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Institucionalização Do Idoso

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Por:   •  28/10/2013  •  2.245 Palavras (9 Páginas)  •  453 Visualizações

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1-INTRODUÇÃO

O termo “institucionalização”, que na língua portuguesa significa “ato ou efeito de institucionalizar”, ou seja, criar instituição, não ganha a mesma conotação a respeito do tema “institucionalização do idoso”. Neste aspecto introdutório, faz-se necessário buscar o sentido que mais se adequa a institucionalização do idoso para que este tema seja melhor abordado.

Na busca de melhor percepção do tema, encontra-se mais adequado este termo na língua inglesa “to intitutionalize” cujo significado, além de institucionalizar, tem uma acepção a mais, a de colocar ou confiar alguém aos cuidados de uma instituição especializada.

Neste conceito, pode-se entender que a institucionalização do idoso é a acomodação deste sobre cuidados especializados, ou seja, a uma instituição preparada especialmente ao cuidado do idoso. Para Goffman (2004, p.43-44) “O conceito de institucionalização, expresso pelo desenvolvimento de lares ou internatos, foi definido por este do seguinte modo: “local de residência e trabalho onde um determinado número de indivíduos com situação semelhante, separados da sociedade”“.

A caracterização de instituições especializadas no cuidado ao idoso no Brasil ocorre desde o período colonial até a criação de instituições filantrópicas destinadas a prestarem cuidados aos idosos, denominados de asilos, no final do século XIX e inicio do século XX.

O advento de tais instituições se deu por conta da evolução do homem nas ciências no decorrer da história trazendo, dentre muitos benefícios que aperfeiçoaram a medicina, o aumento da expectativa de vida do ser humano junto com um bojo de outras peculiaridades na saúde humana. Dentre as quais um maior percentual de envelhecimento populacional, menor taxa de mortalidade e também menor taxa de natalidade.

O envelhecimento é um processo pelo qual as maiores partes dos indivíduos passarão, como um ciclo natural da vida. Esta é a fase da vida em que o organismo humano passa por diversas modificações. Na fase de envelhecimento o idoso apresenta características específicas desse processo que são observadas em seu organismo, o aparecimento de doenças crônicas degenerativas ou doenças causadas pela passagem do tempo são muito frequentes, assim como alterações no seu processo biológico e psíquico.

De acordo com Papaléo Netto e Ponte (2002, p. 05): O envelhecimento manifesta-se por declínio das funções dos diversos órgãos que, caracteristicamente, tende a ser linear em função do tempo, não se conseguindo definir um ponto exato de transição, como nas demais fases. Tem inicio relativamente precoce, ao final da segunda década da vida, perdurando por longo tempo pouco perceptível, até que surjam, no final da terceira década, as primeiras alterações funcionais e/ou estruturais atribuídas ao envelhecimento.

Segundo Ramos (2003, p.796) “A velhice é um período da vida com uma alta prevalência de DCNT - doenças crônicas degenerativas, limitações físicas, perdas cognitivas, sintomas depressivos, declínio sensorial, acidentes e isolamento social”.

Neste período delicado em que se encontra o idoso, a família assume um papel importante como referencial para o cuidado deste, pois a qualidade de vida, e por assim dizer a vida propriamente dita, dependerá da forma que a família irá cuidar do seu idoso.

Quando a família não desempenha este pape, o idoso é abordado pela solidão, atingindo assim a sua qualidade de vida. Conforme Dawim et al.; (2003, p.20) “De maneira geral, um dos grandes problemas que atingem a qualidade de vida do idoso é a solidão onde o lazer e o bem-estar estão diretamente relacionados com a qualidade de vida”. Quando a família não reúne condições necessárias ao cuidado com o idoso, buscam a alternativa de institucionalização, a qual se recomenda evitar.

A não recomendação de institucionalização do idoso encontra força na literatura a cerca do tema dentre as quais se destaca o Estatuto do Idoso (2003, p.02) onde enfatiza que a garantia de prioridade compreende “– priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência”

Em situações extremas em que isto se faz necessário o atendimento em asilos, tem sido o meio pelo qual a pessoa idosa irá se estabelecer definitivamente ou provisoriamente, entregues a sorte de terceiros, e às vezes, não só pela falta de preparo da família no tocante ao cuidado deste, mas meramente comodidade.

2-DESENVOLVIMENTO

2.1-A História do Asilo

O surgimento de instituições de cuidado aos idosos é um fenômeno não muito recente. Ha relatos de que o Cristianismo foi o pioneiro na criação destes institutos como, por exemplo, o primeiro asilo fundado pelo Papa Pelágio II (520-590) que transformou sua casa em um hospital para velhos.

No Brasil Colônia, o Conde de Resende defendeu que soldados velhos mereciam uma velhice digna e "descansada". Em 1794, no Rio de Janeiro, começou então a funcionar a Casa dos Inválidos, não como ação de caridade, mas como reconhecimento àqueles que prestaram serviço à pátria, para que tivessem uma velhice tranquila.

No século XVIII, os asilos da Era Elisabetana eram instituições que abrigavam mendigos. A partir do século XIX, foram criados na Europa asilos grandiosos, com alta concentração de velhos. O maior era o Salpêtrière, que abrigava oito mil doentes, dentre os quais dois a três mil idosos. Este pode ser considerado um dos núcleos da primeira instituição geriátrica, espaço que possibilitou coletar dados clínicos e sociais sobre idosos.

O hospital enquanto instrumento terapêutico aparece em torno de 1780. Até essa época, o hospital era um lugar de "internamento", cujo objetivo era prestar assistência material e espiritual aos doentes, pobres, devassos, loucos e prostitutas. Caracterizava-se como espaço de separação e exclusão, pois se acreditava que o indivíduo doente deveria ser separado do convívio social para evitar dano à sociedade.

As definições de asilo dar-se a como de casa de assistência social onde há amparo a pessoas pobres, tendo como características a ajuda no sustento ou também para educação. Outra definição de asilo é de um lugar imune às leis aos que se recolhem neste, relacionando-se a ideia de guarita ou abrigo.

Por utilizar outros termos genéricos para a definição de asilo, procurou-se padronizar a nomenclatura como denominada de instituições de longa permanência para idosos (ILPI),

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