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Reabilitação Aquatica

Artigo: Reabilitação Aquatica. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  25/10/2013  •  1.715 Palavras (7 Páginas)  •  328 Visualizações

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1. Introdução

A hidroterapia é um recurso fisioterapêutico importante para a reabilitação e/ou prevenção de alterações funcionais, tendo como princípio os efeitos físicos, fisiológicos e cinesiológicos promovidos pela imersão do corpo em piscina aquecida. As propriedades físicas e o aquecimento da água desempenham um papel vantajoso na melhoria e na manutenção da amplitude de movimento das articulações, do relaxamento e na redução da tensão muscular (CANDELORO; CAROMANO, 2007).

A diminuição do impacto articular durante atividades físicas aquáticas, ocasionada pela flutuação, leva à redução da sensibilidade de dor, diminuição da compressão nas articulações doloridas, maior liberdade de movimento e diminuição de espasmos. Como efeito da flutuação, há o movimento das articulações rígidas em amplitudes maiores com um aumento mínimo de dor. Os exercícios de fortalecimento com paciente submerso estão fundamentados nos princípios físicos da hidrostática, que permitem gerar resistência multidimensional constante aos movimentos (CANDELORO; CAROMANO, 2007; SACCHELL; ACCACIO, 2007a).

2. Aspectos históricos da reabilitação aquática.

De acordo com Campion (2000), a hidroterapia é tão antiga quanto à história da humanidade. Os mulçumanos egípcios e assírios faziam uso de banhos em piscinas, devido às suas propriedades curativas e sedativas. Na Índia, na China, na Grécia e em Roma os banhos tinham papel social e espiritual. Os povos respeitavam ou cultuavam as águas correntes. Os hindus, em 1500 a.C., usavam-nas para o combate da febre e os orientais eram adeptos dos longos banhos de imersão. Para as civilizações antigas, eram utilizadas para limpar o corpo terreno de doenças e o corpo espiritual dos pecados (VIERVILLE, 2000; SACCHELLI; ACCACIO, 2007a; CAMPION, 2000).

Segundo Campion (2000), as pesquisas sobre a terapia aquática, durante a idade média, ficaram estagnadas em função da proibição, por parte da Igreja, do uso dos recursos físicos da água para tratamento de patologias, pois associava essa prática ao paganismo.

Conforme a mesma autora, com o Renascimento do século XV (e ao longo dos dois séculos subseqüentes), o uso desse recurso natural para o tratamento de doenças adquiriu algum reconhecimento por parte dos médicos europeus.

No século XIX, época na qual apareceram os primeiros spas nos Estados Unidos (importantes para o desenvolvimento da hidroterapia no continente americano), Vincent Prienitz iniciou o trabalho com exercícios aquáticos e pesquisou as reações que o organismo tem em diferentes temperaturas da água. Seus estudos baseavam-se em imersões em água fria, chuveiros e compressas. Como não possuía formação médica, não foi visto com bons olhos pela comunidade científica específica dessa área do conhecimento (SACCHELLI; ACCACIO, 2007a; CAMPION, 2000; IRION, 2000; VIERVILLE, 2000).

Winterwitz, professor e fundador de uma escola de hidroterapia e de um centro de pesquisa em Viena, dedicou-se a pesquisar o assunto, com base nos postulados de Vincent Prienitz. Seus principais estudos foram sobre as reações da água no corpo. Por conta disso, estabeleceu bases fisiológicas aceitáveis para a hidroterapia (ROBERTS, 1981; IRION, 2000).

Atualmente, a hidroterapia ganha popularidade em virtude das pesquisas que evidenciam as propriedades físicas da água e os ganhos fisiológicos dos exercícios aquáticos (CAMPION, 2000). O reconhecimento dos benefícios da hidroterapia sobre as mais diversas patologias leva à sua incorporação nos programas de reabilitação da fisioterapia (IRION, 2000).

3. Indicações para a hidroterapia.

3.1. Gerontes

Nos idosos, a terapia aquática apresenta vários benefícios, dentre os quais se destacam: diminuição da freqüência cardíaca, aumento do desempenho cardiopulmonar, fortalecimento e aumento da capacidade elástica dos músculos, aumento da amplitude articular, diminuição e/ou eliminação das tensões mentais (BORNACHELA, 1999; CANDELORO, 2009).

Exercícios regulares podem auxiliar os idosos na ampliação de sua qualidade de vida e reduzir a taxa de declínio do seu estado funcional. A hidroterapia é uma prática segura para programas aeróbicos, além de ser importante para o tratamento de patologias associadas ao envelhecimento tal com Parkinson, osteoporose e artrose (CANDELORO, 2009).

3.2. Deficientes físicos

As propriedades físicas da água e sua relação com o corpo oferecem ao portador de deficiência maior possibilidade de mobilidade, afastando-o momentaneamente da utilização de próteses, bengalas, cadeira de roda, etc. Contribui significativamente para o desenvolvimento psicomotor do indivíduo (ROCHA, 1994).

De acordo com o mesmo autor, a hidroterapia relaxa, estica e reforça a musculatura, através de movimentos coordenados; aguça os reflexos proporcionando melhor domínio dos músculos exercitados; melhora a flexibilidade; evita tensões e rompimento de músculos. Conduz, portanto, a efeitos psíquicos benéficos, como a sensação de vivacidade e de bem-estar, predisposição ao prosseguimento intensivo do trabalho através do aquecimento e melhora a capacidade de concentração.

3.3. Gestantes

Canderolo (2009) cita pesquisas onde gestantes que praticaram exercícios físicos como a hidroterapia tiveram filhos com a capacidade cognitiva mais aguçada, pelo fato da melhor oxigenação dos fetos e disponibilidade de nutrientes aos mesmos.

Para a gestante, algumas das vantagens da hidroterapia são o alívio das dores da coluna, melhora da estética corporal e a condição cardiorrespiratória, além do aumento da flexibilidade.

Para Candeloro (2009), gestantes que apresentam uma boa condição física correm menos riscos de passarem por complicações durante o parto e no pós-parto, conduzindo à rápida recuperação. A hidroterapia permite que a mulher desempenhe exercícios aeróbicos de uma forma segura, protegendo-a contra quedas e impactos, fortalecendo os músculos do assoalho pélvico (CIRULLO, 2000).

3.4. Portadores de problemas gastrointestinais

No momento do exercício e da respiração profunda durante a hidroterapia, acontecem algumas alterações fisiológicas no trato gastrointestinal. Há a diminuição da quantidade de hormônios, enzimas e sangue que chegam ao mesmo, reduzindo as sensações indesejáveis desse tipo de complicação (SOVA, 1998).

3.5. Portadores de disfunções músculo-esqueléticas da coluna vertebral

Os exercícios

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