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O Futuro Da Antropoloia

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Por:   •  19/11/2013  •  1.194 Palavras (5 Páginas)  •  201 Visualizações

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Sejamos otimistas: vamos acordar que o homem tem futuro. Assim, também poderá haver futuro para a Antropologia, como ciência e como discurso filosófico que pretendem dar conta desse homem. Como será esse futuro? Essa é uma pergunta que alguns poucos loucos e profetas tentaram responder pela intuição ou por receberem mensagens cifradas do além. Outros, com pretensões científicas, também ousaram fazer prognósticos com base em tendências da época, mas, ao final, quase todos terminam dando com os burros n'água. Alguns prognosticaram o computador, como instrumento de cálculo e banco de dados, mas não com os resultados práticos que hoje temos. Ninguém prognosticou a internet, a não ser depois que o computador já funcionava com as características atuais. Assim, seria muito fora de propósito, ainda mais nos tempos de hoje, com o reconhecimento de grandes e incalculáveis mudanças que surgirão para diminuir ou driblar os problemas ambientais no mundo, tentar projetar um futuro para o homem. Todavia, ao nos propormos que a Antropologia poderá continuar a existir, temos que enfrentar o desafio e ousar pensar alguma coisa acerca do futuro do homem para, assim, imaginar o futuro da nossa disciplina. Nossa metodologia neste capítulo será tecer panoramas de possibilida- des culturais a partir das tendências atuais, sem dúvida, mas também das características que sempre compuseram o homem: sua sociabilidade, sua competitividade, aética, abusca da liberdade e da felicidade, atolerância e seus limites. Tudo na medida do possível e abrindo-se para que cada leitor possa fazer o mesmo exercício, concordando, concordando com ressalvas,

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ou discordando do que aqui se expõe. O exercício vale em si mesmo, mas também como exposição do método e da teoria hiperdialética, que aqui ficarão mais claras ao término do livro.

o FUTURO JÁ CHEGOU? Muitos pais, vendo seus filhos se divertirem com tanta facilidade com brinquedos eletrônicos, com jogos cheios de desafios que eles mesmos não haviam experimentado em suas infâncias, afirmam, com muita convicção, que seus filhos, as crianças de hoje, são mais inteligentes do que eles o eram. Admiram-se de garotinhos e garotinhas de 5, 6 anos dedilhando o computador, comunicando-se em outras linguagens, desafiando e vencendo truques eletrônicos que necessitam de raciocínio rápido, absorvendo uma gama incalculável de informações - e processando-a com soluções inesperadas. Como fazem isso, se nunca eles, os pais, puderam fazer? Parece tão evidente que as crianças de hoje em dia são mais "espertas" e inteligentes do que as de "antigamente", que ninguém se lembra que também os pais desses pais atuais se orgulhavam dos seus filhos brilhantes e novidadeiros, na era pré-computador. Tampouco ninguém se preocupa em levar em conta quais seriam as possíveis consequências de uma nova geração de Homo sapiens pronta para dar um salto de qualidade na sua evolução mental. Alguns até duvidam se boa coisa virá desse salto, outros brincam de dizer que já estamos virando a subespécie Homo sapiens sapiens, como se fôssemos mais sábios do que os primeiros Homo que viraram sapiens, há uns 60.000 anos. Pois sim, agora estaríamos a virar Homo sapiens sapiens sapiens, ou Homo sapiens ao cubo! Sem querer desmerecer os nossos filhinhos ou nossas netinhas, acho que é muito cedo para se pensar em grandes mudanças no arcabouço intelectual do nosso H.s., muito menos em mudanças genéticas que possam ser transmitidas para as gerações vindouras. Mas, deixemos para os geneticistas especularem sobre isso. Fiquemos com as mudanças culturais que são mais fáceis de perceber.

Os AVANÇOS CULTURAIS Há algumas décadas vem se pensando que estamos entrando em novo patamar de formação cultural ou novo tipo de civilização. Os nomes

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mais comuns dados a essa interpretação são: civilização pós-industrial, globalização, cultura pós-moderna e outros derivados. Cada um desses termos enfatiza alguns aspectos dessa visão de 'mudanças essenciais. Por exemplo, civilização pós-industrial quer dizer que o modo do trabalho e da organização econômica não mais dependem tanto da indústria, da vida urbana dividida claramente entre patrões e empregados, e sim de um novo tipo organizacional caracterizado pela predominância do setor de serviços, que vão desde a oferta de alimentação pronta ou semipronta até o trabalho de consultoria que se realiza na sua própria casa, e se comunica desde lá, sem se apresentar a um local de trabalho. E se tal evento

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