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Serviço Social e o Popular: Resgate teórico-metodológico do projeto profissional de ruptura.

Por:   •  2/12/2019  •  Resenha  •  1.238 Palavras (5 Páginas)  •  419 Visualizações

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Resenha da obra: Serviço Social e o popular: Resgate teórico-metodológico do projeto profissional de ruptura.

Maria Ozanira, possui graduação em Serviço Social pela Universidade Federal do Maranhão (1966), cursou Master of Social Work pela Western Michigan University, mestrado em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1980) e doutorado em Serviço Social, com área de concentração em Política Social.

O livro intitulado O Serviço Social e o Popular: resgate teórico-metodológico do projeto profissional de ruptura contextualiza o Serviço Social no processo histórico brasileiro na década de 60/70, discorre também sobre a participação da reprodução das classes sociais, mediado pela contradição, atuando como ferramenta para a reprodução do capital, mantendo a separação da burguesia e a classe oprimida (proletários). A obra é dividida em quatro capítulos, o primeiro contextualiza o Serviço Social no processo histórico brasileiro, segundo relata o processo de reconceituação do Serviço Social no Brasil: emergência do movimento de ruptura, terceiro trata dos esforços de construção de um projeto profissional a partir da ruptura, o quarto o projeto profissional de ruptura: esboço de uma crítica e por fim traz as questões problemáticas e omissas e os desafios na formulação do projeto profissional como conclusão. A pesquisa envolveu diversas universidades e pesquisadores do país,  baseia em teóricos importantes como José Paulo Netto e Marilda, na tentativa de conceituar a crítica e historicidade do Serviço Social no Brasil.

Em linhas gerais a pesquisa traça o perfil histórico da profissão atrelado à história sociopolítica do Brasil, visando como a profissão expandiu no Brasil como executor da classe opressora (burguesia), a autora trás não muito aprofundado, o governo de JK período de crise, no qual o Serviço Social passa a ser emergencial com o Desenvolvimento de Comunidade determinado pela ONU; a renúncia de Jânio Quadros, onde João Goulart assume propondo o nacionalismo desenvolvimentista, alegando-se a política de internacionalização da economia brasileira, as agitações políticas no Brasil que impulsionaram a categoria profissional a tentar novas vivências contestando-se ao Serviço Social Tradicional, assim, vê-se a necessidade de lutas a favor das mudanças de base. Ozanira é muito precisa, quando discorre sobre os avanços e retrocessos do período da ditadura militar, as consequências AI-5, as particularidades da repressão e as novas ordens que o Serviço Social adquire com a política social, os documentos de Araxá e Teresópolis apontam o movimento de Reconceituação do Serviço Social brasileiro.

O movimento de reconceituação do Serviço Social é um esforço de tornar a profissão competente que atenda o contexto da questão social, a questão social nesse período é enfrentada como medidas de extensão da educação, ampliação da previdência, extensão da legislação trabalhista ao trabalhador do campo com o e Estatuto do Trabalhador Rural, barateamento de alimentos básicos, combate a doenças endêmicas e programas de habitação Popular. Traz a ruptura com a tradição conservadora que marca a emergência institucionalização do Serviço Social e a superação de uma identidade e legitimidade profissional alicerçada num discurso tradicional e conservador, sendo assim a intenção de ruptura é a busca dos profissionais do Serviço Social por novos caminhos, o empenho em romper com as características assistencialistas e de ordem cristã, mas que ainda enfrenta obstáculos sobre a questão metodológica do serviço social.

Fica entendido o que o Assistente Social assume a função de prestador de serviços e de educador-organizador no desenvolvimento histórico da profissão, o Movimento de Reconceituação mostra-se em linha modernizadora, orientada pela sociologia via positivismo e funcionalista, superando os vínculos da profissão com a Doutrina Social da igreja católica. O Serviço Social permeou o campo das contradições e meio que mudou as relações entre capital e o trabalho, isso durante o período de Reconceituação, usando-se da liberdade e de práticas que enaltecem o indivíduo e toda sua conjuntura de relações sociais.

Conforme a autora na tentativa de afirmar mudança no âmbito dos profissionais do Serviço Social, o Movimento de Reconceituação dá-se em três direções: a perspectiva modernizada, reatualização do conservadorismo e a perspectiva de ruptura, paralelo a essas perspectivas Netto (2005) merece destaque, ele enfoca muito bem as três direções, ele diz que a perspectiva modernizadora seria um esforço no sentido de adequar o Serviço Social; a segunda trata-se de recuperação dos componentes mais estratificados da herança histórica e conservadora da profissão, e a perspectiva de ruptura manifesta a pretensão de romper com a herança teórico-metodológica do pensamento conservador, quer com as suas vertentes de intervenção social.

No discurso sobre o Estado, Ozanira cita Gransci, que denomina Estado como "Estado Pleno" e deve ser entendido além do aparelho governamental, somado a isso O Capital de Marx diz que o Estado não pode ser considerado acima das classes sociais, o Estado é como parte e resultado da luta de classes. Nos argumentos desses autores fica entendido que o Estado é capitalista, monopolizador, autoritário e dominador.

A autora relata com precisão as Políticas Sociais; dizendo que são essencialmente econômicas e que atendem às necessidades de reprodução da força do trabalho, usados em torno dos interesses do processo de acumulação capitalista, e que a relação capital/trabalho é o palco de lutas entre as classes sociais. O Estado utiliza das políticas sociais como medida de controlar os setores populares e amortecer as tensões sociais que possam ser ameaças ao sistema de dominação, já a assistência ofertada pelas políticas sociais serve de compensação aos excluídos socialmente e economicamente. Trata-se da proposta de ruptura de ação: “a dimensão acadêmica, a organizativa e o de intervenção na realidade social junto às instituições estatais, empresas privadas e movimentos sociais", é compreendido a proposta no âmbito de sua consolidação e emergência.

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