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Generos Do Narrar Relacionada Com A Linguagem Corporal

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Por:   •  1/11/2013  •  5.028 Palavras (21 Páginas)  •  400 Visualizações

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A AGRESSIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O JOGO COMO FORMA DE INTERVENÇÃO

RESUMO

Este estudo tem por objetivo discutir a agressividade na Educação Infantil e o jogo como possibilidade de trabalho com a questão. Foi feita uma revisão bibliográfica sobre a agressividade dos 2 aos 6 anos, e também na Educação Infantil, e o jogo como meio facilitador no trabalho sobre o tema. Percebe-se que a agressividade no ensino infantil está cada vez mais presente, isso pode ser explicado pela falta de estrutura familiar, falta de atenção dos pais, reprodução de atitudes presenciadas, tentativa de chamar a atenção do outro etc. O jogo pode ser um instrumento para lidar com a agressividade, pois por meio dele a criança brinca e, dentro desse mundo imaginário do brincar, podem ser construídas atitudes positivas, criatividade estimulada, podendo transformar a realidade.

PALAVRAS-CHAVE: Agressividade – Educação Infantil – Jogo

INTRODUÇÃO

A realidade escolar continuamente nos remete a reflexões, principalmente com relação à nossa prática diária como professores. No contexto atual, entre os temas que merecem esta reflexão está a agressividade, um termo já conhecido entre as pessoas e que se reflete em diversos ambientes, e a escola é certamente um deles. Com base nisso, viu-se a necessidade de compreender a agressividade e como ela pode ser abordada durante nossa prática pedagógica na Educação Infantil.

De imediato, surge a necessidade de se pensar em uma proposta para lidar com o comportamento agressivo das crianças, chegando-se então ao jogo, proposto como meio facilitador para trabalhar com essa situação nesse nível de ensino.

Com o intuito de conhecer o universo da agressividade no contexto da Educação Infantil e refletir sobre o jogo como uma forma de lidar com esta questão, este estudo foi realizado.

A partir de revisão bibliográfica de livros, artigos e teses/dissertações de autores nacionais e internacionais que trataram do tema em questão, o trabalho foi dividido em quatro tópicos relacionados à agressividade e à Educação Infantil. No primeiro tópico, foi realizada uma contextualização da agressividade; no segundo, abordamos a agressividade na faixa etária de 2 a 6 anos pautados, principalmente, em estudos da Psicologia do Desenvolvimento; em seguida, tratamos da agressividade na Educação Infantil abordando trabalhos de estudiosos da educação; e, por último, o jogo na escola como forma de lidar com as manifestações agressivas, para tanto, autores da área do jogo, bem como da Educação Física, foram consultados.

CONTEXTUALIZAÇÃO DA AGRESSIVIDADE

Uma definição bastante aceita nos estudos psicológicos é que “agressão é qualquer comportamento com intenção de ferir alguém física ou verbalmente” (WEITEN, 2002, p. 387, grifo do autor).

Alguns pesquisadores caracterizam a agressão de três formas: “a agressão instrumental: empregada para obter ou reter um brinquedo ou outro objeto qualquer; a agressão reativa: a retaliação raivosa em função de um ato intencional ou acidental; a agressão ameaçadora: um ataque de agressão espontâneo” (BERGER, 2003, p. 202, grifo do autor).

Crick e Grotpeter (apud SHAFFER, 2005) apresentam outro tipo de agressão que parece ter efeitos mais graves que a própria agressão física, é a chamada agressão relacional ou agressão social, que envolve insultos e rejeição social. Este tipo de agressão, ao que parece, é mais comum entre meninas que entre meninos e entre crianças mais velhas que mais novas, sendo uma forma de ataque social.

Segundo Berger (2003, p.202), a agressão se inicia “a partir de um auto-conceito e de uma regulação emocional inadequados durante os primeiros anos da pré-escola e pode se tornar um sério problema social à medida que o tempo passa”.

Para Montagu (1976), com relação a esse comportamento, é necessário entender as maneiras como a sociedade se comporta, considerando que atualmente ela se encontra em constantes modificações. Isso é o que presenciamos cotidianamente, pessoas cada vez mais preocupadas com o trabalho e, conseqüentemente, menos preocupadas com a família, participando cada vez menos de momentos conjuntos. Esse ambiente de desagregação pode comprometer as crianças, tornando-as agressivas, podendo afetar o comportamento da criança na escola, quando a criança, na busca de chamar a atenção do professor, agride um colega.

AGRESSIVIDADE NA FAIXA ETÁRIA DE 2 A 6 ANOS

Sobre a afirmação de que o ambiente familiar é um dos, senão o principal fator influenciador dos comportamentos agressivos de crianças, acrescentamos a contribuição de Lisboa (2006), que nos coloca que, mesmo no período pré-natal, a criança já sente se é aceita ou não e isso poderá ter conseqüência no comportamento do bebê, além de que “As crianças ricas ou pobres, produtos de gestações não desejadas, dificilmente receberão os cuidados necessários ao seu bom desempenho emocional” (p.55).

Lisboa (2006) ainda afirma que:

A criança com menos de 5 anos, institucionalizada em internatos, orfanatos, creches, hospitais ou em qualquer outro lugar que a afaste de sua mãe, poderá vir a ter problemas na estruturação de sua personalidade. A privação materna exerce seus efeitos deletérios desde a sala de partos até o final da infância (LISBOA, 2006, p. 59-60)

Entendemos, então, que não é o fato da institucionalização em si que afeta a formação da personalidade da criança, mas a privação materna, se, por outro lado, mesmo nestes ambientes, a criança for devidamente cuidada, como num lar equilibrado, os efeitos deletérios descritos terão menos possibilidade de ocorrer. Porém, a realidade atual de muitas dessas instituições não propicia esse cuidado, já que uma só pessoa, em geral a pajem, é responsável por cuidar de várias crianças ao mesmo tempo, quebrando o vínculo natural mãe-criança.

Patterson (1982) estudou a agressividade no ambiente familiar e verificou que nas famílias, em que não há demonstrações de aprovação e afeto, as crianças são extremamente agressivas. Também ambientes familiares coercivos, com punições, ameaças, provocações entre os membros familiares, contribuem para o desenvolvimento da agressividade nas crianças.

Sobre esse assunto, Lisboa (2006, p. 55) se manifesta, em linguagem contundente, afirmando:

Eis como você cria uma criança violenta: ignore-a, humilhe-a e provoque-a. Grite um bocado. Mostre sua desaprovação a tudo o que ela fizer. Encoraje-a

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