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Trabalho De Hidrologia

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Por:   •  22/9/2014  •  9.887 Palavras (40 Páginas)  •  375 Visualizações

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1. COMPLEXO METROPOLITANO

Na Região Metropolitana de São Paulo, o sistema de abastecimento é integrado: 8 complexos são responsáveis pela produção de 67 mil litros de água por segundo, para atender 33 municípios atendidos pela Sabesp e outros 6 que compram água por atacado (Santo André, São Caetano do Sul, Guarulhos, Mogi das Cruzes, Diadema e Mauá).

2. SAIBA QUAIS SÃO OS SISTEMAS

Alto Cotia – A água vem da represa Pedro Beicht, formada pelos rios Capivari e Cotia do Peixe. A captação é feita na represa da Graça e transportada para a Estação de Tratamento Morro Grande. A produção de 1,2 mil litros de água por segundo abastece cerca de 409 mil habitantes dos municípios de Cotia, Embu, Itapecerica da Serra, Embu-Guaçu e Vargem Grande.

Baixo Cotia – A água vem da Barragem do Rio Cotia, sendo tratados 900 litros por segundos para abastecer aproximadamente 361 mil moradores de Barueri, Jandira e Itapevi.

3. HISTÓRICO DO SISTEMA ALTO E BAIXO COTIA

A cidade de São Paulo, no início do século XX, foi palco de grandes transformações advindas do crescimento econômico proporcionado pelo café. O surto populacional deveu-se, principalmente, pelo afluxo de imigrantes espontâneos ou advindos das atividades agrícolas do interior do Estado. A deficiência no abastecimento de água foi um dos graves problemas urbanos resultantes desse rápido crescimento. A Repartição de Água e Esgotos da Capital, instituição responsável pelo abastecimento de água e pelos serviços de esgotamento sanitário, necessitou buscar novas aduções de água para suprir a cidade.

Nesse momento as águas que abasteciam a cidade vinham dos mananciais da Serra da Cantareira, que já não eram suficientes, com deficiência no abastecimento em vários bairros da cidade.

O rápido desenvolvimento da cidade formou bairros populosos e importantes, mas não dotados de abastecimento, como Perdizes, Água Branca, Lapa, Cerqueira César e Vila Mariana. Como a utilização das fontes mais próximas não dava conta de abastecer esses bairros da cidade, iniciou-se a polêmica sobre o uso das águas baixas do Rio Tietê para abastecimento público. Essa polêmica era devida ao estado sanitário que o Rio apresentava em períodos de secas, não escoando os dejetos nele lançados.

Dessa forma, em 1899 foram executadas obras de emergência para a adução de 3 mil metros cúbicos por dia das águas do Rio Tietê, para abastecimento dos bairros do Belenzinho, Brás e Mooca.

Em 190 0, o Dr. Antônio Cândido Rodrigues, secretário da Agricultura, relatou em seu Relatório Anual de Atividades a desapropriação da Bacia do Ribeirão Cotia, acima da Cachoeira Pedro Beicht, a partir de anteprojeto realizado por Theodoro Sampaio, chefe da Repartição de Água e Esgotos da Capital, uma alternativa de adução que era discutida, mas que não foi levada adiante devido à distância deste manancial da cidade. A desapropriação das terras era referente a toda área da bacia hidrográfica formada pelas cabeceiras do Rio Cotia, localizadas acima da Cachoeira das Graças e visava à proteção do manancial.

Sendo assim, em 1903 foram executadas obras para o aumento da captação das águas do Rio Tietê, de forma a dobrar a adução feita inicialmente. Mas as obras não foram executadas de modo adequado, aumentando a polêmica sobre o uso das águas do rio:

A tomada de águas foi feita a jusante da povoação da Penha, junto a uma fábrica de sabão e, além disso, uma galeria filtrante rompeu-se, permitindo que as bombas passassem a injetar as águas do rio, sem filtração ou qualquer tratamento, na rede domiciliar (VICTORINO, 2002, p. 43).

O sanitarista Saturnino de Brito era um dos defensores da utilização das águas do Rio Tietê para abastecimento e propôs a criação de leis para a proteção ao curso do rio.

Em 1904, o engenheiro José P. Rebouças, dirigente da RAE nesse momento, propôs um plano mais efetivo para a utilização das águas do Rio Tietê, mas a sua utilização não era consensual, dividindo opiniões entre engenheiros e médicos sanitaristas, políticos e autoridades da época. A discussão gravitava entre os defensores das técnicas de purificação para o aproveitamento das águas do Rio Tietê e os que defendiam que as águas indicadas ao abastecimento público deviam vir de cabeceiras de rios, em regiões altas e protegidas, insuspeitas de poluição. Esses parâmetros estavam definidos no Código Sanitário, promulgado em 1894, com 520 artigos, reunindo as normas de higiene e saúde pública a serem seguidas:

• Capítulo 15: abastecimento de água:

o Artigo 311: a água destinada aos usos domésticos deverá ser potável e inteiramente insuspeita de poluição.

o Artigo 312: provirá de manancial sempre que for possível com origem na serra.

o Artigo 324: para o suprimento à população deverá ser preferido o sistema de condução de água pela gravidade (Apud VICTORINO, 2002, p. 45).

Dentro dos parâmetros definidos pelo Código Sanitário, os únicos mananciais mais próximos, que estavam em um raio de 100 quilômetros da cidade, e em condições de serem aduzidos eram os rios Cotia e Claro. O principal critério na escolha das fontes a serem aduzidas era o seu perfil sanitário, pois acreditava-se que as águas provenientes de nascentes de rios seriam naturalmente puras, dispensando o tratamento.

A crise no abastecimento de São Paulo incitou a discussão sobre a adução de novos mananciais por todo o início do século XX, e os defensores da utilização das águas do Rio Tietê defendiam que mesmo utilizando-se as melhores técnicas de tratamento da época os custos de sua adução seriam menores do que a execução das obras de adução dos rios Cotia e Claro. E havia o temor da transmissão da febre tifoide, que ocorria em cidades que se encontravam abastecidas por águas de nascentes na Europa e Estados Unidos.

Na década de 1910, a proposta pela adução das águas do Rio Tietê foi vencida pelos riscos que oferecia à saúde pública, e a adução do Rio Claro, pelo custo e distância. Em 1912 foram iniciados os estudos para a adução do Rio Cotia, e em 1914, depois de diversos estudos e pareceres, das discussões e consultas a diversos engenheiros e médicos sanitaristas, o governo do Estado iniciou as obras de adução, com o objetivo de abastecer as zonas alta e altíssima

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