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UMA INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÔMICO

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Por:   •  17/11/2013  •  9.071 Palavras (37 Páginas)  •  524 Visualizações

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UMA INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÔMICO1

Prof. Dr. Nali de Jesus de Souza2

Neste trabalho, será apresentada uma introdução à história do pensamento econômico, com a

evolução sumária da Economia através dos tempos, com o objetivo de mostrar que o dia-a-dia das

pessoas não está dissociado do aspecto econômico. Tanto a segurança física, a manutenção da vida,

como a alimentação e outras necessidades básicas constituem a preocupação fundamental dos seres

vivos. Desde que acorda todas as manhãs, o homem procura satisfazer suas necessidades: toma o

seu banho, veste-se, alimenta-se, lê o jornal, utiliza-se de um meio de transporte e se dirige para o

trabalho. Para pagar por esses bens que consume, para ter um mínimo de conforto, ele precisa de

uma renda, que normalmente vem de seu trabalho.

Sempre foi assim através dos tempos. Nas comunidades primitivas, o homem preocupava-se

com a caça , a pesca e com a segurança do lar. A mulher cuidava pessoalmente da casa e dos filhos,

ou administrava os serviços executados por serviçais. Havia uma divisão do trabalho, que

naturalmente variava em parte de uma comunidade para outra, de acordo com os costumes. Essa

divisão do trabalho evoluiu através dos tempos. Parte dos bens e serviços obtidos domesticamente

passaram a ser produzidos fora da casa ou da comunidade, por pessoas que se especializavam em

determinadas profissões; estes foram os artífices ou artesãos. Mais tarde, surgiram as fábricas e o

trabalho passou a ser assalariado, dando início ao modo de produção capitalista.

1 - ORIGENS DO PENSAMENTO ECONÔMICO

A Economia surgiu como ciência através de Adam Smith (1723-1790), considerado o pai da

Economia Política. Sua obra, A Riqueza das Nações, publicada em 1776, constituiu um marco na

história do pensamento econômico. Antes disso, a Economia não passava de um pequeno ramo da

filosofia social, como atestam as contribuições do abade e filósofo francês Turgot (1727-1781),

como será visto adiante. Com o Mercantilismo (1450-1750), as idéias econômicas conheceram

algum desenvolvimento, mas na Antigüidade e na Idade Média as relações econômicas eram

bastante simples, como será visto a seguir.

1.1 RELAÇÕES ECONÔMICAS NA ANTIGÜIDADE

Mesmo nas sociedades primitivas, os homens precisavam organizar-se em sociedade, para

defender-se dos inimigos, abrigar-se e produzir comida para sobreviver. A divisão do trabalho daí

decorrente permitiu o desenvolvimento da espécie humana em comunidades cada vez maiores e

mais bem estruturadas. Na maior parte dos casos, a produção era basicamente para a própria

subsistência. Algumas pessoas produziam um pouco mais, permitindo as trocas, o que gerou

especialização.

No lar, os homens produziam as ferramentas e utensílios rudimentares para a agricultura, caça,

pesca e para trabalhos com madeira (enxadas, pás, machados, facas, arco, flechas e outras armas).

Com o tempo, surgiram pessoas com habilidade que se especializaram na produção de cada um dos

tipos de bens. Alguns trabalhadores mais habilidosos não só aprenderam uma profissão específica,

como passaram a reunir aprendizes e ajudantes. A escala de produção ampliou-se; os produtos

adquiriram maior qualidade e os custos de produção se reduziram em função do aumento das

quantidades produzidas.

Aqueles que produziam armas ou ferramentas específicas tinham pouco tempo para se dedicar à

1 Relatório Pesquisa da área de História Econômica, realizada no NEP PUCRS.

2 Professor do Programa de Pós-Graduação em Economia da PUCRS. Doutor em Economia pela USP.

2

caça, à pesca ou à agricultura: eles precisavam trocar os produtos que fabricavam por alimentos e

peles para vestuário. Aos poucos, o trabalho de alguns homens passou a ser suficiente para atender

às necessidades de um conjunto cada vez maior de pessoas. As trocas se intensificaram, portanto,

entre artesãos, agricultores, caçadores e pescadores. A economia adquiria maior complexidade à

medida que as relações econômicas realizadas em determinadas localidades alcançavam

comunidades cada vez mais distantes. As trocas colocavam em contato culturas diferentes, com

repercussões locais sobre os hábitos de consumo e a estrutura produtiva.

Mais tarde, com o surgimento dos líderes comunitários, formaram-se as classes dos soldados,

dos religiosos, dos trabalhadores e dos negociantes. Com a divisão do trabalho e as especializações,

ficou bem nítida a formação dos diferentes agentes econômicos: governo, consumidores,

produtores, comerciantes, banqueiros. O sistema bancário tornou-se importante com o surgimento

da moeda, que passou a circular como meio de troca. Na medida em que ela era depositada nos

bancos, passou a ser emprestada mediante o pagamento de juros.

Contudo, entre os filósofos gregos,

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