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Resumo dos Répteis Ameaçados de extinção

Por:   •  5/4/2016  •  Projeto de pesquisa  •  3.882 Palavras (16 Páginas)  •  273 Visualizações

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Resumo do artigo científico: Répteis

Existe um grupo de animais geralmente chamados de repteis que possui em comum a capacidade de usar fontes externas de calor para regular a temperatura corporal (ectotermia) e tem a pele coberta por escamas. Esse grupo tem muitos animas diferentes, como por exemplo as serpentes, lagartos, anfisbênias, quelônios e jacarés.

Até julho de 2005, segundo um levantamento coordenado pela Sociedade Brasileira de Herpetologia (SBH, 2005), no território brasileiro eram conhecidas 641 espécies de répteis ( e mais de um terço delas é endêmica, ou seja, só existem aqui no Brasil), o que representa cerca de 8% do total de espécies conhecidas no mundo (Uetz, 2005). São seis espécies de jacarés (26% de todas as espécies do mundo), 35 de quelônios (11% da fauna mundial), 217 de lagartos (5% da fauna mundial), 326 de serpentes (11% da fauna mundial) e 57 de anfisbênias (as cobras-de-duas-cabeças; 35% da fauna mundial). O Brasil é o quarto colocado em relação ao número total de répteis, ficando atrás da Austrália, do México e da Índia, que possuem de 750  a 850 espécies.

Atualmente, 20% da fauna mundial de quelônios é formada por espécies da subordem Pleurodira (que contém as espécies que retraem a cabeça para dentro da carapaça dobrando a cabeça horizontalmente), e 80% da subordem Cryptodira (aquelas que retraem a cabeça dobrando o pescoço em “S”). Entretanto, no Brasil, dois terços das espécies pertencem a subordem Pleurodira e apenas um terço na subordem Cryptodira.

Existem répteis na grande maioria dos ecossistemas brasileiros, e são encontrados em mais quantidade em áreas mais quentes do país por serem ectotérmicos. Sendo assim, a maior quantidade de répteis é encontrada na Amazônia ( 350 espécies), na Mata Atlântica (quase 200 espécies), No Cerrado (mais de 150 espécies) e na Caatinga (mais de 110 espécies). É possível encontrar até mais de uma centena de espécies de répteis coexistindo na mesma área, por exemplo, em uma mesma floresta da região de Manaus, são encontradas mais de 110 espécies de répteis, a maioria delas de serpentes e lagartos.

A maioria dos répteis só consegue sobreviver em poucos lugares distintos, por exemplo, os lagartos e as serpentes vivem em florestas, mas não conseguem viver em campos, pastos e plantações. Mas algumas espécies se beneficiam com as ações do homem, por exemplo, a cascavel, que está aumentando sua distribuição geográfica, pois consegue sobreviver em áreas abertas pela derrubada de florestas tropicais.

Grande parte desses animais é constituída por predadores, que muitas vezes estão no topo de cadeias tróficas. Os jacarés e boa parte das serpentes são bons exemplos. Outros répteis como as anfisbenas, a maioria dos lagartos, algumas cobras e algumas tartarugas são consumidores secundários, e alimentam-se principalmente de insetos. Há ainda alguns lagartos e tartarugas que são herbívoros, funcionando como consumidores primários nas cadeias tróficas, e também alguns lagartos e iguanas comem frutos, fazendo o trabalho de dispersores para várias espécies de plantas, sendo assim, muito importantes para os nossos ecossistemas.

Várias espécies de répteis possuem  importância socioeconômica, especialmente alguns quelônios, por servir de alimento a populações humanas, e as serpentes venenosas, cujos venenos dão origem a medicamentos utilizados no Brasil e no mundo.Por esses e mais alguns motivos, varias espécies estão ameaçadas de extinção, como por exemplo as tartarugas marinhas e amazônicas, por isso o Governo Brasileiro criou o Projeto TAMAR para proteger as tartarugas marinhas e os ambientes nos quais essas espécies desovam.

A jararaca comum (Bothrops jararaca), que existe na parte leste do Brasil, do Rio Grande do Sul à Bahia, tem um veneno que deu origem a medicamentos como os anti-hipertensivos  famosos, como o captoprilv (que garante um faturamento anual de cinco bilhões de dólares à multinacional Squibb) e evasin (sigla para endogenous vasopeptidase inhibitor), este último patenteado recentemente por pesquisadores do Instituto Butantan,

de São Paulo. Portanto, a conservação das serpentes venenosas brasileiras preservará também o potencial farmacêutico e socioeconômico de seus venenos.

Vale atentar para o fato de que na lista brasileira estão incluídas como ameaçadas três espécies de jararacas (Bothrops pirajai como EN, e B. alcatraz e B. insularis como CR), além de uma espécie incluída como Quase Ameaçada (B. fonsecai) e três outras como Deficiente em Dados (as jararacas B. cotiara e B. muriciensis, e a surucucu da Mata Atlântica Lachesis muta rhombeata). Além disso, seis outras espécies de jararacas (Bothrops spp.) e a surucucu da Mata Atlântica (L. m. rhombeata) aparecem como ameaçadas em várias listas estaduais (Tabela 1). É importante notar, também, que as categorias de ameaça listadas para as espécies citadas neste capítulo estão em conformidade com Machado et al. (2005), uma vez que a lista oficial da fauna brasileira não relaciona o grau de ameaça de cada espécie, sendo todas classificadas apenas como ameaçadas.

A lista brasileira de repteis ameaçados:

Para a nova lista de espécies ameaçadas, houve uma revisão dos répteis brasileiros, que teve como ponto de partida listas de todas as espécies de cada grupo (lagartos, anfisbenas, serpentes, quelônios e jacarés), ou seja, todas as espécies foram avaliadas. A partir destas listas, um grupo de dez pesquisadores especialistas em répteis avaliou cuidadosamente cada uma das sugestões de inclusão ou exclusão de espécies e produziu a lista final, publicada em 2003.

Nesta nova lista, das mais de 640 espécies de répteis brasileiros, 20 (ou 3% do total) foram consideradas ameaçadas ou extintas (nas categorias de VU para cima), quatro foram consideradas na categoria NT e 16 foram enquadradas como DD. Dentre as 20 espécies consideradas ameaçadas ou extintas, nove são lagartos, cinco são serpentes e seis são quelônios, o que representa 4%, 1% e 19% da nossa fauna de cada um desses grupos, respectivamente. A pior situação é, de longe, a dos quelônios, pois praticamente uma em cada cinco espécies brasileiras desse grupo encontra-se ameaçada.

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