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Educação Fisica Escolar

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Por:   •  26/3/2014  •  2.428 Palavras (10 Páginas)  •  294 Visualizações

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A Educação Física escolar vem a algum tempo apresentando significantes avanços no campo teórico através de sua produção científica. Essa área de conhecimento vem na tentativa de romper com alguns modelos pedagógicos que nortearam essa disciplina na escola até aproximadamente três décadas atrás.

Quando se pensa em novas abordagens e novas tendências, naturalmente novas perspectivas surgem, como uma possibilidade de que novos resultados possam ser obtidos devido à tentativa de renovação. Na Educação Física escolar não é diferente, pois com o surgimento das novas abordagens pedagógicas acredita-se que uma renovação no campo prático é possível. Buscaremos nesse presente trabalho apontar para alguns avanços, dificuldades e incógnitas da Educação Física na escola norteada por seu pensamento renovador.

Metodologia

Para os fins deste trabalho, utilizaremos como procedimento metodológico a pesquisa bibliográfica. Segundo Lakatos e Marconi (2003), a pesquisa bibliográfica, utiliza-se de como fontes de consulta em diferentes tipos de publicações (livros, artigos, publicações avulsas, etc.).

Um pouco de história

Inicialmente, ressalto que o presente trabalho não se aterá a um resgate histórico profundo da Educação Física no Brasil, e sim, localizar os principais fatos dessa área de conhecimento e sua relação com a escola. Para que se compreenda o atual momento da Educação Física, seu objeto de estudo e conhecimento, torna-se necessário considerar suas origens no contexto brasileiro, passando pelas principais influências que marcaram e caracterizaram essa disciplina. No pequeno resgate histórico em que apresentaremos, buscar-se-á subsídios para entender seu contexto atual.

Delineando pela História da Educação Física, mais precisamente nos períodos de sua entrada na escola, temos relatos de sua presença na escola ainda no século XIX. Conforme Betti (1991) o Projeto n° 224, recebeu um Parecer de Rui Barbosa, que recomendou a instituição de uma seção especial de ginástica para ambos os sexos, e fosse oferecida pelas escolas normais. No entanto, a implementação da Educação Física de fato, ficou restrita até os primeiros anos da década de 1930 restrita apenas em parte no Rio de Janeiro (até então capital da República) e nas escolas militares.

Foi no contexto de reformas educacionais iniciadas na década de 1920, que os diversos Estados da Federação realizaram suas reformas educacionais que a Educação Física foi incluída com o nome de ginástica (BETTI, 1991).

Conforme Betti (1991) a partir de meados da década de 1930, a concepção dominante na Educação Física é baseada na perspectiva higienista, sendo que a preocupação central é com os hábitos de higiene e saúde, com a valorização do desenvolvimento físico e moral, tendo o médico higienista um papel destacado. No modelo militarista, os objetivos da Educação Física na escola eram vinculados à formação de uma geração capaz de suportar o combate, a luta, para atuar na guerra, por isso era importante selecionar indivíduos “perfeitos” fisicamente, excluir os incapacitados.

Soares (et. al.,1992) ao mencionar as influências que norteavam a Educação Física nesse período,destaca que :

no desenvolvimento de seu conteúdo da Educação Física Escolar o médico , e mais especificamente o médico higienista, tem um papel destacado, sendo esse profissional um personagem quase indispensável , porque exerce uma autoridade perante o conteúdo de ordem biológica por ele dominado . Esse conhecimento vai orientar a função a ser desempenhada pela Educação Física na escola: desenvolver a aptidão física dos indivíduos. As aulas eram ministradas por instrutores do exército, que traziam para as instituições os rígidos métodos militares da disciplina e da hierarquia (p.53).

De acordo com Brasil (1997, p.19) “no século passado, a Educação Física esteve estreitamente vinculada às instruções militares e à classe médica”, sofrendo influências nos seus modos de concepção e ensino dessas duas vertentes. A Educação Física ministrada na escola nessa época tinha como objetivo a formação de indivíduos fortes e saudáveis para contribuir com a indústria nascente e defender a pátria (SOARES, et al. 1992).

Diversos autores Soares (et al., 1992); Darido (2003; 2005); Betti (1991) e os PCNs (Brasil, 1997), destacam que em ambas as concepções (higienista e militarista) a Educação Física era considerada como disciplina meramente prática, não necessitando de uma fundamentação teórica que desse suporte, por isso, não havia uma distinção evidente entre a Educação Física e a instrução militar, não sendo necessário para ensinar Educação Física dominar conhecimentos, e sim ter sido um ex-praticante.

No campo constitucional, apenas em 1937, pela primeira vez na história do país, uma constituição fazia referência direta à Educação Física, determinando a obrigatoriedade da Educação Física, ensino cívico e trabalhos manuais na escola primária, enquanto no ensino secundário, a reforma Capanema tornou a Educação Física obrigatória a todos os alunos até 21 anos de idade (Betti, 1991).

As aulas de Educação Física eram associadas a movimentos ginásticos, principalmente pelos interesses militares, tendo reforçado esse tipo de aula o período da 2ª Guerra mundial, e estendendo-se até a década de 1960. Conforme Soares (et al., 1992) após a 2ª Guerra Mundial surge na Educação Física outras tendências disputando a supremacia no interior das escolas. Darido (2005) destaca que na década de 60, quando os generais assumiram o Poder executivo do país (1964), o governo planejou usar as escolas públicas e particulares como fonte de propaganda do regime militar.

Nesse período, o conteúdo da Educação Física passa a ser predominantemente o esporte, fato este destacado por Soares (et al. 1992) p “que essa influência do esporte no sistema escolar é de tal magnitude que temos, então, não o esporte da escola, mas sim o esporte na escola” (p.54), sendo que essa fase da Educação Física é denominada de esportivista.

Betti (1991) ressalta que nesse período, o método de ensino era o método esportivo, os objetivos estavam relacionados ao modelo econômico vigente, sendo a Educação Física voltada para o esporte de rendimento com o intuito de formação de atletas, destacando ainda, a ascensão do esporte à razão do Estado, e a inclusão do binômio Educação Física/Esporte na planificação estratégica de governo.

Darido (2005) menciona que é nessa fase da história que o rendimento,

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