Os Motivos Que Levaram Idosos a Institucionalização Asilar e Suas Percepções

Motivos que levaram idosos a institucionalização asilar e suas percepções – CAMPO GRANDE-MS

Introdução

O Brasil foi conhecido, por muitos anos, como um país de jovens. Essa realidade vem sendo mudada devido ao aumento significativo da sua população idosa. Em 2025, existirão 1,2 bilhões de pessoas com mais de 60 anos, sendo que os muitos idosos (com 80 ou mais anos) constituem o grupo etário de maior crescimento. No Brasil, estima-se que haverá cerca de 34 milhões de idosos em 2025, o que levará o Brasil à 6ª posição entre os países mais envelhecidos do mundo. (VERAS RP - 2009, IBGE - 2000 ).

Com tudo, existe uma grande preocupação com os idosos, por serem mais susceptíveis a doenças, quedas e etc..., deve-se haver um maior interesse dos órgãos públicos, das políticas sociais e da sociedade em geral, levando-se em consideração, principalmente, as características demográficas, econômicas, sociais e de saúde do país.

O idoso, por sua vez, apresenta algumas vezes uma progressiva perda de recursos físicos, mentais e sociais, devido a isso, muitas vezes são forçados a viverem isolados em asilos ou albergues, na solidão, longe de parentes e amigos. Muitas vezes morar sozinho torna-se uma opção do idoso, devido a eventos socioeconômicos causados pela viuvez, as separações, mortalidade.

O que também favorece o aumento de idosos em instituições asilares são as  grandes transformações na sociedade contemporânea e a busca crescente pela inserção no mercado de trabalho por integrantes da família, inclusive da mulher, faz com que o número de idosos em asilos aumente, pois diminuem possíveis cuidadores para os idosos. Assim a perspectivas de envelhecer num ambiente familiar ou de a mulher vir a exercer o papel de cuidadora dos parentes idosos ficam sensivelmente reduzidas, embora o Estatuto do idoso disponha que é obrigação da família, da comunidade e da sociedade. Diante disso, percebeu-se um aumento de institucionalização conforme o avanço da idade. (FINOCCHIO L, SILVA BR – 2011). Portanto, idosos tidos como inaptos para o trabalho e impossibilitados para cumprir seus deveres básicos de cidadania podem ter como destino as instituições asilares.

Segundo FINOCCHIO e SILVA (2011), apenas 5% dos idosos estão institucionalizados em asilos, porém, em média, 35% necessitam de atenção da instituição em algum momento da vida. Em 1980 menos de 2 milhões de idosos viviam em asilos, já em 2000, há um aumento desse número, sendo a expectativa para 2040 de mais de 4 milhões de idosos institucionalizados.

Com o processo de envelhecimento e as comorbidades advindas desse período, muitos idosos e familiares acabam por recorrer às Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), para garantir os cuidados necessários nessa fase de vida. Nesse cenário, cabe ressaltar que as ILPI são instituições que vêm passando por um processo de transformação ao longo dos anos, devido à criação de legislações que envolvem os direitos dos idosos.

Dentre elas, podemos citar a Portaria nº 810 de 1989 que aprova as “Normas e os padrões para o funcionamento de casas de repouso, clínicas geriátricas e outras instituições destinadas ao atendimento de idosos”. Dentro deste contexto, avaliar a percepção dos idosos sobre as condições de vida e o processo de institucionalização, é de grande importância científica e social, já que é necessário programar alternativas de intervenção, como programas geriátricos e políticas sociais, buscando promover o bem-estar deste grupo de pessoas que, tanto no mundo atual, quanto no futuro, constitui grande parte da população.  (PINTO SPLC, VON SINSOM – 2012).

Objetivo

Descrever os principais motivos que levam os idosos a residirem em instituições asilares e como se sentem.

Metodologia

Trata-se de um estudo descritivo transversal, que tem como objetivo analisar os motivos que levaram os idosos a residirem no recanto e de como eles se sentem. O estudo foi realizado em uma instituição asilar para idosos, na cidade de Campo Grande/MS, no período do mês de março de 2015.

Foi marcada uma visita na instituição a ser estudada com o objetivo de uma autorização dos seus coordenadores. Dada à autorização, foram aplicados pelos acadêmicos integrantes do grupo questionários com 12 perguntas elaboradas em sala a 32 idosos de ambos os sexos escolhidos aleatoriamente.  

Os resultados coletados foram representados em gráficos, logo abaixo.

 

 

Discussão dos resultados

Foram entrevistados 32 idosos que tinham entre 72 a 93 anos, com média de idade de 83 anos,  Com media de 83,0, mediana 83, moda de 79 e um desvio padrão de 5,4 . Destes 53,1% eram do sexo masculino e 46,9% do sexo feminino. (Tabela 1.0).

Faixa etária	Masculino n	Masculino %	Feminino n	Feminino %	Total n	Total %
72 Ⱶ76	2	6,3	2	6,3	4	12,5
76 Ⱶ 80	2	6,3	4	12,5	6	18,8
80 Ⱶ 84	7	21,9	3	9,4	10	31,3
84 Ⱶ 88	4	12,5	3	9,4	7	21,9
88 Ⱶ 93	2	6,3	3	9,4	5	15,6
	Total	Total	Total	Total	Total	Total
	17	53,1	15	46,9	32	100