Quando As Estratégias Educacionais - Da Formação Continuada De Professores A Acervos Pedagógicos - não Funcionam No Processo De Alfabetização: Um Estudo De Caso Na E.M.E.B. Anfilófio De Souza Campos Em Itiquira-Mt

FACULDADE DA LAPA-FAEL

CURSO DE PEDAGOGIA – MODALIDADE À DISTÂNCIA

Quando as estratégias educacionais – da formação continuada de professores a acervos pedagógicos - não funcionam no processo de alfabetização: um estudo de caso na E.M.E.B. Anfilófio de Souza Campos em Itiquira-Mt

*AUTORA: ELISÂNGELA DA SILVA LIMA

**ORIENTADORA: PROF KARIN SYVIA GRAEML

ITIQUIRA-MT

2014

SIGLAS

CONPEF – Congresso Norte Paranaense de Educação física Escolar

IDEB - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

MEC- Ministério da Educação e Cultura

OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

PAR –Plano de Ações Articuladas

RESUMO

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ABSTRACT

INTRODUÇÃO

1. AS FALÍVEIS ALTERNATIVAS PARA A ALFABETIZAÇÃO

Observando as propostas políticas, acadêmicas e pedagógicas das duas últimas décadas, podemos observar a convicção de se assegurar a alfabetização superando as marcas do analfabetismo em uma totalidade de 100% no território brasileiro, e para isso, os projetos políticos têm se empenhado em promover programas de alfabetização e formação continuada dos professores, as academias têm revisto seus currículos e os professores em busca de aperfeiçoar suas habilidades teórico-práticas, na expectativa de que essas ações venham a qualquer momento suscitar o melhor método ou a teoria correta para se alcançar este objetivo. Mas será que existe o melhor método ou a teoria adequada que consolide a prática correta da alfabetização?

Refletiremos sobre esta indagação, através de análise e questionamento das propostas supracitadas, buscando assimilar se há realmente uma resposta para tal.

No intuito de atingir o patamar educacional da média dos países da OCDE, o Brasil tem estabelecido metas de qualidade a serem alcançadas pelas escolas. Para que isso ocorra, as instituições educacionais de educação básica devem progredir da média 3,8 registrada no ano de 2005 (Ideb/MEC) para a média 6,0 até o ano de 2022 (Ideb/MEC). A partir desta proposta, o governo tem investido na educação de crianças, jovens e adultos, criando oportunidades tanto para o acesso a escola, como para a capacitação de professores. Atualmente o país dispõe de várias ações de motivação tanto pecuniárias quanto de assistência pedagógica, para aceleramento do avanço educacional, no entanto, permanece incontestável a baixa qualidade na aprendizagem mediante os tantos investimentos. KRAMER (2010, p. 15), percebendo esse vácuo, nos conduz à seguinte reflexão:

Sem condições materiais objetivas para nossos professores (...) não me parece ser possível superar as marcas do analfabetismo. Certamente não será com prédios, aparelhos de tevê, kits multimídia ou novas alternativas metodológicas de ensino que se conseguirá esse feito: os tijolos, o coração e o cérebro das nossas ações escolares foram, são e continuarão a ser os professores e as professoras que ano após ano convivem com crianças, jovens e adultos nas escolas (...).

A autora parece resumir o anseio de quem assume compulsoriamente a responsabilidade de cumprir metas preestabelecidas: o educador. Cabe exclusivamente ao professor, alcançar metas que para terem real valia são dependentes de diversos fatores, tanto culturais, quanto econômicos e sociais. Kramer (2010) pondera que tais iniciativas tornam-se equívocos quando “vai sendo feita uma educação (...) que se afasta mais e mais dos interesses e necessidades da maioria da população”. Por essa razão projetos que visem a alfabetização precisa ser parte de um projeto socialmente elaborado, com interação dentro e fora da escola. As ações iniciadas na escola devem ter continuidade fora delas.

1.1- A formação continuada e o cumprimento de metas imputadas ao professor

Caro professor,

Este livro foi feito com o intuito de ajudá-lo a planejar boas atividades de alfabetização. É composto de duas partes: a primeira, “o que precisa saber quem alfabetiza” (...). A segunda, “o que propor em sala de aula (...)”.

Tanto a primeira quanto a segunda não se esgotam (...), é preciso que você procure se aprofundar nos temas tratados (...). E é preciso que você amplie, reestruture e invente situações de aprendizagem em alfabetização. (ESCOLA ATIVA, Alfabetização: Livro do professor, 2000, p. 05)

Há quase uma década, professores que atuam na alfabetização têm lido esse prefácio ou similares logo que ingressam na formação continuada. É como se fosse o início de tudo, como se antes nunca se houvera “inventado” situações de aprendizagem em alfabetização. E surge uma ambigüidade de expectativas entre as diversas fases de professores que entram nestes cursos. Fases, porque nas turmas formadas pra tais cursos encontram-se professores recém formados, professores encaminhando aposentadoria ou próximo a isso, professores sem formação em magistério e sem licenciatura, professores efetivos e professores contratados. E para cada um desses segmentos uma expectativa diferente. Para os iniciantes na alfabetização, a esperança é depositada em métodos e práticas que possam orientá-lo no que realmente deve fazer dentro da sala, para os educadores que vêm ha muitos anos alfabetizando comprometidos com essa responsabilidade, a formação serve mais para atualização e informação, do que propriamente para capacitação e o mais agravante são os educadores que já desacreditaram de todas as alternativas propostas e os contratados que na maioria das vezes iniciam e não concluem ou entram na segunda parte ou conclusão da formação, não participando de todas as etapas