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Resenha Crítica A Lei do Silêncio e Venha Ver o Pôr do Sol

Por:   •  12/11/2020  •  Resenha  •  643 Palavras (3 Páginas)  •  411 Visualizações

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A Lei do Silêncio e Venha Ver o Pôr do Sol – Como dois contos nos mostram a realidade da violência contra a Mulher.

Pedro Capitani.

        Escritos respectivamente em 1979 por Victor Giudice e em 1988 por Lygia Fagundes Telles, A Lei do Silêncio e Venha Ver o Pôr do Sol retratam a realidade de milhares de mulheres que sofrem, diariamente e muitas vezes secretamente os mais variados tipos de violência doméstica.

        A obra do escritor, músico e professor fluminense faz uma denúncia em apenas três páginas de um feminicídio, numa sala de estar, sob um “legítimo Lurcat¹ de cinco por quatro”, por volta das dez e meia da noite.

        A Lei do Silêncio nos conta de forma natural e detalhada apenas mais uma discussão de casal que acaba em ferimentos ou até em morte para o lado feminino, um pequeno acidente de cinco perfurações – que felizmente não geraram uma hemorragia, mas infelizmente danificaram a mobília da casa.

        Por sua vez, a escritora paulista – considerada por acadêmicos, críticos e leitores uma das mais importantes e notáveis escritoras brasileiras do século XX, nos conta em uma breve história de seis páginas a triste aventura de Raquel, uma moça a frente do seu tempo, sincera aos seus instintos femininos e que resolve namorar um homem rico – que por sinal a levará até o Oriente, “você sabe onde fica o Oriente²?”

        No conto da escritora paulistana, é narrada o triste destino da moça, que é levada até um cemitério abandonado pelo seu ex-amor e frustrado com o novo recomeço de Raquel e presa dentro de um jazigo, crime esse que não deixou rastros nem testemunhas.

        Apesar de serem ambos mais velhos que este que vos escreve, os contos seguem atuais em uma sociedade machista e patriarcal, em que homens mantêm o poder primário e predominam em funções de liderança política, autoridade moral, privilégio social e controle das propriedades. 

        Escritos mais de uma década antes da Lei Maria da Penha entrar em vigor (em 22 de setembro de 2006) – lei esta que contribuiu para uma diminuição de cerca de 10% na taxa de homicídios contra mulheres praticados dentro das residências das vítimas, os contos nos mostram que a violência contra a mulher além de silenciosa é secreta.

Segundo pesquisa feita no Rio de Janeiro em 2015, mais de setenta por cento das mulheres vítimas de violência não denunciaram seus companheiros.

        No primeiro conto citado, o marido representa todos os companheiros violentos, que não fornecem amor, carinho e proteção a suas companheiras e são apenas e somente a causa de dor física e psicológica e o policial representa todas as pessoas que coniventes.

        No segundo, Raquel representa todas as mulheres de espírito livre (que acabam sendo trancadas, as vezes literalmente), modernas, e que seguem em frente mais rápido do que ex-namorados ou ex-maridos ciumentos, invejosos e violentos, que planejam vinganças contra suas ex-companheiras ou os atuais cônjuges.

        Recomenda-se a obra a fim de reflexão sobre a violência doméstica, ao feminicídio e ao fato de, apesar de quarenta anos depois, os contos continuam mais atuais do que nunca.

Notas

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