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Lapsos De Escrita

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Por:   •  10/10/2014  •  935 Palavras (4 Páginas)  •  319 Visualizações

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Exemplo 1:

“Numa folha de papel contendo breves anotações diárias, a maioria de interesse profissional, fiquei surpreso ao encontrar entre as datas corretas do mês de setembro a data erroneamente anotada de ‘quinta-feira, 20 de outubro’. Não é difícil esclarecer essa antecipação - e esclarecê-la como a expressão de um desejo. Poucos dias antes, eu voltara refeito de minha viagem de férias e me sentia disposto para abundantes afazeres médicos, mas o número de pacientes ainda era reduzido. Na chegada eu encontrara uma carta de uma paciente dizendo que viria no dia 20 de outubro. Ao fazer uma anotação nesse mesmo dia, porém em setembro, é bem possível que tenha pensado: ‘X. já deveria estar aqui; que pena desperdiçar um mês inteiro! ’, e com isso em mente antecipei a data em um mês.” Nesse caso, dificilmente se pode chamar o pensamento perturbador de escandalizante. Por esse motivo Freud pode saber da solução do lapso de escrita assim que o notou.

Exemplo 2:

Esse é o que parecer ser um lapso de escrita mais grave, que Freud talvez pudesse ter classificado com igual direito entre os “equívocos na ação”:

“Eu pretendia retirar da Caixa Econômica Postal a quantia de 300 coroas, que queria remeter a um parente ausente para tratamento médico. Notei então que o saldo de minha conta era de 4.380 coroas e decidi reduzi-lo, nessa oportunidade, para a soma redonda de 4.000 coroas, que não deveria ser tocada no futuro próximo. Depois de preencher devidamente o cheque e cortar os números correspondentes à quantia, percebi de repente que não havia solicitado as 380 coroas, como pretendia, mas exatamente 438 coroas, e fiquei abismado com a infidedignidade de minha conduta. Logo percebi que meu espanto era injustificado: eu não ficara mais pobre do que já era antes. Mas foi preciso um bocado de reflexão para descobrir que influência havia perturbado minha intenção inicial, sem se revelar a minha consciência. A princípio, rumei por caminhos falsos; tentei subtrair 380 de 438, mas depois não soube o que fazer com a diferença. Por fim, ocorreu-me uma idéia repentina que me mostrou a verdadeira relação. Ora, 438 correspondiam a dez por cento do saldo total de 4.380 coroas! E um desconto de dez por cento é o que se obtém dos livreiros. Lembrei-me que, alguns dias antes, eu separara alguns livros de medicina em que já não estava interessado para oferecê-los a um livreiro por exatamente 300 coroas. Ele achou alto demais o preço que eu pedira e prometeu dar-me uma resposta definitiva dentro de alguns dias. Se ele aceitasse minha oferta, reporia a quantia exata que eu estava para gastar com o enfermo. Não há dúvida de que eu lamentava fazer essa despesa. O afeto que me deixou a percepção de meu erro se compreende melhor como um medo de ficar pobre por causa dessas despesas. Mas ambos os sentimentos, o pesar pelo gasto e a angústia de empobrecer ligada a ele, eram inteiramente estranhos a minha consciência; eu não tivera nenhum sentimento de pesar ao prometer essa soma, e teria considerado risível sua motivação. É provável que jamais me acreditasse capaz de tal emoção, não fosse por estar bastante familiarizado, através de minha prática psicanalítica com os pacientes, com o papel desempenhado pelo recalcado na vida anímica, e não fosse por ter tido,

dias antes, um sonho que exigia a mesma solução.”

Exemplo

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