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Os Cuidados Com idosos

Por:   •  11/8/2019  •  Artigo  •  1.667 Palavras (7 Páginas)  •  218 Visualizações

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VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO: REALIDADE DE UM DISTRITO SANITÁRIO DA CIDADE DE CURITIBA

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RESUMO

O presente trabalho busca apresentar o cenário atual da violência contra os idosos nos Distritos Sanitários, com o objetivo de possibilitar uma visão geral sobre as condições em que essas pessoas são submetidas quando necessitam de atendimentos na rede pública. A necessidade de condições melhores a essas pessoas devem sempre ser tratadas como prioridade, pois são pessoas muitas vezes debilitadas ou com algum tipo de enfermidade. Para clarificação dessas idéias, foi elaborado inicialmente uma série de definições literárias, sendo um referencial teórico sobre os idosos em geral e sobre os Distritos Sanitários, seu modo de funcionamento e atendimento. Após essa etapa, será apresentada uma pesquisa quantitativa para o monitoramento das estatísticas de um posto de saúde em Curitiba, levando em consideração suas fichas de avaliação, para compreendermos o ambiente de violência em que esse submete os idosos presentes em sua área. Pretende-se com esse estudo apresentar dados que possam ser utilizados como fonte para a elaboração de diretrizes para o combate da violência aos idosos e incentivo para que mais trabalhos voltados ao bem-estar dos idosos sejam desenvolvidos.

Palavras-chave: Idoso; Distrito Sanitário; Violência; Curitiba.

1 INTRODUÇÃO

O objetivo principal desse trabalho é fornecer subsídios para avaliar a situação de violência contra idosos em tratamento em distritos sanitários, possibilitando que ações sejam planejadas.

Com este artigo, aprimorar a compreensão da situação de violência que a maior parcela dos idosos residentes no Brasil suportam todos os dias. Esta contribuição é realizada de duas maneiras: apresentar uma análise exploratória sobre os dados de notificação de uma determinada unidade de saúde que faz atendimento a esse grupo populacional e discutir a dimensão do problema por meio de uma revisão da bibliografia, enfatizando, a partir de uma visão mais ampliada, as principais questões universais e específicas que esse grupo populacional vive.

Para isso, foi realizada uma pesquisa bibliográfica elaborada sobre o assunto, iniciando-se pela explanação da situação atual dos idosos em nosso País e também a realidade do Distritos Sanitários locais. Por fim, será apresentado dados de um posto de saúde de Curitiba com o intuito de exemplificar o que será apresentado e utilizar essas informações como diretrizes para o desenvolvimento de políticas voltadas a essas pessoas.

2. DESENVOLVIMENTO

Inicialmente é importante delimitar o foco desse estudo. Considera-se idosa a população de 60 anos em diante, ponto de corte mais comumente adotado internacionalmente, sobretudo, nos estudos epidemiológicos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), para efeito de formulação de políticas públicas, esse limite mínimo pode variar segundo as condições de cada país, sendo importante considerar que a idade cronológica não é um marcador preciso para as alterações que acompanham o envelhecimento, podendo haver grandes variações quanto a condições de saúde, nível de participação na sociedade e nível de independência entre as pessoas idosas.

Geralmente, nos diferentes contextos históricos, há uma atribuição de poderes para cada ciclo da vida. Mas também faz parte da história um "desinvestimento" político e social na pessoa do idoso. A maioria das culturas tende a separar esses indivíduos, segregá-los e, real ou simbolicamente, a desejar sua morte.

Para isso, é necessário também abordar da violência contra o idoso em si, trazendo sua definição e os impactos para essa geração.

2.1. Violência contra os idosos

As violências contra pessoas mais velhas precisam ser vistas sob, pelo menos, três parâmetros: demográficos, sócio-antropológicos e epidemiológicos. No primeiro caso, deve-se situar o recente interesse sobre o tema, vinculado ao acelerado crescimento nas proporções de idosos em quase todos os países do mundo. Esse fenômeno quantitativo repercute nas formas de visibilidade social desse grupo etário e na expressão de suas necessidades. No Brasil, por exemplo, dobrou-se o nível de esperança de vida ao nascer em relativamente poucas décadas, em uma velocidade muito maior que os países europeus  que levaram cerca de 140 anos para envelhecer.

A OMS (2002) define violência contra o idoso como um ato de acometimento ou omissão, que pode ser tanto intencional como involuntário. O abuso pode ser de natureza física ou psicológica ou pode envolver maus tratos de ordem financeira ou material. Qualquer que seja o tipo de abuso, certamente resultará em sofrimento desnecessário, lesão ou dor, perda ou violação dos direitos humanos e uma redução na qualidade de vida do idoso. Essa definição também foi detalhada pela instituição Action on Elder Abuse, no Reino Unido, e adotada pela INPEA (International Network for the Prevention of Elder Abuse) em 2002.

Em um estudo sobre diferentes etnias africanas Riffiotis (2000) demonstra como, nessas tribos onde impera uma rígida divisão de funções etárias, essa intenção de aniquilamento político dos velhos é ritualizada, pois em uma determinada fase da vida, eles são levados para morrerem, em cavernas distantes dos seus povoados. Em nossas sociedades, esse desejo social de morte dos idosos se expressa, sobretudo, nos conflitos intergeracionais, maus-tratos e negligências, cuja elaboração cultural e simbólica se diferencia no tempo, por classes, por etnias, e por gênero.

As violências contra a geração a partir dos 60 anos se expressam em tradicionais formas de discriminação, como o atributo que comumente lhes é impingido como "descartáveis" e "peso social". Ao estudar o envelhecimento humano verificam-se questões relativas à violência contra idosos desde épocas antigas.

Segundo Hudson (1999), isso ocorre desde os primórdios da humanidade, variando conforme a sociedade estudada. Não há clareza, no entanto, das causas e consequências de tais situações.

Por parte do Estado, esse grande regulador do curso da vida, o idoso hoje é responsabilizado pelo custo insustentável da Previdência Social e, ao mesmo tempo, sofre uma enorme omissão quanto a políticas e programas de proteção específicos. É bem verdade que em 1994 foi promulgada a Lei Federal 8.842 (Brasil, 1994), buscando ordenar a proteção aos idosos. No entanto, como é o caso de muitas leis no Brasil, a implementação é ainda precária. No âmbito das instituições de assistência social e saúde, são freqüentes as denúncias de maus tratos e negligências. Mas nada se iguala aos abusos e negligências no interior dos próprios lares, onde choque de gerações, problemas de espaço físico, dificuldades financeiras costumam se somar a um imaginário social que considera a velhice como "decadência" (Minayo & Coimbra Jr., 2002).

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