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Utilização deTallinum Panicullatum na Fitorremediação de solos Contaminados Por Cobre

Por:   •  20/7/2020  •  Trabalho acadêmico  •  2.970 Palavras (12 Páginas)  •  182 Visualizações

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Monitoramento de elementos-traço em solos sob diferentes usos em áreas urbanas e rurais de Rio Verde-Goiás

RESUMO: Os metais pesados são importantes poluentes, tendo em vista suas múltiplas fontes, sua elevada toxicidade e persistência. A contaminação do solo com metais tóxicos gera enorme preocupação devido à escassez do conhecimento em relação aos teores encontrados nos solos em muitos locais, como o município de Rio Verde,  assim como em relação aos seus possíveis efeitos em diferentes cenários de exposição. O presente trabalho visa analisar as concentrações de diferentes metais pesados (tais como Cd, Pb, Ni, Cu, Fe, Mn, Zn, Cr) no solo em diferentes cenários de uso (urbano, rural e natural ou referência), de modo a fazer um diagnóstico das concentrações presentes nestes diferentes ambientes, estabelecendo relações causais com as fontes de contaminação e procurando identificar locais onde as concentrações possam representar exposição significativa de pessoas e/ou animais, necessitando de controle ou remediação. Os resultados obtidos serão comparados com os valores orientadores no solo estabelecidos pela Resolução CONAMA 430/2009.

PALAVRAS -CHAVE: contaminação do solo; valores orientadores; metais pesados.

INTRODUÇÃO

 A poluição da biosfera por metais tóxicos acelerou dramaticamente desde o início da revolução industrial. As principais fontes dessa poluição são a queima de combustíveis fósseis, as atividades extrativas, atividades de fundição de minérios metálicos, indústrias metalúrgicas, resíduos municipais, fertilizantes e pesticidas (RIBEIRO,2013).

Segundo Borges (2007), “os metais pesados são considerados uma grande fonte de contaminação dos solos, pois são elementos estáveis no ambiente, não sofrendo degradação”. Quando em altas concentrações, os metais provocam danos ao meio ambiente, reduzindo a capacidade do solo desempenhar seus múltiplos e fundamentais serviços ecossistêmicos, tais como armazenamento, filtragem e ciclagem de água e de nutrientes, produção de alimentos, sequestro de carbono, entre outros. É necessário conhecer os valores orientadores para a prevenção de concentrações excessivas e prejudiciais dos elementos potencialmente tóxicos no solo, sendo que no estado de São Paulo, em 2014, foram estabelecidos para arsênio, cádmio, chumbo, cobre, mercúrio, molibdênio e selênio os seguintes valores de Prevenção (VP): 15; 1,3; 72; 60; 0,5; 5 e  1,2 mg kg-1 peso seco solo, respectivamente.

A multifuncionalidade do solo acaba por ser um paradoxo:  o solo é importante e dá suporte a um vasto leque de atividades humanas, porém o aumento das atividades humanas torna o solo mais vulnerável aos danos e à degradação (Ribeiro, 2013). O fato do solo ter a capacidade de filtração e absorção de contaminantes significa que os danos muitas vezes não são detectáveis até que já estejam num grau bastante avançado.

Os metais pesados ​​podem ter uma ampla gama de efeitos tóxicos. Pinheiro (2017) ressalta que alguns metais são classificados como funcionais, ou essenciais, por serem indispensáveis ao bom funcionamento dos organismos vivos, como por exemplo o sódio, potássio, magnésio, zinco, cobre, ferro, entre outros, enquanto outros não possuem função biológica conhecida, sendo considerados metais não essenciais, tais como arsênio, chumbo, cádmio, mercúrio, alumínio, titânio, estanho e o tungstênio . E que estes metais podem causar efeitos tóxicos, mesmo quando ingeridos em pequenas concentrações, pois possuem capacidade de bioacumulação e biomagnificação na cadeia trófica.

Em altas concentrações, qualquer metal, mesmo aqueles essenciais ao metabolismo, poderá reduzir ou mesmo impedir o crescimento das plantas (FORGY,2012). No caso dos animais, quando um animal ingere ou armazena no fígado uma quantidade acima das suas necessidades nutricionais, aquele elemento pode tornar-se tóxico para ele (WRENCKE, 2014). Por exemplo com relação ao cobre, em quantidades mínimas é indispensável às plantas, em excesso é muito tóxico. Já no organismo humano, em quantidades adequadas contribui na formação de tecidos conjuntivos, entretanto o excesso pode provocar um desequilíbrio nas funções, podendo causar distúrbios nutricionais.

Pinheiro (2017) aponta que a maior parte da intoxicação por metais pesados se dá por exposição ocupacional (em ambiente de trabalho) ou ambiental, podendo ser encontrados em agrotóxicos, tintas, esmaltes, cerâmicas vitrificadas, entre outros.

JUSTIFICATIVA

        

        No trabalho realizado por Fernandes et. Al (2017), realizado no Estado de Minas Gerais, onde pela ausência de norma legal acerca de limites aceitáveis de metais pesados em solos, foram utilizados os valores orientadores referentes ao Estado de São Paulo (CETESB, 2005 apud  FERNANDES, 2007). À exceção do Zn e Pb, todos os demais metais pesados apresentaram, em algum ponto de amostragem, teores superiores ao valores de prevenção (VP). A situação pode ser considerada mais preocupante, uma vez que os elementos Cd, Cr e Ni foram diagnosticados em ao menos uma amostra com teor superior ao valor de intervenção (VI) agrícola, denotando a necessidade de mais estudos nessas áreas, de forma a subsidiar e direcionar trabalhos de remediação. (FERNANDES, 2007).

Os metais pesados são elementos naturais encontrados nos solos, uma vez que fazem parte da estrutura dos minerais que compõem as rochas, principal matéria de origem dos solos (CAIRES, 2011). Como exemplo, os Valores de Referência de Qualidade (VRQs) determinados para o Estado do Rio Grande do Norte, com base no percentil 75 %, foram os seguintes (mg kg-1): Ag (0,88), Ba (58,91), Cd (0,10), Co (15,41), Cr (30,94), Cu (13,69), Ni (19,84), Pb (16,18), Sb (0,18), V (28,71) e Zn (23,85) ( PRESTON, 2014). Segundo Ribeiro (2013), atualmente, após práticas incorretas na utilização do solo, podem aparecer sinais de alerta de contaminação do mesmo, não só em situações localizadas, como a contaminação do solo nas cidades, mas também regionais, com perda de produtividade agrícola do solo.

As principais atividades que podem adicionar metais pesados ao solo são aquelas provenientes da aplicação de insumos agrícolas, como fertilizantes, corretivos e pesticidas. Quando a lavoura recebe a chuva ou é irrigada, esses insumos podem escoar para os rios, consequentemente contaminando o solo e o lençol freático. Há também a deposição de resíduos sólidos de maneira inadequada que pode contaminar o solo, após a lixiviação do lixo em estado de decomposição produzindo o chorume.

A análise da concentração do metal total numa amostra não dá informação suficiente para prever a respectiva toxicidade. Por exemplo, os metais e semimetais existentes em formas insolúveis só poderão entrar na cadeia alimentar e causar dano se forem convertidos em compostos solúveis e biodisponíveis. Assim sendo, a forma química (i.e. espécie) pode influenciar a toxicocinética e toxicodinâmica do mesmo e deve ser considerada para melhorar a avaliação do risco na saúde humana (LEAL et al., 2009).

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