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O CONCEITO DE COMUNIDADE

Por:   •  12/9/2015  •  Artigo  •  1.914 Palavras (8 Páginas)  •  519 Visualizações

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O CONCEITO DE COMUNIDADE

Isabela Silveira

Resumo: O presente artigo tem como objetivo conceituar o termo comunidade, estabelecendo suas bases teórico-sociológicas, partindo de definições clássicas, fundamentos e mais especificamente discutir alguns dos diversos conceitos de comunidade e a sua aplicação na vida cotidiana. Pode-se observar que todos os conceitos estão intimamente relacionados e são constituídos por fatores comuns e que ao mesmo tempo possuem diferenças.

Palavras-Chave: Comunidade, Conceito.

Abstract: This article aims to conceptualize the term community, establishing their theoretical and sociological bases, starting from classical definitions, fundamentals and more specifically discuss some of the various concepts of community and their application in everyday life. It can be observed that all concepts are closely related and consist of common factors and at the same time have differences.

Key words: Community Concept.

1. Introdução

Este artigo consiste em objeto de pesquisa, possuindo como objetivo mostrar alguns dos diversos conceitos de comunidade, utilizando suas bases teórico-sociológicas e as visões que delinearam sua aplicação na vida cotidiana. Faz-se importante o estudo sobre a comunidade em todos os setores, pois o seu conceito está presente em diversas formas de pensamento.

Há muito tempo, os indivíduos sempre se reuniram em grupos motivados por diversos interesses específicos a cada um. É essa organização direcionada aos mesmos interesses que, inicialmente, sinaliza para o conceito de comunidade. Escuta-se falar em comunidade como o espaço de socialização, em comunidade acadêmica, em comunidade de países e muitas outras possibilidades. Esse termo tem sido utilizado de forma ampla, e muitas vezes sem estabelecer critérios, porém nota-se que em todas as possibilidades o elemento social, é sempre apontado como forma de integração destes grupos. A possibilidade para alcançar objetivos comuns, através da união das pessoas gira em torno da interação. Sem ela, as relações para formar comunidades não ocorreriam. Margarete Axt (2006) vem confirmar esse pensamento:

A base de sustentação de uma comunidade, no que tem de mais geral, parece ser fundamentalmente a interação. Algum tipo de interação, que sustente, nem que seja uma comunicação incipiente, parece ser sempre condição necessária para processos auto-organizativos de qualquer comunidade no mundo. (AXT,2006:259)

Dessa forma, pode-se perceber como a interação é importante dentro do conceito de comunidade. Entende-se que somente poderemos utilizar o termo comunidade para se referir a um grupo ou agrupamento se os sujeitos interagirem, se houver diálogo entre os mesmos. Assim, para formação de grupos comunitários é necessário interação dos membros para a troca e construção de novos conhecimentos que só poderão caminhar juntos se houverem interesses comuns.

E é a partir dessa ideia de comunidade, que o presente artigo vem tentar demonstrar a visão atual deste termo analisando brevemente aspectos dos seus diversos conceitos, trazendo algumas abordagens clássicas além de ressaltar algumas das suas diferenças.

2. Comunidade

Nos dias atuais a palavra comunidade vem sendo utilizada de forma aleatória, o que faz gerar um desvio de conceitos que acaba por esvaziar seu significado. Rodríguez Illera traz o significado da palavra comunidade, diz que provém do latim commune e communis. O autor faz uma tradução para o português e o termo é descrito como “conjuntamente, em comum, conjunto de pessoas que se vinculam pelo cumprimento de obrigações comuns e recíprocas e que se utiliza desde meados do século XV” (RODRÍGUEZ ILLERA, 2007: 117).

Qualquer forma de agrupar-se hoje é chamada de comunidade, sejam elas cidades, grupos religiosos, segmentos sociais, vilas, até mesmo as grandes nações, dentre outros. Com a globalização e as mudanças sociais e a inserção de novas tecnologias, esse conceito de comunidade torna-se cada vez mais confuso. Diante disso, surge a necessidade neste artigo, de se fazer um pequeno resgate aos conceitos clássicos do termo comunidade, que servirão de base teórica para compreensão do tema.

O conceito de comunidade representa um dos pilares da ciência sociológica, da forma que se enquadra hoje, constitui um desafio para a sua análise. Na história da sociologia, suas construções teóricas e a evolução de seus pensamentos vêm sendo organizado com base na cultura, classe social, através do trabalho, mobilidade social, desenvolvimento e a própria comunidade. Atualmente, estamos em pleno século XXI, e todos esses termos acima referidos, bem como, outros, como por exemplo a globalização, são termos que compreendem os estudos sociológicos. Mesmo tendo todos eles sidos englobados pelo pensamento sociológico, o termo comunidade continua sendo fundamental para o desenvolvimento e a compreensão da ciência sociológica.

Existe uma grande quantidade de pensadores que explanaram e debateram sobre comunidade, e para uma melhor compreensão do conceito desse termo faz-se importante o resgate das contribuições teóricas de alguns autores clássicos, dentre eles, Max Weber (1973, p. 140-143) , que descreve comunidade como um conceito amplo e ao mesmo tempo baseia-se em fundamentos afetivos, emotivos e tradicionais. O pensador inspira-se no sentimento subjetivo (afetivo ou tradicional) dos partícipes da constituição de um todo”.

Já Ferdinand Tonnies (1973, p. 104) , em análise primária, se baseia nos laços sanguíneos para que exista os processos comunitários, em segundo ver-se a aproximação a questão espacial e por fim a questão da aproximação espiritual isso, além de contrapor comunidade e sociedade. Assim, ele traz a vida em comunidade como uma vontade comum, baseada em relações sociais. E é nessa visão que o autor reconhece a existência da comunidade na vida urbana.

Martin Buber (1987, p.34) , vai mais além, enxerga comunidade e vida como uma coisa só, se baseia na existência de uma comunidade ideal. Para Buber (1987, p.39), a humanidade se originou em uma comunidade primitiva, passou pela escravidão da sociedade e “chegará a uma nova comunidade que, diferentemente da primeira, não terá mais como base laços de sangue, mas laços de escolha”. Logo, para caracterização de uma comunidade teria que existir vontade comum, a busca por interesses iguais e reconhecia que as relações de parentesco e questões territoriais não seriam condições

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