EFEITOS DA GINÁSTICA LABORAL SOBRE A QUALIDADE DE VIDA DOS ESTAGIÁRIOS DO EAD DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS - UNIGRAN

1 INTRODUÇÃO

Segundo Mendes e Leite (2008), a Ginástica Laboral apesar de parecer nova surgiu em 1925 – como uma ginástica de pausa para operários – inicialmente na Polônia, depois Holanda, Rússia, Bulgária, Alemanha Oriental e em outros países, na mesma época.

Por ser uma ginástica total, a GL trabalha o cérebro, a mente, o corpo e estimula o autoconhecimento, visto que amplia a consciência e a auto-estima e proporciona um melhor relacionamento consigo mesmo, com os outros e com meio, além de recuperar e/ou manter a capacidade de amplitude de movimentos que as pessoas possuem naturalmente, ela oferece um novo espaço de qualidade de vida, saúde e lazer, por ser realizada de maneira espontânea e criativa pelo trabalhador no próprio ambiente e horário de trabalho. Os objetivos são a prevenção e a reabilitação das doenças que o trabalho repetitivo, monótono e estressante pode acarretar aos trabalhadores. Para as empresas, os principais objetivos são de diminuir os acidentes de trabalho, reduzir o absenteísmo e a rotatividade, aumentar a produtividade, melhorar a qualidade total, prevenir e reabilitar doenças ocupacionais, como tendinites e DORT. (MENDES; LEITE, 2008).

Segundo o autor supracitado a saúde dos trabalhadores deve ser avaliada dentro dos aspectos ocupacionais físicos, químicos, biológicos, mecânicos, ergonômicos, psíquicos e sociais. Além disso, o trabalhador necessita de uma abordagem global, de como está sendo executada sua tarefa no trabalho, o ambiente ocupacional, as relações interpessoais, os hábitos de sono e alimentares, a aptidão física, entre outros.

Diante disso, a relevância do presente trabalho é comprovar que a Ginástica Laboral motiva uma mudança de comportamento, ou seja, estimula os trabalhadores a assumirem um estilo de vida mais ativo e saudável, minimizando o impacto de doenças relacionadas ao sedentarismo, como as doenças cardiovasculares e osteomusculares.

2 DESENVOLVIMENTO

A dura jornada de trabalho aliada à falta de atividade física, com o passar do tempo traz consigo sérios problemas para a saúde, tais como dores corporais, estresse, falta de disposição para o trabalho com consequente desmotivação, desequilíbrio emocional, dificuldades no relacionamento interpessoal, entre outros (CARVALHO, 2001; LIMA, 2005; ACHOUR, 1999).

Carvalho (2001) cita que o trabalho é bom e necessário ao ser humano, porém, é sabido que há uma relação entre o trabalho e a doença, relação essa ignorada por muito tempo e que nos dias atuais, com a evolução das exigências impostas pelo mercado de trabalho e o trabalhador cada vez mais apresentando sintomas de desgaste físico e mental, as próprias empresas estão implantando programas que o beneficiem.

Segundo Martins e Barreto (2007), a atividade física é essencial para que o ser humano viva com saúde, por isso a importância da implantação de programas de prevenção da mesma, como a ginástica laboral, realizadas em ambientes cada vez mais sofisticados e desenvolvidos.

Neste contexto, a ginástica laboral tem se destacado e vem sendo implantada nas empresas, por promover os mais diversos benefícios para o trabalhador e o seu cotidiano. Ao valorizar o bem estar de seus funcionários, as empresas acabam ganhando com a produtividade, já que estes apresentam melhor disposição e saúde (CARVALHO, 2001; MARTINS, 2001).

O organismo humano está sempre em busca de equilíbrio, seja químico, biológico ou físico e os sinais que apontam o estresse físico são dores de cabeça, pescoço, ombro, costas, ansiedade e sinais mentais, perda da concentração, sensação de isolamento, conversa negativa consigo mesmo, mudança no comportamento, como andar de um lado para outro, falar rapidamente, incapacidade de relaxar, fadiga, insônia, apetite fora do normal, são fatores comumente observados em trabalhadores (LIMA, 2005).

França e Rodrigues (1999) explicam que o estresse é um desgaste sofrido por determinadas situações de pressão, onde se passa a ter pensamentos negativos, o aparecimento de queixas, sintomas como dores nas costas e outros, sendo assim, é fácil escutar frases onde se dizem que são dores psicológicas, pois o termo é usado indevidamente, sendo que são respostas do organismo em relação às condições de trabalho, saúde e até personalidade.

Dejours (1992) relata que fatores pré-dispostos do estresse, como ansiedade, são encontrados no trabalho e em muitas vezes, as causa são conflitos por hierarquia com o chefe, companheiros de trabalho, às vezes por ritmo imposto para a produção e uma cobrança para obtenção de resultados, tudo isso faz com que haja uma sobrecarga no funcionário e consequentemente a sua desmotivação ao trabalho e até mesmo em sua vida pessoal.

Santos (1995) define o estresse como tudo aquilo que de uma forma ou de outra interfira no cotidiano do ser humano, seja físico ou mentalmente, como o abuso de tarefas, uma pressão imposta pelo chefe e outros como acidentes, mudança no meio ambiente, medo e frustração.

Para Delbin e Moraes (2005), a ginástica laboral consiste em exercícios de relaxamento e aquecimento preparando o trabalhador para o seu serviço, pois os deixam com músculos, tendões e ligamentos prontos para a jornada que irão enfrentar. Os autores ainda se referem aos benefícios que a empresa promove aos seus trabalhadores, quando implantam um programa de ginástica laboral como forma de levar a saúde para seus colaboradores, conseguem assim, com consequência, ter menos afastamento e faltas por causa de lesões físicas e melhoram sua imagem diante de seus colaboradores.

A ginástica laboral deve ser um momento de descontração, relaxamento, distração e uma forma de se exercitar. Com isso, ela promove a interação entre os funcionários e proporciona um momento para que o indivíduo seja um ser mais integral, deixando o ambiente de trabalho mais descontraído (MENDES; LEITE, 2008).

Martins (2001) descreve a GL como a atividade que é realizada antes, durante e após o dia útil dos trabalhadores, onde os exercícios são feitos com a duração de 10 a 15 minutos diários ou no mínimo três vezes por semana, ajudando na prevenção da saúde, diminuindo o estresse, também visando à melhora dos vícios posturais, assim evitando a fadiga muscular e prevenindo acidentes de trabalho.

Mendes e Leite (2008) acrescentam que a GL aparece como um caminho para humanizar as organizações e as evidências pesquisadas e observadas na prática, mostrando esse direcionamento. Com isso, juntos, o trabalhador e a empresa só têm a ganhar.

3 METODOLOGIA

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