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UMA ANÁLISE DA FAMÍLIA CONTEMPÔRANEA

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Por:   •  5/5/2014  •  2.616 Palavras (11 Páginas)  •  227 Visualizações

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UMA ANÁLISE DA FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA

O século XXI chegou, e, com ele um desafio crucial que se refere à estabilidade e integridade da família. É impossível negar que a mídia vem reescrevendo o estilo de vida das famílias também. A TV, por exemplo, ridiculariza os conceitos definidos pelas famílias tradicionais.

A família, assim como outros espaços constituintes do desenvolvimento humano, vem sendo compreendida enquanto alicerce no processo de constituição do indivíduo. É em torno da família que a vida, inicialmente, se estrutura, sendo o primeiro espaço de relações sociais o qual o indivíduo tem contato. A família é o lugar onde a história do indivíduo começa a ser escrita.

Na família, se adquire conceitos e valores ao longo dos anos, sem nos depararmos da sua importância na formação de uma base para enfrentarmos as adversidades do mundo. Neste processo de mudanças podemos perceber as diversas formações familiares; a família nuclear deixou de existir e passou a ser a mono parental, e outras diversas nomenclaturas, aquela composta por vários membros de uma mesma família ou apenas parentes mais íntimos.

A sociedade moderna traz um modelo familiar descentralizado, democrático, igualitário, passando o afeto para o lugar de mola propulsora. Deixando a família de ser compreendida como núcleo econômico e reprodutivo, avançando para uma compreensão sócia afetiva e surgem novas representações sociais, novos arranjos familiares.

Na pós - modernidade este modelo está em crise. É crescente o número de casais separados ou divorciados, madrastas e padrastos, mães e pais que criam filhos sem a ajuda de um cônjuge. A mulher, não mais confinada às atividades domésticas, conquista um espaço cada vez maior no mercado de trabalho, e culpa-se por não dedicar aos filhos à atenção que julga dever.

Da mesma forma, um outro aspecto que vem sofrendo mudanças nas famílias contemporâneas é quanto ao papel dos homens e mulheres. Nos dias atuais, ambos saem às ruas na luta por um espaço no mercado de trabalho, modificando a ótica e a ética das relações entre homens e mulheres, e entre pais e filhos. A necessidade de ambos os pais estarem trabalhando para poder sustentar a família representa menos tempo de convívio com os filhos. As crianças permanecem em casa, sob cuidados de outras pessoas ou passando grande parte do tempo diante da televisão. Esse fenômeno implica, diretamente, na relação de pais e filhos, refletindo no comportamento e desenvolvimento infantil.

É possível notar que mudanças no contexto familiar não são raras na sociedade atual, tornar-se relevante reconsiderar as bases sobre as quais se constroem as relações familiares e o modo como estas relações são vistas pela sociedade, a fim de evitar desamparo no que diz respeito à capacidade de olhar e assistir às reais necessidades das famílias dos novos tempos.

As famílias constituem se de forma mais ampla, recombinando laços de parentesco, incluindo novos parceiros como marido da mãe, esposa do pai, e filhos e irmãos agregados. Apesar do grande número de separações, os casamentos e recasamentos ainda prevalecem. Consequentemente, as relações familiares contemporâneas tomam contornos imensuráveis.

No Brasil, a mudança do conceito de família na Constituição Federal de 1988 e as alterações legais contidas no novo Código Civil aprovado em agosto de 2001, para entrar em vigor em janeiro de 2002, com vista a: acompanhar a revolução nos costumes, padronizar leis recentes, como a do divórcio, e dispositivos constitucionais referentes à família; e regulamentar jurisprudência que, nos tempos atuais, não mais poderiam pautar-se pelo Código Civil vigente, escrito em 1916. Assim, tanto na Constituição quanto no Código Civil, a família não é mais aquela que, com qualificação de "legítima", era formada pelo casamento e constituía o eixo central do direito de família (IAMAMOTO, 2004, p.39).

Nessa perspectiva, as mudanças constitucionais do conceito de família, propiciaram um olhar mais democrático, mais igual e menos discriminatório. O exemplo disso tem-se a "pessoa" como referência e não mais o "homem" e também a mudança da terminologia de "pátrio poder" para "poder familiar".

A Constituição Federal Brasileira de 1988 reconhece a importância da família no artigo 226, no qual declara que a "família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado". Já a Declaração dos Direitos Humanos revela que a família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado. Também é reafirmada a importância da família no Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, LOAS e Estatuto do Idoso.

A família é sujeito capaz de comportar-se estrategicamente, realizando avaliações e escolhas diante de desafios e recursos numa perspectiva temporal, constituindo-se em um sistema de interação interdependente, pois mantém seus membros implicados na capacidade de alterar o comportamento uns dos outros através de seus próprios movimentos.

No mundo contemporâneo, as mudanças ocorridas na família relacionam-se com a fragilidade e, perda do sentido de tradição. Nessa perspectiva, a família contemporânea, considerada como 'micro' unidade de consumo e de subsistência reflete o sentimento de se estar vivendo em um mundo incerto, incontrolável e assustador,

E hoje, na contemporaneidade, apesar de parecer estar próximo o fim da família, esta parece apresentar-se mais "viva" que nunca, assumindo diferentes formas, diferentes estruturas: famílias recasadas, mono parentais, homo sexuais, chefiadas por avós, parecendo estar, cada vez mais distante, a existência de um modelo centralizador.

Para Kaloustian & Ferrari (1994), a família é o espaço indispensável para a garantia da sobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais membros, independentemente do arranjo familiar ou da forma como vêm se estruturando. É a família que propicia os aportes afetivos e, sobretudo, materiais necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e informal em seu espaço que são absorvidos os valores éticos e morais, e onde se aprofundam os laços de solidariedade.

A família independente das estruturas

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