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Risco Pais

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Por:   •  24/10/2014  •  1.984 Palavras (8 Páginas)  •  493 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Para que tenhamos uma visão mais concreta sobre a estratégia de alocação de ativos é imprescindível analisar o risco país. Consequentemente, tudo no mercado está diretamente ligado a retorno x risco, portanto, ter domínio sobre estas ações se tornou algo de grande relevância para que se alcance uma gestão perfeita dentro da esfera do mundo dos investimentos.

Sendo assim, o objetivo deste trabalho será o de elucidar de maneira detalhada os conceitos mais importantes sobre o risco país: características; importância; atuação; influências e outros.

1 CONCEITO DE RISCO PAÍS

Pode-se considerar como risco país, uma maneira de classificar seu risco geral, sendo que, normalmente tem como objetivo calcular o nível de oscilação da economia de um país. Portanto, ainda neste contexto, o risco-brasil, seria uma classificação do nível de risco de nosso país.

O risco-país é tido como um detector informal da confiança dos investidores estrangeiros em um país de economia emergente. Com isso, se o indicador eleva exorbitantemente, é uma evidência de que os investidores globais se sentem cada vez mais inseguros com relação se um país não vai honrar com os pagamentos regulares de sua dívida externa. Ou seja, para os investidores estrangeiros, se o indicador sobe muito, por exemplo, é um sinal de que um país não vai saldar os pagamentos regulares de sua dívida externa. Essa conclusão pode ser alterada por alguma eventualidade global - a crise da economia mundial - ou até mesmo um acontecimento local – desta forma, o país contrai um amontoado de dívidas cada vez mais crescentes, mas não consegue uma maneira eficiente para pagá-las.

Sendo um orientador, o risco país indica ao investidor que o preço de se arriscar a fazer negócios em um determinado país é mais ou menos elevado. Quanto maior for o risco, menor será a capacidade do país de atrair investimentos estrangeiros. Para tornar o investimento atraente, o país tem que elevar as taxas de juros que remuneram os títulos representativos da dívida.

O principais efeitos para a economia ter o país classificado como risco perigoso são uma retração do fluxo de investimentos estrangeiros e um menor crescimento econômico, o que acaba acarretando um aumento do desemprego e salários menores para a população.

2 COMO É MEDIDO O RISCO PAÍS

Para medir tal nível, o mercado utiliza o índice EMBI+ (Emerging Markets Bond Index Plus), sendo esta a mais utilizada, possibilitando demonstrar o nível de risco de um país e é calculado pelo banco de investimentos americano J. P. Morgan. Para medir o risco-país, o JP Morgan acompanha uma série de indicadores econômicos e sociais dos países emergentes, tais como déficit fiscal, crescimento da economia, solidez das instituições, entre outros. Falando de maneira técnica, o risco país é a sobretaxa que se paga em relação à rentabilidade garantida pelos bônus do Tesouro dos Estados Unidos, país considerado o mais solvente do mundo, ou seja, o de menor risco para um aplicador não receber o dinheiro investido acrescido dos juros prometidos.

Alguns países emergentes compõem o índice: Brasil, México, Argentina, Rússia, África do Sul, entre outros. Consonantemente, da mesma forma que existe o EMBI+ para os países, existe um índice distinto para cada um deles, como o EMBI+ Brasil.

2.1 Em que consiste, e como é medido o EMBI+ Brasil

O Emerging Markets Bond Index – Brasil (EMBI+ Brasil) consiste em um índice que detecta o comportamento dos títulos da dívida externa brasileira. Equivale à média ponderada dos prêmios pagos por títulos brasileiros em comparação a papéis de prazo equivalente do Tesouro dos Estados Unidos, considerado o país mais solvente do mundo, tendo um risco praticamente nulo.

Através do indicador é possível mensurar o excedente que se paga em comparação à rentabilidade determinada pelos bônus do governo norte-americano. Isto quer dizer que a cada 100 pontos determinados pelo risco Brasil, os títulos do país pagam uma sobretaxa de 1% sobre os papéis dos Estados Unidos. Sendo assim, se os títulos americanos manifestam uma taxa de 2% e os títulos brasileiros com mesmo prazo oferecem uma taxa de 4% o Risco-País ou Risco-Brasil é de 200 pontos ou de 2% (4% – 2%).

Sendo assim, o mercado utiliza o EMBI+ com o intuito de mensurar a capacidade de um país de honrar com seus compromissos financeiros. O importante para os investidores é que quanto maior a pontuação do indicador de risco, mais inseguro é aplicar no país. Consequentemente, para atrair capital estrangeiro, o governo do país considerado de risco precisa oferecer altas taxas de juros para garantir aos investidores externos que será viável financiar sua dívida, ação que é conhecida como prêmio pelo risco.

2.2 EMBI+ Brasil – Risco País com Dados desde 1994

O gráfico abaixo relaciona o risco país desde 1994 até 2011.

Fonte: IPEA Data. Dados até 17/03/2011.

Sabe-se que antes de 1995 a inflação no Brasil superava 2.000% ao ano. Gerando assim, uma instabilidade descontrolada e sem a menor chance de se planejar nada e investir parecia algo fadado ao fracasso. Sendo que, uma das evidências que certificam a eficácia do Plano Real é a evolução do Risco Brasil. Percebe-se como as com isso, como a instabilidade financeira do país diminuiu a partir de 1995. Desta forma, deixamos de ser classificados como de risco de 1.689 pontos para 337 pontos em outubro de 1997. Consequentemente, esse dado levou a uma redução de mais de 1.300 pontos, ou 13% do spread entre os títulos da dívida brasileira e os títulos americanos. Outro marco importante foi o final de 1997 e início de 1998 em que ocorreram diversas crises no continente asiático, e consequentemente, aumentando a moratória Russa em agosto de 1998. Por causa destas crises o Brasil foi diretamente afetado, elevando o EMBI+ Brasil para 1.779 pontos.

Outro período importantíssimo foi quando o mundo vivia o auge da crise financeira de 2000-2002 resultado da bolha da tecnologia e dos ataques terroristas de 2001. Viveu-se uma grande incerteza. Já no Brasil, as eleições

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