O FENOMENO BULLYING NO UNIVERSO ESCOLAR

O FENÔMENO BULLYNG NO UNIVERSO ESCOLAR

1. INTRODUÇÃO

A sociedade atual vem sofrendo sérios problemas em decorrência da globalização e do capitalismo desenfreado. A valorização do ter; a competitividade, a perda de valores familiares na formação do ser humano, o culto à violência pela mídia, os padrões físicos e culturais impostos pela sociedade para uma pessoa ser considerada normal, entre tantos fatores, vem desencadeando uma série de problemas que dificultam o convívio em sociedade.

O Bullying é um desses problemas. Esse termo em inglês se refere a uma série de agressões físicas, psicológicas e sociais, que envolvem o agressor, a vítima e o espectador. Na língua inglesa bully significa valentão, portanto, considera-se Bullying os atos de um valentão (agressor) sobre outra pessoa, a vítima.

Segundo Chalita (2008) o Bullying é um problema universal, admitido como natural em alguns casos, desvalorizado e ignorado na maioria das vezes pelos educadores e pela sociedade.

As consequências do Bullying costumam ser negativas e algumas vezes até mesmo trágicas. A vítima de Bullying sofre com a exclusão social, o abandono dos amigos, as ofensas, as agressões físicas e morais, o preconceito, a humilhação, entre tantas outras coisas. A depressão, a insociabilidade, a perda da autoestima, e a auto desvalorização são as maiores consequências para a vítima e podem ser carregadas por toda a vida, afetando suas possíveis relações humanas e afetivas e a transformando em uma pessoa infeliz. Há casos em que a vítima, com atitudes extremas, chega ao ponto de se suicidar, ou se torna um assassino, vingando-se de todos que a fizeram sofrer. (CHALITA, 2008)

Os agressores, ao contrário do que se pensa, também podem ser considerados vítimas, pois o contexto para o surgimento de um agressor é a própria violência social. E as consequências na vida de um agressor também são graves, pois se a violência gera violência, pode concluir-se que uma criança ou jovem que agride seus colegas física ou verbalmente, tem grandes chances de se tornar um adulto agressivo, um possível criminoso.

Os espectadores são as pessoas que presenciam os atos de Bullying. Costumam ficar inertes diante da situação de violência, por medo de também se tornarem vítimas, ou até mesmo por não se sentirem afetadas pelo Bullying. Os espectadores podem apoiar o agressor e por questões de status eles riem e zombam das possíveis vítimas. Há também quem simpatize com a vítima e não aprove essa violência, porém não a denuncia por medo de também se tornar vítima. (CHALITA, 2008)

Os agressores costumam serem líderes populares, apresentando desenvoltura para práticas esportivas, comportamento violento e egocêntrico. Possuem personalidade forte, um alto nível de persuasão e induzem muitos colegas a também se tornarem agressores. São pessoas intoleráveis às diferenças e com dificuldades para respeitar o colega que não o agrada. Não conseguem se colocar no lugar do outro para entender o seu sofrimento.

O perfil das vítimas, ao contrário dos agressores, se caracteriza pela introversão, timidez, baixa popularidade, baixa autoestima e amor próprio. São excluídas pelo grupo social, e em alguns casos, costumam estar fora do padrão de beleza e normalidade imposto pela sociedade.

Quem assiste aos atos de Bullying sem apresentar reação tem o perfil de alguém pouco solidário, um cidadão pouco preocupado com os outros ou então medroso e receoso de se envolver e também se tornar vitima.

Diante do exposto o presente estudo tem como objetivos refletir sobre o Bullying na realidade escolar, discutir o papel da escola e das famílias na superação deste problema e levantar como a escola pode construir ações coletivas de combate ao Bullying.

Para tanto foi realizado uma pesquisa bibliográfica inicial, tendo em vista conhecer a temática, que passará a ser apresentada a seguir.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 O Bullying no universo escolar

A escola como meio social de interação entre as pessoas também participa dos problemas relacionados à violência. O Bullying na escola é um problema crescente, que tem apresentado graves consequências.

Por ser considerado por muitos professores e funcionários de escola, como uma brincadeira de criança ou até mesmo falta de disciplina, é muitas vezes banalizado, sem ganhar o devido valor, o que agrava ainda mais a situação pois a criança que é vítima de Bullying costuma sofrer calada, sem expor a situação a um adulto, gerando um sofrimento sem chances de ser solucionado.

A criança que é vítima de Bullying apresenta diminuição do interesse pela escola, queda no nível de aprendizado e medo de interagir no ambiente escolar. Em casa pode apresentar pesadelos constantes, mudança de atitudes (a criança que antes era calma e dócil com a família, passa a apresentar comportamento agressivo e introspectivo), entre outras mudanças. (CHALITA, 2008)

O agressor não deve ser visto como um vilão, pois ele também pode ser vítima. Vítima da própria violência imposta pela sociedade e seu contexto familiar, que também pode estar deteriorado. É necessário analisar os motivos que levam o agressor a esse comportamento, para enfim tratá-lo de maneira correta.

Para Chalita, (2008) o professor precisa estar alerta a qualquer sinal de Bullying, apresentando uma postura crítica e consciente, opondo-se a qualquer brincadeira de mau gosto ou apelidos ao qual uma criança esteja sofrendo.

Deve ainda evitar postura de constrangimento em relação aos alunos. É necessário que saiba os conceitos de Bullying, para que o mesmo possa ser identificado e solucionado, não rotulando as crianças como vítima ou agressor, pois isso pode gerar a estigmatização delas pela comunidade escolar. É preciso preservar a identidade dos personagens envolvidos.

Quanto à escola é necessário que implante programas, ações de combate ao Bullying. Estes programas ou ações devem ser construídos com a participação de todos: alunos, funcionários da escola, pais,

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