E Seu Nome é Jonas

1. Jonas passou por alguns tipos de procedimentos e atendimentos clínicos (Clinica para deficientes mentais, terapia fonoaudiólogica, uso de aparelho auditivo). Em sua opinião, por que isto acontece e quais seriam os benefícios destes atendimentos para um sujeito surdo?

Uma palavra explica o que aconteceu com Jonas – PRECONCEITO, que também pode ser definido como medo e incapacidade da sociedade e da família em lidar com “os diferentes” , incapacidade do médico ao fazer um diagnóstico errado, e mesmo depois de diagnosticada a surdez ao que parece não conseguem descobrir o grau de surdez do menino.

Devemos entender que a sociedade da época (anos 70) não estava preparada para lidar com crianças com dificuldades variadas, hospital ou internamento não é o melhor para crianças com deficiência mental e certamente menos ainda para uma criança surda.

Terapia fonoaudióloga para alguém que tem surdez total é ineficaz, assim como o uso de aparelho auditivo.

2. Que considerações você faria acerca do desenvolvimento identitário de Jonas, sendo que este cresceu sem contato com sujeitos que compartilhassem da mesma identidade, cultura e da mesma forma experenciar o mundo?

Complicado, visto que é a interação social que nos socializa, aprendemos com a troca, com o outro. Jonas não teve o acesso a uma forma de comunicação que lhe permitisse a interação com o meio, o filme não mostra que ele na realidade estava com o desenvolvimento comprometido, que os três anos no hospital lhe tiraram parte da capacidade de aprender. Jonas era alguém que não sabia o que sentia, o que via. Não tinha parâmetros de comparação.

3. Escreva a respeito do que pode observar sobre o processo de aquisição de língua pelo menino surdo?

A aquisição de língua, de uma identidade que lhe permitisse ser uma pessoa somente acontece quando Jonas interage com um adulto surdo, através da linguagem de sinais, e ocorre a partir da necessidade que tem o menino em dizer que gosta de cachorro-quente.

4. No decorrer do filme, qual foi o valor atribuído à Língua de Sinais e à Língua oral? Você acha que o que foi mostrado no filme a este respeito coincide com o que com o que acontece em nossa sociedade?

No filme a linguagem oral é supervalorizada, afinal é a língua da maioria, única forma do surdo ser um cidadão pleno, capaz e útil. Já a Língua de Sinais é tida com se fosse restritiva, isoladora do convívio com a sociedade, algo como uma língua estrangeira compreendida por poucos. Na nossa sociedade coincide em parte, visto que o preconceito é menor. Nos dias atuais a língua de sinais já não é tida como restritiva, mas sim, como único meio de comunicação dos surdos, mais ainda é uma forma de comunicação pertencente a um gueto, não é mais “restritiva”, mas é restrita. O surdo consegue se comunicar com os amigos, com a família e professores, mas não com a maioria da sociedade. Esta comunicação plena somente vai acontecer quando a linguagem de sinais fizer parte do ensino fundamental e médio.

5. Diferencie a maneira pela qual a surdez e a Língua de Sinais são concebidas pelos surdos e pelos profissionais das áreas clinicas.

Para os médicos