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Mercado De Luxo

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Por:   •  26/10/2013  •  2.050 Palavras (9 Páginas)  •  247 Visualizações

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Projeto Interdisciplinar

MODA E MERCADO – LUXO

Resumo: Com o objetivo geral de identificar um perfil de consumo, este trabalho apresenta uma pesquisa sobre o novo mercado de luxo e seus consumidores.

Para tanto, dados secundários, pesquisas bibliográficas, pesquisa observatória e de campo foram às metodologias utilizadas para obter tais resultados.

Este artigo visa apresentar se o consumidor do mercado de luxo, no Brasil, é ou não favorável à sustentabilidade, questionando temas como o hiperconsumo, e levantando hipóteses como: “Os consumidores preferem viajar e consumir artigos que carreguem informações culturais, do que simplesmente comprar uma peça por status?”.

Palavras-Chave: Consumo; sustentabilidade; mercado de luxo; moda; novo luxo.

Abstract: With the overall goal of identifying a profile of consumption, this paper presentes a research about the new luxury Market and its consumers. Therefore secondary data, literature searches, research observatory and field search were the methodologies used to achieve such results. This article presents the luxury consumer market in Brazil, and if it is or not conducive to sustainability, questioning subjects as hyper consumption, and raising hypotheses as: “Consumers prefer to travel and consume items that carry cultural information than just buying a piece by status raising hypotheses as: “Consumers prefer to travel and consume items that carry cultural information than just buying a piece by status?”.

Keywords: Consumption; sustainability; luxury market; fashion; new luxury.

1. Luxo Contemporâneo.

“[O] luxo é uma angustia existencial e uma fuga diante do mundo. (...) a construção de um mundo (que se queira/que se creia) protegido. O luxo seria então (...) a possibilidade de viver num mundo artificial, à margem do mundo real do qual temos a ilusão de que escaparemos.”

(VALESE et al, 2008, p 18).

Segundo Claudio Diniz, o luxo é conceituado de dois modos, o tradicional, como serviço ou produto raro, exclusivo, desenvolvido para poucos, cuja confiança está na marca esculpida no produto, tendo caráter objetivo, relacionado ao materialismo, fazendo a pessoa ganhar destaque perante os outros. E o contemporâneo, com um caráter subjetivo, gerando uma carga emocional. (DINIZ, 2012).

Sendo assim, o luxo tradicional é caracterizado pela ostentação e diferenciação através de fatores sociais e econômicos, gerados pelo consumo de produtos exclusivos e de difícil acesso. Este luxo tradicional visa o status.

Por muito tempo, o luxo foi algo que se você não nascia inserido nele, não tinha a opção de entrar.

O mercado de luxo sempre foi um circuito muito exclusivo e fechado, que segundo Gilles Lipovetsky, em seu livro “A Cultura-Mundo: Respostas a uma sociedade desorientada”, ele aponta isso como um dos sintomas do progresso; a riqueza do mundo progride [...] os mais ricos são cada vez mais ricos. (LIPOVETSKY, 2011).

No Brasil podemos notar como essa ideia que Lipovetsky aponta vem se tornando cada vez mais e mais real.

Em um país que está aos poucos se desenvolvendo, existe uma população que vive de modo muito precário, enquanto outros, ficam sempre mais e mais endinheirados.

Ainda em seu livro, o autor francês traz a seguinte constatação que retrata bem como o progresso não tem apenas um lado, e sim, dois lados extremamente opostos; “Metade da população do planeta vive com menos de dois euros por dia. A média dos rendimentos dos países ricos é 37 vezes superior à dos vinte países mais pobres do mundo.” (LIPOVETSKY, 2011).

Segundo Maria Regina Soares, atualmente a investigação do luxo passa pelo questionamento sobre o que é supérfluo e o que é necessário na vida contemporânea. Referências históricas e responsabilidade social são elementos que sofisticam culturalmente o produto (VALESE, 2012).

Diniz cita Gilles Lipovetsky, para dizer que nesse novo luxo as marcas já não são mais adquiridas por pressão social, ou para mostrar riqueza, mas pela busca dos momentos e das vontades, do prazer que se espera delas. (DINIZ, 2012).

“O novo luxo não sublinha a superioridade estética ou financeira, mas intelectual. Encontra-se, enfim, na qualidade superior que certo conhecimento ímpar do usuário sobre o processo que originou o bem confere ao produto”. (VALESE et al, 2008, p 29).

Segundo Claudio Diniz, esse novo luxo é mais sensorial, sem ostentação, baseado no prazer e no bem-estar, por isso, é centrado, principalmente, nas sensações e cada vez menos nas aparências. Essa visão contemporânea é muito mais uma questão cultural, hoje em dia é um luxo você poder desfrutar de coisas que realmente te dão prazer. (DINIZ, 2012).

O designer Oskar Metsavaht, fundador e diretor criativo da marca considerada new luxury Osklen, em entrevista à revista GQ Brasil de Outubro, afirma que para conquistar os clientes, tem que ganhar no pelo e na alma. (ASTUTO, 2013).

“Nos tempos da hipermoda , a ênfase é colocada menos na roupa ou no próprio artigo esportivo e mais na mitologia que os cerca, menos no objeto e mais no conceito, nos valores, na visão de marca transmitidos pela publicidade, pelo patrocínio, pelo mecenato, pelas butiques, pelos desfiles, pela associação com as celebridades.”

(LIPOVETSKY; SERROY, 2011, p 95).

Hoje o que se espera das marcas é a satisfação de prazeres íntimos, de caráter mais intimista, que legitimem o luxo como necessidade. O consumidor busca emoção, estilo, e paga mais por isso do que por um produto igual. (VALESE, 2008).

Com base nas ideias de Maria Regina M. Soares, nos dias de hoje a responsabilidade social é chic, o artesanal conquistou o status de requintado, pois carrega em si a aura do objeto único.

O luxo não é mais identificado por produtos de alto valor monetário destinado a um pequeno público elitizado. De acordo com Adriana Valese, o luxo contemporâneo possui novas variedades e preços, englobando uma relação intelectual, espiritual e emocional com o produto, ou serviço. Sendo assim, os sentidos são explorados como elemento principal de estratégias de marketing pelas marcas. (VALESE, 2012).

O Brasil já está inserido, aos poucos, no futuro do luxo contemporâneo: sem ostentação, mais aspiracional e sensorial, onde o importante

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