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O PAPEL DA DIDÁTICA NA FORMAÇÃO DO EDUCADOR

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Por:   •  10/9/2014  •  995 Palavras (4 Páginas)  •  679 Visualizações

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LUCKESI, Cipriano Carlos. O Papel da Didática na Formação do Educador.

De certa forma, sinto-me um pouco intruso ao assumir o papel de provocador de um, debate sobre o tema: "O papel da didática na formação do educador". Não sou professor de didática nem milito propriamente no campo da metodologia do ensino. Faço, sim, um esforço constante de refletir, revivendo, minha prática educacional, especialmente a que exercito no magistério universitário e de analisar a prática educacional que ocorre em minha circunstância geográfica e histórica.

Tomando, curiosamente, o tema que me foi proposto para discutir, pensei de início, que valeria a pena parti-lo em subtemas. Observando o proposto, identifico que sua parte central - "o papel da didática" - destina-se a atingir um fim - "a formação do educador". A primeira parte do tema restringe-se pela segunda e, na segunda, a expressão "formação" restringe-se à extensão "do educador”.

Primeiramente e de um modo genérico, diria que o educador é todo ser humano envolvido em sua prática histórica transformadora. Ensinamos e somos ensinados, numa interação contínua, em todos os instantes de nossas vidas. Espontaneamente, aprendemos no nosso meio, com os outros, com nossas próprias experiências, com nossas meditações pessoais.

Em segundo lugar, e aqui está o núcleo de interesse para o momento, educador é o profissional que se dedica à atividade de, intencionalmente, criar condições de desenvolvimento de condutas desejáveis, seja do ponto de vista do indivíduo seja do ponto de vista do grupamento humano.

Em ambos os casos, vejo o educador, antes de qualquer coisa, como um ser humano e, como, tal, podendo ser sujeito ou objeto da história. Como objeto sofre a ação do tempo e dos movimentos sociais, sem assumir a consciência e o papel de interferidor nesse processo.

Como sujeito da história, compreendo o educador, o autêntico educador, como ser humano que constrói, pedra sobre pedra, o projeto histórico de desenvolvimento do povo. Um ser, junto com outros, conscientemente, engajado no “fazer” a história.

Se verdadeiras estas reflexões, compreendo o educador como um sujeito, que, conjuntamente com outros sujeitos, constrói, em seu agir, um projeto histórico de desenvolvimento do povo, que se traduz e se executa em um projeto pedagógico. Esta compreensão do educador conduz a algumas consequências que me permito explicar, ainda que suficiente.

Em primeiro lugar, a ação pedagógica não poderá ser em hipótese alguma, entendida e praticada como se fosse uma ação neutra. Ela é uma atividade que se faz ideologizada.

A segunda consequência, imediatamente decorrente desta primeira ou simplesmente a sua explicitação, é que o educador não poderá exercer as suas atividades isento de explícitas.

A terceira consequência é de que prática educacional não poderá ser de forma alguma, uma prática burocrática (ou profissional-burocrata). Ela tem que ser uma ação comprometida ideológica e efetivamente.

Agora pergunto - que seria formar o educador, conforme a compreensão anteriormente estabelecida? Formar o educador, a meu ver, seria criar condições para que o sujeito se prepare filosófica, científica, técnica e afetivamente para o tipo de ação que vai exercer. O educador nunca estará definitivamente "pronto", formado, pois que a sua preparação, a sua maturação se faz no dia-a-dia, na meditação teórica sobre sua prática.

O termo formar é extremamente autoritário e propiciador de uma "educação bancária", conforme caracterização de Paulo Freire. O ideal seria que educador e educando, conjuntamente, conseguissem, atuando praticamente no e com o mundo. De fato, aprendemos bem, com maestria, aquilo que praticamos e teorizamos.

Formar o educador, em síntese, e, a meu ver, não deverá ser uma imposição autoritária e sim um modo de auxiliar o sujeito a adquirir uma atitude crítica frente ao mundo de tal forma que o habilite a agir junto a outros seres humanos

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