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Criação De Caprinos E Ovinos

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Por:   •  6/9/2014  •  1.962 Palavras (8 Páginas)  •  533 Visualizações

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Introdução.

A criação de caprinos e ovinos no Nordeste Brasileiro é praticada desde a colonização, principalmente pelo fato dessas espécies serem mais adaptadas às condições ambientais e climáticas desfavoráveis do que a maioria das outras espécies.

A região Nordeste está em mais de 80% coberta pela vegetação nativa da Caatinga. Este tipo de vegetação é utilizado como a principal fonte de alimentação para a maioria dos rebanhos. No entanto, durante a época seca o uso da vegetação como única fonte alimentar limita o potencial produtivo dos rebanhos.

O sistema de produção animal busca através das pesquisas científicas desenvolverem tecnologias para aperfeiçoar o uso da vegetação nativa através de técnicas sustentáveis de uso da Caatinga; bem como, desenvolver e aprimorar o uso de outras fontes de alimentação para estes rebanhos, principalmente durante a época seca.

Se preocupando em flexibilizar práticas de manejo, de modo que, todos os produtores de caprinos e ovinos de corte, independente de seu nível tecnológico, possam encontrar soluções para otimizar os meios que dispõem e melhorar a produtividade de seu sistema.

Importância econômica.

O Nordeste brasileiro tem sido destacado durante séculos como área de vocação para a exploração de ruminantes domésticos, notadamente caprinos e ovinos, pelo potencial da vegetação natural para a manutenção e sobrevivência dos animais destas espécies. Dentre as várias alternativas encontradas para a convivência com a seca, a caprinocultura e a ovinocultura têm sido apontadas como as mais viáveis.

Por outro lado, deve-se registrar que o simples fato de os animais apresentarem potencial produtivo ao longo do ano, não atende aos requisitos básicos de uma atividade voltada para as demandas que se manifestam em um mercado moderno e cada vez mais exigente. Assim, a exploração agropecuária através dos sistemas tradicionais de criação não mais constitui solução para a fixação do homem a terra.

Novos conceitos de organização e gerenciamento da unidade produtiva, a implementação do regime de manejo adequada para cada fase da exploração (produção, recria e terminação) e a adoção de técnicas modernas, são pré-requisitos para a promoção da qualidade de vida do homem rural.

No momento cerca de 50% da carne ovina consumida no Nordeste e Centro-Oeste são provenientes do Uruguai, da Argentina e da Nova Zelândia. Esta informação mostra uma possibilidade enorme de mercado a ser conquistado, principalmente porque no Brasil, especialmente no Nordeste, tem-se potencial para produzir carne de melhor qualidade do que àquela importada.

A pele por sua vez, agrega valor ao produto, uma vez que forem adotadas regras básicas de manejo, este produto poderá representar ater 30% do preço final do animal.

Aspectos Agroecológicos e zooecológicos da produção de caprino e ovins de corte no nordeste brasileiro.

Exigências Ecológicas.

Espécie Caprina.

Os caprinos são adaptados tanto em ambientes mais favoráveis ao seu desenvolvimento quanto às mais extremas condições climáticas, de aridez e de limitações topográficas como áreas de montanha.

Com relação ao hábito alimentar, os caprinos são classificados como de hábito intermediário ou misto, já que possuem a capacidade de consumir tanto alimentos de maior valor nutritivo (concentrados) como alimentos mais ricos em fibras (capins). Como principal característica deste grupo está maior preferência por conteúdo celular (proteína) e uma menor capacidade de digerir celulose (fibra).

Quanto ao comportamento alimentar, os caprinos como animais intermediários, apresentam maior adaptabilidade às modificações de alimentação. A pele dos caprinos por ser coberta de pêlos, oferecendo uma boa proteção contra o calor e sol forte. A troca de calor com ambiente se dá através da evaporação pulmonar.

As raças naturalizadas (moxotó, canindé) tendem a ser mais adaptadas ao clima Semi árido do Nordeste.

Espécie Ovina.

Os ovinos que habitam em regiões tropicais semi-áridas devem apresentar como principal característica a tolerância a temperaturas elevadas. A pele deve ser coberta por pêlos que protegem do sol sem interferir com a ventilação. Os processos de troca de calor com o ambiente, na espécie ovina, se dão principalmente por evaporação pulmonar, tendo em vista que os ovinos não possuem glândulas sudoríparas eficientes.

Por esse ponto de vista os animais mais adaptados seriam os das raças naturalizadas: Morada Nova, Cariri e Rabo Largo. No entanto, deve-se atentar para o fato de que animais muito adaptados em geral apresentam baixos índices produtivos.

Para implementar sistemas mais eficientes de produção, a introdução de genótipos que apresentem algumas características estratégicas de adaptação e bom potencial de produção fez aumentar na região Nordeste os rebanhos das raças Santa Inês e Somalis.

A exigência de água dos ovinos tropicais varia de 1,5 kg a 2,5 kg/kg de alimento consumido. Essa variação ocorre em função do estado fisiológico do animal, sendo que fêmeas prenhes necessitam da ingestão de maiores quantidades de água. Os ovinos obtêm água de três fontes: in natura, água contida nos alimentos e por oxidação de alimentos e dos tecidos do corpo. O processo de oxidação dos alimentos fornece substancial quantidade de água, pois, a oxidação de 1,0 kg de carboidrato produz 0,5 kg de água.

A principal fonte de alimentação para os rebanhos na região Nordeste durante a época chuvosa e no início da época seca é a vegetação nativa da caatinga, onde os ovinos consomem a forragem produzida por elevado número de espécies botânicas, principalmente herbáceas durante o período das águas. Características anatômicas, como tamanho da boca e lábio inferior partido, possibilitam a seleção de plantas e partes de plantas de melhor valor nutritivo por ovinos em pastejo na vegetação nativa.

Raças e Grupos Raciais de Caprinos de Corte.

As principais raças de caprinos indicadas para o Nordeste brasileiro são a Anglo-nubiana linhagem corte, a Boer, a Savana, a Kalahari, a Moxotó e a Canindé além dos tipos raciais Marota, Repartida, Gurguéia e SRD

Tabela 1. Características de Grupos Raciais de Caprinos de Corte indicadas para o Nordeste Brasileiro.

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