TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Estudo Dirigido 1

Monografias: Estudo Dirigido 1. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  23/10/2013  •  1.294 Palavras (6 Páginas)  •  241 Visualizações

Página 1 de 6

ATIVIDADES DISCURSIVAS IIInstrução

: Leia a Resenha abaixo para responder às questões propostas.

Resenha: "Mas Ele Diz que me Ama...": Cegueira Relacional e ViolênciaConjugal

Book review: "But He says He Loves me...": Relational Blindness andConjugal Violence

Fabrício Guimarães

I

; Eduardo Chaves da Silva

I

; Sérgio Alberto BitencourtMaciel

II,1

I

Universidadede Brasília Psicossocial Forense

II

Núcleo Psicossocial Forense

Ciclo de Violência na Relação

O padrão é mais ou menos esse: beijo! Tapa! Beijo! Tapa! Beijo! Tapa! Para cada tapa,ganhamos um beijo, e para cada beijo ganhamos um tapa. Em qual deles escolhemos acreditar? No beijo, é claro. É o que nos mantém ali

(Penfold, 2006, p. viii-ix).Pelfond (2006) relata em sua obra a suas experiências conjugais que se perpassaram ao longo de10 anos. O livro é protagonizado por Rosalind (Ros) – 35 anos, empresária – e Brian – viúvo, paide quatro filhos. A narrativa mostra como Ros passou de uma mulher forte e bem-sucedida aesposa violentada e maltratada. Trata-se de um livro ilustrado e de fácil compreensão, fatoresdiferenciais da obra em relação às outras sobre o tema. Conta de forma bem didática, detalhes daconstrução e manutenção da dinâmica violenta. Segundo o

site

oficial (www.friends-of-rosalind.com

), o livro foi lançado originalmente no Canadá e traduzido para 10 paises, inclusiveo Brasil.O objetivo deste trabalho situa-se em promover uma discussão teórica a respeito do ciclo deviolência conjugal e das crenças compartilhadas que contribuem para a manutenção dorelacionamento violento dos personagens do livro, a partir da literatura especializada da área e daexperiência dos autores deste trabalho em atendimentos psicossociais no âmbito da Justiça doDistrito Federal a casais que vivenciam situação semelhante ao do casal protagonista.A discussão se baseia na teoria do ciclo de violência (Walker, 1979, citada por Angelim, 2004), epropõe o conhecimento de uma relação violenta a partir de uma perspectiva sistêmica e dinâmica.Walker defende a existência de três fases:

Construção da Tensão:

começam os incidentesmenores, uma tendência a considerar os fatos como se estivessem sob controle e uma aceitaçãopor meio de explicações racionalizadas.

Tensão Máxima:

ocorre o descontrole da situação e asagressões são levadas ao extremo. Há uma reconfiguração da dinâmica relacional, podendo surgirseparação, intervenção de terceiros ou manutenção da relação violenta.

Lua de Mel:

ocorre umareestruturação do relacionamento. O agressor relata desejo de mudança, promessa de que nãoocorrerá mais violência e restabelece a relação conjugal. Com o tempo, devido à dinâmica e aodesgaste relacional, tende-se a iniciar um novo ciclo.Penfold (2006) descreve o processo de vários ciclos na dinâmica do casal. A violência se instalousutilmente e atingiu todos os níveis e formas. Os momentos da fase de Lua de Mel ficaram maiscurtos, cedendo lugar às fases de Construção da Tensão e Violência Máxima. A Lei 11.340/06,conhecida como "Lei Maria da Penha", define cinco formas principais de violência contra a

mulher: física; psicológica, sexual, patrimonial e moral (Brasil, 2006). Guimarães, Tusi e Rangel(2006) relatam que a violência contra crianças e adolescentes abrange ameaças, negligência,chantagens, humilhações, espancamentos e abuso sexual. A relação descrita na obra propicioutodos esses tipos de violência e mostrou como suas conseqüências deletérias atingiram todos osaspectos da vida de Ros e das crianças.Penfold (2006) é brilhante ao mostrar como a participação da família, amigos e ajuda profissionalforam fundamentais na luta da protagonista contra o agressor e, de certa forma, contra si mesma.Sendo assim, tudo conclama para a necessidade de intervenção em rede e o empoderamento dogrupo familiar, em especial da mulher (Silva, 2006).

Crenças anestésicas

Por que Brian se comportava daquele jeito? Quase morri tentando descobrir. Por que não fuiembora? Essa pergunta é mais importante. Eu acreditava em dar a outra face... que ele meamava... que ele iria mudar... que eu podia proteger seus filhos... que meu amor o tornariamelhor... usei incontáveis desculpas para racionalizar minha insistência no relacionamento, porque me recusava a encarar a verdade

(Penfold, 2006, p. ix).Para entender a perpetuação do ciclo de violência, Ravazzola (1998) defende que ocorre umaverdadeira anestesia ou "duplo cego". Nesse processo, a pessoa tira do seu campo de consciênciauma parte da experiência e fica incapaz de sequer perceber essa falta, o que, por um ladoassegura sua sobrevivência, mas por outro, a mantém presa ao ciclo relacional abusivo.O agressor se sente vítima do comportamento da mulher ou dos filhos; teme a independênciadestes; não percebe o sentimento dos outros e nem consegue nomear sua insegurança, e por issotem que controlar a ação destes e evitar a intervenção de terceiros na dinâmica de sua família. Avítima se sente inferior e destituída de poder sobre sua própria vida; acredita que deve cuidar dosoutros, em detrimento de si mesma; possui baixa auto-estima

,

desconhecimento de seus recursospessoais e seus direitos; acredita que há algo errado em si mesma e alimenta sentimento de culpapela violência que sofre. Cabe ressaltar que a experiência em atendimento psicossocial dosautores corrobora a tese de que tais crenças são compartilhadas por agressores, vítimas e demaisatores do contexto (Ravazzola, 1998).No decorrer do livro, essas crenças anestésicas se aperfeiçoam na medida em que a violênciaaumenta. Ros iniciou com uma leve confusão no primeiro ciclo até ela verificar que "

não

...

Baixar como (para membros premium)  txt (9.2 Kb)  
Continuar por mais 5 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com