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Nosso Pilar E Solido

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Por:   •  15/5/2013  •  1.193 Palavras (5 Páginas)  •  562 Visualizações

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O nosso pilar mais sólido

Os resultados conseguidos em dez anos de adoção do regime de metas da inflação mostram que a política monetária é um trunfo, e não um problema, para o país enfrentar o período de crise econômica

Angela Pimenta, de

Consumidora em supermercado em São Paulo: a estabilidade da moeda preserva o poder de compra da população

Há quase dez anos, um decreto publicado no Diário Oficial da União mudou radicalmente - para melhor - a vida do país. Em junho de 1999, o Brasil passou a adotar o regime de metas de inflação. Testado durante várias crises, culminando com a atual, o sistema tem-se provado um instrumento decisivo - o mais sólido pilar macroeconômico brasileiro para garantir estabilidade e resistência a choques externos. A ironia é que o décimo aniversário do regime monetário se dá em meio a mais um festival de críticas em torno da ação do Banco Central. Virou moda bater no BC e em seu presidente, Henrique Meirelles - e tecer loas às áreas "gastadoras" do governo. Trata-se de um equívoco. É verdade que governos do mundo todo estão lançando pacotes fiscais para tentar estimular a economia, mas o caso brasileiro guarda peculiaridades. Como aqui o setor público já gasta cerca de 40% do PIB e, portanto, tem pouco espaço para aumentos significativos de despesa, é a política monetária que pode fazer diferença agora. "O Banco Central já surpreendeu o mercado com um corte agressivo de juros recentemente e pode repetir a dose nos próximos meses", diz o economista Salomão Quadros, da Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro.

Perseguindo o alvo

Uma década significa pouco tempo na história de um país. Mas já é suficiente para afirmar que o Brasil atingiu um novo patamar em termos de solidez de sua política econômica. "O sistema de metas de inflação é uma experiência extremamente bem-sucedida no Brasil", diz Meirelles. "Nesse período, a inflação consolidou-se em patamares civilizados, permitindo que o PIB crescesse à taxa média de 3,5% versus pouco mais de 2% nas décadas anteriores, e o país acumulou reservas de 200 bilhões de dólares." Ganhos semelhantes podem ser observados nos mais de 20 países que hoje adotam o regime. O princípio das metas de inflação está na administração das expectativas quanto ao comportamento dos preços pelo banco central, que age para a inflação não sair dos trilhos principalmente por meio da calibragem da taxa de juro básica da economia - no caso do Brasil, a Selic. Logo, um banco central com credibilidade é aquele que ao longo do tempo entrega uma mercadoria: a inflação dentro da meta, como tem sido no Brasil nos últimos cinco anos. Nas últimas semanas, Meirelles e, por extensão, o Comitê de Política Monetária (Copom) voltaram a ser alvo de fortes pressões de dentro e de fora do governo. Mas é justamente numa conjuntura como a atual que se deve ponderar a importância do sistema de metas para o país. "Os brasileiros deveriam reconhecer que o Brasil é um exemplo de sucesso. É um país que acaba de obter uma linha de crédito de 30 bilhões de dólares do governo americano, algo impensável para um país como a Argentina", diz o economista americano Thomas Trebat, diretor do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade Columbia.

Para preservar a moeda

O sistema de metas de inflação é, na verdade, parte de um arcabouço mais completo. Ele só funciona na companhia de dois outros elementos: câmbio flutuante e responsabilidade fiscal, que são incompatíveis com ditaduras e governos populistas. O câmbio flutuante permite que o país reaja com eficiência à volatilidade externa. A responsabilidade fiscal garante o equilíbrio das contas públicas. Até hoje, o governo tem gerado superávits primários consistentes, dando ao BC o espaço necessário para administrar os juros sem aumentar os custos da rolagem da dívida pública a um nível insuportável para o país. E, como se sabe, a decisão sobre os juros é a principal ferramenta de um banco central para manter a moeda estável e preservar o poder de compra da população. É por isso que a adoção do regime de metas é muito mais do que uma decisão técnica. Para que ela seja bem-sucedida, toda uma cultura econômica precisa ser reciclada. "Durante

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