mercado.

6.3.5 Método de Custeio Marginal

Assim como acontece no método direto, são apropriados nos produtos todos os gastos variáveis, inclusive os gastos com vendas, entretanto, neste caso, a mão de obra direta é considerada como custo fixo de produção e está incluída na Margem de Contribuição, no caso, denominado Lucro Marginal (L.M.).

O Lucro Marginal representa a diferença entre o custo variável unitário e o preço líquido de venda e contribui, assim como a Margem de Contribuição, para absorver os custos fixos e lucro.

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