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Por:   •  15/12/2013  •  Seminário  •  1.133 Palavras (5 Páginas)  •  192 Visualizações

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Quebrar paradigmas não é tarefa fácil, é necessário que se tenha bastante clareza e pertinência das idéias, além de muita força e determinação. Características essas que não faltam ao sociólogo e professor da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, da Universidade de Genebra, Philippe Perrenoud, o qual vem contribuindo com suas idéias a respeito da educação, mas especificamente sobre o fracasso escolar, as competências, o ofício do professor, a avaliação, os ciclos de aprendizagem plurianuais, entre outros temas de extrema importância no contexto educacional.

Em seu livro Os Ciclos de Aprendizagem – Um Caminho para Combater o Fracasso Escolar, da Editora Artmed, Perrenoud centra-liza o debate na idéia do ciclo, relacionando-o a outros eixos fundamentais do sistema que são: o currículo, a avaliação, a organização do trabalho, os dispositivos de diferenciação, as abordagens didáticas, a cooperação profissional e a formação de professores.

A idéia é desfragmentar as séries anuais e investir nos ciclos de aprendizagem plurianuais, na tentativa de se ensinar melhor, combater o fracasso escolar, as desigualdades e outros fatores que comprometem a boa formação do indivíduo.

A finalidade é que, no final da formação escolar, os alunos consigam alcançar os objetivos juntos, mesmo que, para isso, seja necessário trilhar caminhos diferentes.

Os ciclos, ou qualquer outra estrutura, não têm o “poder” de fazer com que essa finalidade e esses objetivos sejam alcançados, eles apenas permitem que sejam construídos meios ou formas que facilitem o ensino-aprendizagem, tornando possível a realização de novas práticas pedagógicas.

Na escola que trabalha com uma estrutura seriada, o aluno que não consegue atingir o objetivo no final do ano é levado à reprovação ou ao apoio, o que não acontece nos ciclos de aprendizagem, já que não se espera o final do percurso para fazer os balanços formativos.

“Muitos deles expressam o temor de ver aumentar as variações porque, em um ciclo plurianual, alguns alunos poderiam mais facilmente ‘escapar da chuva’. No final do ciclo, sofreriam graves lacunas e uma imagem depreciada de si mesmos, pelo fato de suas dificuldades não terem recebido um atendimento rápido. Esses temores não são absolutamente absurdos. Se for mal administrado, se deixar os alunos ‘ao abandono’ – não voluntariamente, mas devido a uma gestão aproximada das progressões e a um otimismo infundado sobre as virtudes do tempo que passa –, um ciclo de aprendizagem pode provocar um aumento dos fracassos e das desigualdades”.* (PERRENOUD: 2004, p.42)

Sendo assim, a construção de ciclos de aprendizagem requer mais inovação pedagógica e organização do que a gerência de uma estrutura anual, até porque a tarefa de compartilhar o trabalho de maneira flexível e encaminhar progressões diversificadas durante vários anos é mais complexa do que se imagina.

Por esse motivo, saber trabalhar em equipe é fundamental, já que os objetivos a serem alcançados no final do percurso precisam ser bem determinados entre professores, alunos e pais.

Cada aluno sabe o que mais lhe interessa e o que é melhor para ele. É importante ressaltar que, numa classe heterogênea, encontramos vários tipos de pessoas que pensam, agem e têm necessidades diferentes. Portanto, para se obter um bom resultado, é necessário que seja realizado um trabalho de pedagogia diferenciada.

Diferenciar, segundo Perrenoud, é propor a cada aluno, sempre que possível, uma situação de aprendizagem e tarefas ótimas para ele, mobilizando-o em sua zona de desenvolvimento próximo.

Dentro dessa perspectiva, é de fundamental importância que o professor avalie o aluno de maneira formativa. Saber o que ele conseguiu compreender, o que mais lhe motiva, o que ele menos gosta e onde estão as suas dificuldades, tudo isso auxiliam o professor na hora de otimizar as situações de aprendizagem.

“Uma avaliação formativa aguçada não tem nada a ver com a redação de um boletim. Ela passa, principalmente, por um conjunto de operações mentais que constroem e depois utilizam uma representação aprimorada dos objetivos e dos processos de aprendizagem. Essa representação é elaborada a partir de indícios observáveis e de um diálogo com os alunos, mas ela se afasta disso para interpretar os dados por meio de quadros teóricos e de métodos que não estão ao alcance de qualquer um.

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Fica, então, a questão de fundo: um balanço de final de ciclo é certificativo? Responder sim seria encerrar cada ciclo em seus próprios

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