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Produção De Fumo Em Mg No século 18

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Por:   •  27/5/2014  •  4.687 Palavras (19 Páginas)  •  245 Visualizações

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INDICAÇÕES SOBRE A PRODUÇÃO E O COMÉRCIO DO FUMO

SUL-MINEIRO:

ANÁLISE DO LIVRO DE NOTAS DO NEGOCIANTE ANTÔNIO JOSÉ

RIBEIRO DE CARVALHO

Marcos Ferreira de Andrade

(Doutor em História pela Universidade Federal Fluminense – UFF. Professor do

curso de História do Centro Universitário de Belo Horizonte – UNI-BH e

professor colaborador do Programa de Pós-graduação da Universidade Federal

de São João del-Rei – UFSJ)

Resumo

O trabalho discute a importância do cultivo do tabaco e da comercialização do

fumo sul-mineiro em algumas propriedades localizadas mais ao sul da antiga

da comarca do Rio das Mortes, nas freguesias de Santa Catarina, Carmo de

Minas e Cristina, na primeira metade do século XIX. Os indícios da importância

no fumo na área estudada foram cotejados a partir da análise dos inventários

de alguns escravistas e também do livro de notas de um fazendeironegociante.

Palavras-chave: Escravidão – Comércio – Fumo – Sul de Minas

Área Temática: História Econômica e Demografia Histórica

H3 – Urbanização e comércio em Minas Gerais no Século XIX

Indicações sobre a produção e o comércio do fumo sul-mineiro: análise

do livro de notas do negociante Antônio José Ribeiro de Carvalho

1. Introdução

Este trabalho tem por objetivo oferecer pistas sobre a importância da

produção e comercialização do fumo sul-mineiro, localizado nas freguesias e

distritos que compunham a região de Cristina, que até a década de 1830,

pertencia ao termo da vila da Campanha da Princesa. Considerando esse

aspecto, foram analisados alguns inventários de proprietários envolvidos com o

cultivo do tabaco, verificando o volume da produção que aparece arrolado nos

processos notariais, além das informações constantes do livro de notas do

negociante Antônio José Ribeiro de Carvalho, mais conhecido como o “velho

do Condado”. O que as fontes indicam é que a produção e comercialização de

fumo faziam parte de conjunto diversificado de atividades desenvolvidas pelos

fazendeiros/negociantes, um tipo social marcante no cenário sul-mineiro da

primeira metade do século XIX.1

2. O cultivo de tabaco no Sul de Minas

A importância que teve o cultivo do tabaco no Sul de Minas, mais

precisamente no termo de Baependi, é abordada de forma bastante genérica

em vários trabalhos, pois ainda faltam estudos mais detalhados dessa atividade

na região, destacando o volume da produção, a importância do comércio e sua

vinculação com o tráfico internacional,2 se é que ocorria. Este trabalho, por sua

vez, também não se destina a oferecer muitas respostas para o “ciclo do fumo

sul-mineiro”, como define Douglas Libby,3 mas, certamente, alguns inventários

denotam a importância que a atividade possuía na região e quantos

proprietários estavam diretamente envolvidos nela.

Merece destaque uma pesquisa recente e em andamento, desenvolvida

por Cristiano Corte Restitutti, que tem revelado informações de extrema

relevância para se compreender os circuitos mercantis do fumo de Minas, com

destaque para os principais centros produtores (Baependi, Cristina e Itajubá) e

os mercados que absorviam a produção sul-mineira, especialmente a cidade

do Rio de Janeiro. Os circuitos terrestres garantiam a chegada do fumo até a

praça mercantil carioca, que se tornou o principal centro consumidor e

distribuidor do fumo sul-mineiro para outras províncias (Rio Grande do Sul,

Pernambuco e Santa Catarina) e a bacia do Prata (Montevidéu e Buenos

Aires), através do comércio de cabotagem. Em 1827-1832 e 1833-1838, o Rio

1 Parte dessa discussão pode ser encontrada em minha tese de doutorado, recentemente

publicada. Ver Marcos Ferreira de Andrade. Elites regionais e a formação do Estado Imperial

brasileiro: Minas Gerais – Campanha da Princesa (1799-1850). Rio de Janeiro: Arquivo

Nacional, 2008. pp. 50-52; 84-86; 90-94.

2 João Luís Fragoso relata o comércio de fumo e tecidos grossos para escravos, desenvolvido

entre Aiuruoca, Baependi e Cristina e a praça mercantil do Rio de Janeiro. Ver Homens de

grossa aventura, p. 25.

3 O autor destaca a inexistência de estudos mais sistematizados sobre o assunto, ao analisar

as obras de Kathleen Higgins e Laird W. Bergard sobre Minas Gerais. Douglas Cole Libby,

Minas na mira dos brasilianistas: reflexões sobre os trabalhos de Higgins e Bergard, p. 279-

304. Também já havíamos chamado a atenção para este aspecto em artigo em que

analisamos o potencial das fontes regionais para a história do sul de Minas. Ver Marcos

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