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Cultivo E Consumo Do Alface

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Por:   •  24/6/2014  •  2.775 Palavras (12 Páginas)  •  1.259 Visualizações

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introdução

A alface é cultivada em todas as regiões brasileiras e é a principal salada consumida pela população, tanto pelo sabor e qualidade nutricional quanto pelo reduzido preço para o consumidor. A evolução de cultivares e sistemas de manejo, tratos culturais, irrigação, espaçamentos, técnicas de colheita e de conservação pós-colheita e mudanças nos hábitos de alimentação impulsionaram o cultivo e tornaram a alface a hortaliça folhosa mais consumida no país.

O Brasil possui uma área de aproximadamente 35.000 hectares plantados com alface, caracterizados pela produção intensiva, pelo cultivo em pequenas áreas e por produtores familiares, gerando cerca de cinco empregos diretos por hectare (COSTA; SALA, 2005). Os estados de São Paulo e Minas Gerais são os maiores produtores de alface do país, sendo que somente o estado de São Paulo plantou 6.570 ha em 2006, produzindo 129.077 toneladas (IEA, 2007). Na região Centro-Oeste, os maiores produtores são os municípios de Goiânia, Anápolis e a micro região do Entorno de Brasília. Somente no mês de junho de 2007, foram comercializados 163.065 kg de alface no Distrito Federal (CEASA-DF, 2007).

Os primeiros estudos sobre cultivos orgânicos ocorreram na Índia na década de 1920 com Albert Howard que desenvolveu pesquisas que ressaltavam a importância da matéria orgânica para manutenção da fertilidade e da vida do solo e, consequentemente, para nutrição das culturas. Seu trabalho durante 40 anos com cultivos não convencionais resultou em um trabalho publicado em 1940 (“An Agricultural Testament”) que contém muitas informações a respeito da interação positiva entre uma agricultura saudável e equilibrada com a saúde humana e ambiental.

No Brasil, a idéia do cultivo orgânico ganhou força e apoio da mídia nos últimos anos, conquistando a confiança da população que, por sua vez, procurava opções de uma alimentação mais saudável aliada à crescente preocupação com a preservação do meio ambiente.As estatísticas sobre produção e comercialização de produtos orgânicos no Brasil ainda são muito incipientes.

A estimativa do custo de produção da alface orgânica em março de 2006 foi de R$ 6.023,84 por hectare, sendo que o custo por unidade foi de R$ 2,41, considerando-se uma produtividade de 12.500 kg/ha. Já no sistema convencional, este valor ficou em torno de R$ 6.766,04 por hectare e R$ 2,26 por unidade para uma produtividade estimada em 15.000 kg/ha. Há também de considerar-se que, além do custo de produção por área ser inferior, o produto orgânico tem uma valorização média em torno de 20% em relação ao cultivo convencional (EMATER-DF, 2007).

Manejo ecológico nos cultivos orgânicos de alface

A propriedade orgânica é considerada um agroecossistema e depende da biodiversidade local, das interações biológicas entre espécies e, principalmente, da vida existente no solo.

Desta forma, um sistema de produção orgânico de alface deve estar integrado com outros elementos da propriedade, como cordões de contorno ou ‘quebra-ventos’, rotações e consórcios com outras culturas, criação de pequenos animais e a exploração dos fatores inerentes ao ambiente e dos recursos internos à propriedade. A diversificação é fundamental para o estabelecimento de um sistema equilibrado e sustentável para o cultivo a longo prazo.É importante também a subdivisão da propriedade em talhões e faixas de cultivo com o uso de cordões de contorno para separá-los. Essas faixas de vegetação permitem o isolamento das áreas de cultivo convencional circunvizinhas, funcionam como barreiras fitossanitárias dificultando a livre circulação de pragas e doenças entre propriedades vizinhas e entre os talhões de cultivo; criam um microclima mais favorável para o cultivo da alface e funcionam como área de refúgio e abrigo para inimigos naturais e outros pequenos animais úteis.

O cordão de contorno é um componente fundamental para a diversificação do sistema e pode ser implantado com a introdução de espécies vegetais de múltiplas funções, incluindo plantas de interesse econômico e outras do ecossistema local como arbóreas, atrativas e ornamentais.

O manejo e a exploração equilibrada do solo em sistemas orgânicos de produção exigem o emprego de práticas como a alternância de culturas e a sucessão vegetal, levando à prática da rotação de culturas. Para o uso correto desta prática é necessário que o produtor tenha um bom sistema de gerenciamento da propriedade, incluindo a subdivisão dos talhões em faixas de cultivo e um método adequado de identificação dessas áreas. A eficiência do sistema de rotação depende do estabelecimento de uma escala de plantio de espécies com diferentes exigências nutricionais e que explorem diferentes camadas do solo. Essa prática permite explorar os recursos do solo de maneira mais racional, evitando seu esgotamento. Devem-se alternar culturas mais exigentes com culturas menos exigentes em nutrientes (rústicas), que exploram profundidades diferentes do solo. Outro aspecto igualmente importante da rotação é evitar a proliferação e acúmulo de doenças e pragas, que num sistema intensivo de cultivo, como no caso da alface, pode ocorrer de forma bastante acelerada.Em função do uso intensivo do solo no cultivo de alface, o produtor deve prever um intervalo para descanso e recuperação do solo (pousio).

Durante o pousio, o produtor deve implantar espécies de adubos verdes para recomposição e manutenção das propriedades químicas, físicas e biológicas do solo. A produção de alface, mesmo em pequenas áreas, permite o consórcio com espécies eficientes na utilização dos recursos de produção como espaço, nutrientes, água e luz.

O consórcio entre espécies de hortaliças pode ser adotado em áreas sob cultivo orgânico como forma de uso mais intensivo da área de plantio. Além disto possibilita maior diversidade biológica e maior produção por unidade de área e proporciona renda extra ao agricultor e menor impacto ambiental em relação à monocultura. A alface pode ser consorciada com outras espécies de interesse comercial ou que apresentem outras funções, como atração de inimigos naturais, repelente de insetos e fornecedora de nutrientes. Entretanto, deve-se sempre considerar a afinidade entre as culturas, pois a alface possui plantas companheiras e antagonistas. É importante observar quais espécies se desenvolvem melhor quando associadas. O consórcio pode ser feito em linha ou em faixas, onde são intercaladas uma ou mais espécies com a cultura principal. No caso dos consórcios em faixas para alface, as faixas de cultivo coincidem com o próprio canteiro. Pode-se consorciar alface/cebolinha, alface/cenoura,

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