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RESUMO: Moreninha

Por:   •  23/3/2016  •  Resenha  •  1.421 Palavras (6 Páginas)  •  626 Visualizações

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Moreninha

Olá, aqui lhes fala um homem já letrado, por isso o vocabulário não será mais o daquele rapazote de 17 anos, o qual vivenciou o ocorrido contado aqui. Tentarei deixar o mais simples possível, contudo não me culpes por possíveis equívocos.

Sim, foi assim mesmo, era um verão quente e sôfrego (para mim ao menos), os raios de sol queimavam a face dos despidos de melanina e corava ainda mais os de pele morena por mim já tão invejada. Foi em um dia desses que a conheci. Tão linda... uma musa, uma deusa de tão estonteante. Me abestei logo de cara, confesso, mas não era de se espantar tal reação, como disse, era linda. Possuidora da derme dos deuses gregos tão venerados e admirados por todos, não muito enegrecida, na proporção exata. Não era alta, baixinha até, mas um charme dos pés à cabeça; e os cabelos?! Encaracolados! Curtinhos! Uma graça! Tão negros, tão cheios, tão vivos! Desculpem-me, exaltei-me nas exclamações, prosseguirei nas rédeas, asseguro-lhes. Ah... existe tanto o que falar sobre ela. Continuemos então pelo rosto. Ah... como era lindo, boca perfeitamente delineada e carnuda, sabiamente colorida de carmesim, muito chamativa, convidativa, tentadora, diga-se de passagem, e ainda havia algo que muito brilhava banhado pela estrela mãe. Seria possível? Pelo amor dos poderosos! Como era ousada essa mocinha! Uma bela argolinha lhe agraçava a parte inferior esquerda do lábio. Um veslumbre para qualquer olhar intrometido mais atencioso; segui para seus olhos, como eram vívidos o belo par de ambar! Mais reluzentes que qualquer pedra preciosa já vista por um Homo sapiens ou animal de menor intelecto; e tinha aquele corpinho... ai, aquele corpo; negros dispõe dessa vantagem; corpo delineado, seios avantajados e juntinhos, cintura malvada, causadora de ganância em muitos, pernas salientes e roliças, uma tentação! E está aí minha moreninha. Bela, não?

Sou um covarde, "cagão" no linguajar juvenil, não falo com pessoas, se quiserem, que venham falar comigo. Fiquei com medo? Claro que fiquei, afinal, estava caminhando em direção à minha amada naquele momento! Tremia, suava, e tive a capacidade de tropeçar! Não caí, felizmente, mas enrubreci perante meu ato de completa falta de controle emocional e corporal. Lembrem-se de que, nessa época, era apenas um garoto. Me aproximei. Estava tão perto! Perto o suficiente para conseguir ampará-la quando tropeçou em um desnível da praça. Ah, como fui heróico! Aos olhos dela pelo menos, afinal, evitei uma possível ida ao médico, especialista que ela tanto temia e evitava. Como disso sei? Oras, após a entrada de seu principe encantado de capa, cavalo branco, heróico e forte, quem disse que ela resistiu a uma conversa? Nem careci de começar, a própria começou a falar e não parou mais. Sabe, existem pessoas que tem facilidade para achar um assunto ou falar sobre qualquer coisa e a tornar emocionante e divertida e esse tipo, ah esse tipo... São incríveis! Me facinam imensamente, a facilidade, a destreza, os pensamentos e palavras eficazes; habilidades impossíveis para minha pessoa. Conversamos, trocamos palavras por horas e nem percebemos o tempo passar, tudo que sei é que, ao entardecer, em meio aquelas explosões de cores no céu, ela me beijou. Sim! Nem tive tempo de assimilar o que ocorria. Meu coração não se acomodava mais no peito, se remexia, pulsava desesperadamente, não cabia mais! Era doce, era mágico; todos os pelos se oriçando ao mesmo tempo, a pele quente como fogo, as bocas se conversando, dançando um tango feroz. Nos separamos, os pulmões cansados, os sentidos bagunçados, o fogo era a pior parte, não se esvaia, lutava com uma persistência fugaz e incansável. E ele não se foi, passamos horas nos beijando, trocando alguns puxões de cabelo, e chupões em lugares estratégicos. Por algum milagre, ninguém nos interrompeu acusando o horário. Mães desnaturadas da época. Acho que este parágrafo já se extendeu por demasiado, terminarei por aqui, pois a essa altura, minha boca já formigava e doia. Como tarde já era, não a deixaria retornar sozinha, cidades grandes são um perigo ao anoitecer (não que um "franguinho depenado" como eu iria espantar algum malfeitor). A deixei na esquina de sua casa e a esperei entrar, só para ter certeza de que chegaria a salvo.

Durante semanas ficamos a nos encontrar em praças, shoppings, lanchonetes, jardins e na praia. Ah.. a praia... como era apaixonante aquele lugar que eu, sinceramente, odiava; durante o dia, não entendam mal; era muita gente aglomerada, cheiro de suor e protetor solar, barulhento ao extremo, quente! Ah, como era quente aquela joça! À noite? Não; quando o sol se esvaia e a lua nascia grande no céu acompanhada de suas filhas lustrosas, a beleza e harmonia tomavam conta do local. As ondas tocavam uma melodia gostosa e suave, a brisa era fresca, a areia perdia seu calor, nosso belo satélite natural se duplicava em beleza, o silêncio imperava e o nível de romantismo ultrapassava os limites das emoções. Adorava levá-la a esse cantinho que eu tanto admirava...

Certo dia, minha, na época, bela mãe pediu para

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