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Fio a fio, de Gilda Chataignier Resumo Livro

Por:   •  19/10/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  7.897 Palavras (32 Páginas)  •  579 Visualizações

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Introdução

Começamos perguntando o que seria um tecido. Imaginamos um pedaço de pano com forma, cor e textura que idealizamos. Segundo estudos, muitas pessoas quando pensam em tecidos associam logo a cor branca. A maior parte da produção têxtil é designada a confecção de roupas e aviamentos. Mas não podemos esquecer outros usos de fibra têxtil em inúmeros objetos, como a mangueira dos bombeiros, as bandeiras, guarda-chuva, calçados entre outros.

Nesse livro aprendemos sobre o uso do tecido, seu toque, a sua capacidade protetora e a sua mensagem estética. Vamos aprofundar e compreender que o tecido por meio dessas características tem vida, tem alma, tem fantasia e charme. O tecido é apresentado por seus inúmeros aspectos aos diversos profissionais, estudantes de moda, industrias, vendedores, compradores, etc. Trazendo para os amantes da moda o conhecimento do universo quase desconhecido dos tecidos. Com o nascimento do prêt-à-porter perdeu-se o hábito de ir até os armarinhos para comprar tecidos e de usar os serviços das costureiras.

Os leitores vão encontrar um precioso glossário têxtil, útil para quem lida com o mercado da moda. Esse estudo forma a base sem a qual ninguém pode ser um estilista de renome.

Capítulo 1  - Tecer, um verbo cheio de tramas

Como um signo, as roupas e os tecidos usados nelas sempre foram um forte meio de comunicação. Isso ocorre desde os primórdios da raça humana e sua sociedade, onde eram usados folhas, frutos, peles, entre outros materiais para a proteção e para a necessidade de se enfeitar. Esse processo de necessidade e da disposição de materiais levou a novas técnicas para a fabricação de objetos, ou design de peças utilitárias, tais como cestas, as quais eram produzidas através do cruzamento e entrelaçamento de matéria prima disponível. A partir da descoberta de novas técnicas o processo de cestaria levou a descoberta da fabricação de tecidos.

As fibras vegetais foram o próximo passo para a fabricação de panos, os quais tinham textura, forma e cor num estágio primário. Tecelagem é o processo de entrelaçamento dos fios verticalmente (urdume) e horizontalmente (trama). Os fios podem ser de origem natural, animal, mineral e química.

Na tecelagem plana há preparações para os fios antes de tecer: Urdimento (passagem dos fios de urdume para o rolo), Engomagem (revestimento dos fios com um tipo de “cola” para que os fios não se quebrem ou desgastem) e Engrupagem (amarrar os fios de urdume, já no tear, para que haja a continuidade dos mesmos).

Métodos específicos e diferenciados para tecer

  1. Manual:
  1. Tear pente-liço:

Possui dois rolos, o superior e inferior, e também uma moldura de madeira chamada de pente ou liço, a qual tem furos que são atravessados pelos fios de urdume. Suas funções consistem em abrir alternadamente os fios para a passagem da trama e embater seus fios para dar mais consistência, encostando as tramas uma por uma.

  1. Tear de pente:

Existem o médio e o fino, o primeiro é usado para a fabricação de tecidos mais pesados como tapetes, tendo dois fios por centímetro, o segundo é usado para a fabricação de tecidos mais leves como lenços e peças de vestuário, trabalhando com quatro fios por centímetro.

  1. Mecânico:
  1. Duas manchas (bastidor ou tear): os fios de urdume são ligados pelas tramas.
  2. Pentes: multiplicar em infinitas vezes o desenho do tecido.
  3. Mecânico: entre muitos os mais complexo é o jacquard, tecendo dos dois lados do pano.
  4. Automático: computadorizados, os teares são programados para diversas funções e corrigem erros.

Entrelaçamento dos fios

  1. Comuns ou planos: fios paralelos entrelaçados pelo urdume e trama, formando um ângulo reto, exemplo tricoline.
  2. Malhas: podem ser formadas por urdume ou trama. Elas se interpenetram e se apoiam dos sentidos vertical e horizontal, tendo aspectos como tricô ou piquê.
  3. Malharia de urdume: são rendas, tules, filós e são produzidas em uma máquina chamada de malharia de urdume (Raschel) e são malhas indesmalháveis.
  4. Não tecidos: nesses tecidos não há a texturização da sobreposição de fios, mas sim uma junção de fibras formando um plano contínuo por meio de procedimentos químicos e mecânicos, como por exemplo, o feltro.
  5. Especiais: tem origem mista e apresentam características de vários tecidos e malhas. É um procedimento de marketing.

As diversas formas da trama

Armação é o traçado que planeja o entrelaçamento dos fios para produzir um tecido. As três principais são:

  1. Tela ou Tafetá: a trama passa alternadamente em cima e em baixo, formando um tecido liso.
  2. Sarjado: o fio da trama passa por um fio em cima e dois ou mais fios em baixo. Os exemplos mais clássicos são a Gabardine e o Jeans.
  3. Cetim: apresenta um espaçamento entre o entrelaçado, resultando em um tecido mais fluido e brilhante acetinado.
  4. Falsa ou Artificial: combinação de urdume e trama com cores diferentes, resultando em padronagens, motivos e efeitos, tais como, o pied-de-poule, fruta-cor, risca-de-riz, etc.

Capítulo 2 - Tecidos e fibras mais usadas

Entre as fibras mais antigas estão o Linho, a Lã, Algodão e Seda. Há também outras fibras como o Cânhamo ( forma tecidos mais brutos e é a origem do jeans), Bambu (formando fibras parecidas com o algodão), Juta, Sisal (fibra áspera, usada em tapetes e cordões), Pita (barbantes), Rami (realiza tecidos finos para lingerie e mais densos parecidos com linho), Ráfia (parecido com palha).

As fibras se dividem em naturais e químicas. Entre as naturais encontramos as Vegetais (algodão, linho, juta, etc) Animais (lã, seda, cashmere, etc)  e Minerais (amianto). Já entre as químicas estão as Artificiais (celulose, acetado, viscose, etc.) e Sintéticas (poliéster, poliamida, etc.).

  • Fibras contínuas: comprimento grande.
  • Fibras Descontínuas: comprimento limitado.
  • Fibras Sintéticas : fiação de macromoléculas passando por um processo de polimeração.
  • Fibras acrílicas: tem boas condições e são fibras leves e suaves, sendo muito resistentes.
  •  Fibras químicas : possuem duas origens, artificiais (que tem origem natural) e sintética (feito a partir de carbono ou petróleo).
  1. Acetato: fibra artificial que imita peles, tendo elasticidade e certo brilho.
  2. Aramida: uma das mais novas fibras sintéticas, sendo naturalmente colorida, resistentes a oscilações térmicas e são usadas também em roupas de bombeiros e coletes a prova de balas.

  • Fibras genéricas: são uma nomenclatura não oficial, porém reflete nos seus usos e características. São na maior parte químicas e usam nome fantasia pelas marcas. Exemplos tais como Acetato, Acrílico, Nylon, etc.

O Linho: Linhagem e requinte

O linho se originou na Europa em climas úmidos. Os maiores produtores estão na Europa, seguidos pela Ásia e África. Sua fibra e sementes são muito utilizadas. Seu toque é macio, tem brilho, absorve bem, é indicado para climas quentes e é muito higiênico. Sua secagem é rápida e é muito resistente. Apesar de ser menos durável que o algodão, ele não atrai mofo e cupins. Ele pode produzir tanto tecidos mais grosseiros quanto mais leves e macios. Seu uso é considerado nobre, tanto pelo preço alto quanto pela tradição. São usados em vários tipos de roupas e decoração.

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