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Poder Organizacional

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Por:   •  28/4/2014  •  1.133 Palavras (5 Páginas)  •  574 Visualizações

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Poder Organizacional

Na estrutura de funcionamento das organizações, a questão do poder é fundamental, pois se trata de um sistema de relações sociais em que existe permanentemente uma hierarquização baseada em diferentes capacidades dos indivíduos nas posições que estes ocupam na organização.

O problema do poder na interação entre indivíduos era ignorado pela teoria racionalista clássica, pois “o modelo mecanicista da conduta humana em que se apoiava, excluía as relações complicadas e ambíguas que se desenvolvem em torno das relações de poder”. Crozier (1969, p. 10).

Levando-se em consideração essa questão do poder, podemos falar numa organização como uma estrutura hierárquica de poder. Sendo este compreendido como a capacidade que possuem os indivíduos de modificarem o comportamento de outro ou de outros, teremos na base da organização aqueles que apresentam pouco poder, seja pessoal ou institucional, e no topo aqueles que apresentam maior poder, este sendo institucional, mas também pessoal (pois permitiu ao seu possuidor acesso ao poder institucional).

Devemos considerar que há uma dualidade da estrutura de podei; coexistindo numa mesma organização a oficial e a informal. Como afirma Crozier,

Estudar uma organização do ponto de vista das relações de poder, através das quais os atores organizacionais manipulam as zonas de incerteza com que contam para negociar continuamente sua própria boa vontade e para impor, na medida do possível, suas próprias orientações a outros atores, nos revela uma segunda estrutura de poder, paralela àquela que o organograma oficial codifica e legitima. Crozier e Friedberg (1990, p. 75).

Essa dualidade estrutural do poder “permite situar e compreender as ‘anomalias’ e o ‘distanciamento’ que continuamente se observam entre a fachada oficial de uma organização e os processos reais que caracterizam seu funcionamento. Esta estrutura de poder constitui, de fato, o verdadeiro organograma da organização, onde se completa, se corrige e inclusive se anulam as prescrições formais”.

O exercício do poder do ponto de vista administrativo é inerente à função gerencial, pois trata-se de induzir pessoas a agirem de acordo com determinadas expectativas. Visto desta maneira, quem administra o faz influenciando o comportamento de outras pessoas, portanto exercendo algum poder. Seja institucional, derivado do cargo que ocupa, seja motivado pela sua capacidade pessoal, ou ambos.

As organizações definem e limitam o que as pessoas podem ou não fazei; estabelecendo quais ações serão aceitáveis no seu interior. Essa característica demonstra que, mesmo não estando claro para a maioria dos membros da organização o poder de forma sutil influencia o seu comportamento, enquadrando-o em parâmetros estabelecidos.

Uma teoria do poder desenvolvida especificamente para as organizações é a de Crozier e Friedberg. Para estes autores uma organização é fundamentalmente, “o reino das relações de poder; de influência, de regateio e de cálculo onde as relações conflitivas não se ordenam segundo um esquema lógico integrado”, sendo que, “para muitos atores, são o meio de manifestar-se e de ter peso sobre o sistema e seus membros embora seja de maneira totalmente desigual”. Isto acontece porque o homem é “uma cabeça, ou seja, uma liberdade, ou dito em outros termos mais concretos, um agente autônomo capaz de calcular e de manipular, que se adapta e inventa em função das circunstâncias e dos movimentos de seus membros”. Crozier e Friedberg (1990, p. 39).

Para Crozier e Friedberg, o poder é um comportamento que sempre apresenta dois aspectos. Um, ofensivo, que é aproveitar as oportunidades para melhorar situação e, outro, defensivo, que consiste em manter e ampliar sua margem de autonomia e, conseqüentemente, sua capacidade de atuar. Para estes autores, as características estruturais de uma organização delimitam ou restringem o exercício do poder entre seus membros e definem as condições nas quais estes podem negociar entre si. A organização permite o desenvolvimento de relações de poder e lhes dá um caráter permanente.

Os autores French Jr. e Raven, em um estudo clássico e bastante utilizado em análise de organizações, identificaram cinco bases sociais do poder em função da sua origem e na relação entre o portador (do poder) e outro agente. Nessa classificação

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