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A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO UM INSTRUMENTO DE PODER

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Por:   •  30/4/2013  •  4.704 Palavras (19 Páginas)  •  1.197 Visualizações

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A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO UM INSTRUMENTO DE PODER

Fernanda Pereira Tavares

Mestranda em Administração de Recursos Humanos na Universidade

Federal da Paraíba

INTRODUÇÃO

O conceito de cultura vem sendo bastante discutido

e estudado atualmente. A palavra cultura surgiu a partir

da antropologia social, ou seja, quando grupos de

estudiosos, no final do século XIX e início do século

XX, começaram a pesquisar sobre as sociedades

primitivas e verificaram que os modos de vida de cada

sociedade se diferiam entre si e entre regiões. O

conceito de cultura foi, assim, criado para representar,

em um sentido muito amplo e holístico, as qualidades

de qualquer grupo humano específico que passem de

uma geração para a seguinte. A cultura organizacional

de uma empresa, por sua vez, manifesta-se através da

resistência à mudanças, resistência essa conseqüente

dos valores, crenças, mitos e tabus que encontram-se

enraizados nessa empresa; manifesta-se, também,

através de padrões de comportamento ou estilo de uma

organização assumido pelos funcionários, os quais

incentivam novos colegas a seguirem.

A cultura de uma organização tem conseqüências

poderosas, em especial, quando é fortalecida pela

continuidade da liderança, estabilidade dos membros

no grupo, concentração geográfica, o tamanho pequeno

do grupo e o sucesso considerável. Através desse

poder, ela permite a um grupo agir com rapidez e

coordenação contra um concorrente ou em benefício de

um cliente. Mas pode levar, também, pessoas

Inteligentes a tomarem decisões precipitadas e

suicidas.

Portanto, no presente artigo, tentar-se-á caracterizar

a cultura organizacional como um instrumento de

poder em relação às transformações ocorridas dentro

do ambiente empresarial, levando-se em consideração

o seu conceito, mitos, tabus, enfim, toda a sua questão

conceitual, de formação e de identificação.

O QUE É PODER?

Quase sempre associa-se o termo poder a expressões

ligadas a manipulação, abuso, exploração e injustiça.

Isso ocorre em função do uso indevido do poder

durante a história da humanidade.

Atualmente, através de uma conscientização maior

sobre as diversas facetas do poder, pode se afirmar que

esse poder é onipotente na vida social, ou seja, sempre

existiram os sistemas de poder que influenciaram a

vida grupal e são parte inerente da experiência de cada

ser humano. Sendo assim, seria fútil negar sua

existência ou sua importância.

Para sintetizar e facilitar a compreensão sobre o

poder Krausz (1991, p.15) propõe o conceito do

mesmo "como a capacidade potencial de influenciar as

ações de indivíduos ou grupos no sentido de autuarem

de uma determinada maneira" Para essa autora, o

poder corresponde a uma capacidade inerente a todas

as pessoas e que poderá ou não ser utilizada; pressupõe

a necessidade de relacionamento direto ou indireto

entre quem influencia e quem é influenciado; envolve

um ato de influência do influenciador para com o

influenciado; e, por fim, pressupõe que nem sempre o

influenciador consegue fazer com que o influenciado

aceite suas diretivas.

Clegg (1992, p.79-80), baseando-se nos estudos de

Foucault, refere-se ao poder como um meio de controle

do saber, ou seja, esse poder se manifesta como um

instrumento de controle disfarçado de adaptação social

a novas formas de saber. “Qualquer organização

formalmente eficiente, via de regra tentará construir

algumas práticas estratégicas gerais de disciplina (..)

essas práticas não são apenas capazes de atingir

objetivos preciosos, com também são reforçadas por

sanções bastantes generalizadas (...)” (Idem, ibidem.

p.79-80).

Tal poder se apresenta de várias formas e tipos,

levando a uma dificuldade quanto à sua análise. French

e Raven (apud Krausz, Op cit. p.21) classificam o

poder em coercitivo, que corresponde à capacidade de

influenciar através de sanções e punições; de

recompensa, isto é, capacidade de influenciar pela

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