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A HISTÓRIA DAS ARTES APLICADAS

Por:   •  27/5/2017  •  Resenha  •  2.427 Palavras (10 Páginas)  •  257 Visualizações

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO[pic 1]

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

CURSO: HISTÓRIA MEMÓRIA E IMAGEM

Disciplina: HISTÓRIA DAS ARTES APLICADAS

Professora: ROSANE KAMINSKI

Aluno: EMERSON DO PRADO OLIVEIRA

O Funcionalismo.

O historiador italiano Giulio Carlo Argan apresenta que o movimento denominado Funcionalismo ocorreu no interstício entre a I e II guerras, e que era um produto originado das novas configurações econômicas, sociais, políticas e tecnológicas estabelecidas após a vigorosa produção industrial e o intenso belicismo. Neste período as questões artísticas urbanas e arquitetônicas ganharam força e exigiram soluções.

Neste recorte histórico apresentado, a cidade passava a ser vista como um organismo produtivo, tecnológico, social e político, de crescimento qualitativo e quantitativo, que deveria ser organizado de forma racional para evitar a sua paralisia. Neste sentido, toda a arquitetura moderna começa a ser revista de acordo com os princípios funcionalistas e a figura do arquiteto passa a ser entendida como um pensador do espaço urbano e não apenas como um simples construtor.

A nova concepção da arquitetura estava intrinsecamente relacionada às questões urbanísticas que pregavam a necessidade de tornar as cidades cada vez mais funcionais e almejava a solução para o caos urbano instaurado decorrente da I Guerra Mundial, desempenhando assim, a perfeita adequação das funções no urbanismo, mobiliário e na arquitetura. Portanto, seus princípios básicos determinavam; O condicionamento dos projetos arquitetônicos pelo meio em que estavam envoltos, obrigando o arquiteto a assumir também o papel do urbanista, dando ênfase ao planejamento urbanístico em detrimento ao projeto arquitetônico; A busca de soluções arquitetônicas que conciliassem o sentido estético com as funções do edifício, em articulação com as necessidades práticas de um cotidiano urbano cada vez mais massificado; Recurso à tecnologia industrial, à estandardização e à pré-fabricação em série, isto é, à progressiva industrialização da produção de objetos do cotidiano das pessoas.

Argan também afirma em seu texto que a especulação imobiliária é o principal obstáculo que impede que a estrutura se ajuste à função urbana e que é provável que essa prática, como conhecemos hoje, tenha começado nos primórdios do capitalismo, após as revoluções burguesas, a partir do momento em que a burguesia instaura o direito à propriedade como inalienável, dando margem para que a especulação desta ocorra, até os dias atuais essa questão ainda é muito presente impedindo as vezes a aplicação de projetos urbanísticos modernos que primam pela composição funcional da cidades com espaços comuns para a melhor interação de seus habitantes. Contudo, este celeuma não tira a validade das soluções, das diversas orientações e formulações problemáticas ligadas às diversas situações políticas sociais e culturais surgidas intensificadas a partir das primeiras décadas do século XX.

O funcionalismo era dividido inicialmente em duas correntes: a  racionalista e a organicista. Dentro da corrente racionalista pode-se distinguir o racionalismo formal idealizado e propagandeado pelo arquiteto francês Le Corbusier que buscava uma forma artística que objetivava uma resposta lógica a um problema bem formulado. Le Corbusier partia da premissa de que a sociedade é fundamentalmente sadia e que sua relação com a natureza originária e eliminável, portanto, cabia ao arquiteto-urbanista a criação de condições naturais e ao mesmo tempo lógicas. Ou seja, deve-se organizar o espaço urbano, mas não a ponto de impedir que o homem entre em contato com o natural e é também no homem que se encontrava a medida perfeita para construção do espaço habitável e a busca do perfeito equilíbrio entre a natureza e a história humana.

Buscando não diferenciar objeto/edifício de objeto/natureza o arquiteto tentava eliminar as contradições existentes entre coisa e espaço, entre as construções e o entorno delas. Em suas criações Le Corbusier destacava volumes elevados por pilares, de modo que, as edificações não ficassem apenas circundadas pela natureza e pela cidade, como também, fluísse uma sintonia e congraçamento entre os elementos deste meio. Seus projetos urbanísticos primavam pela valorização do viver em sociedade. Para obter êxito em suas propostas projetava conjuntos habitacionais que eram verdadeiras cidades-casas, afirmando que essa mescla de viver individual e comunitário. Hoje tais propostas são a chave para as questões que envolvem a sustentabilidade urbana.

 No que tange ao uso das formas, seguiam as tendências e geometrizações cubistas de concepção retangular da planta e das fachadas, de que objetivavam destacar os interiores funcionais do edifício, com fachadas que poderiam ser vistas de vários ângulos.

Surgido na Alemanha do pós-guerra o Racionalismo metodológico didático, propunha uma via de oposição ao irracionalismo político, à violência e exasperação das condições sociais. Por meio do racionalismo crítico pretende resolver as questões pendentes buscando à lógica não das armas. Baseava- se no Expressionismo do Grupo de Novembro e intencionava um renascimento ideal no pós-guerra que pensava em reconstrução pacifica e não mais em guerra e destruição. Nesse contexto eleva-se a figura de Walter Gropius e da escola Bauhaus fundada por este e herdeira de várias experiências pedagógicas e artísticas ocorridas na Europa desde o século XIX (movimento inglês Arts & Crafts).

A Bauhaus foi uma experiência de escola democrática que visava à obra de arte total, o edifício no qual não existem quaisquer barreiras entre as artes estruturais e as artes decorativas e objetivava a compreensão das revoluções artísticas e movimentos de vanguarda para uma posterior transformação em método e didática. A Bauhaus também significou uma casa de construção no sentido amplo do termo ali se construíam desde utensílios destinados ao uso cotidiano até pensava-se na escala da cidade construía-se assim a sociedade visto que essa se constrói a partir da cidade. Argan afirma que tudo que se inclui no âmbito da comunicação visual é objeto de analise e estudo na escola, por conta de questões como o dinamismo o signo e significado das formas também eram bem pensadas e desenvolvidas na Bauhaus, assim como, o racionalismo metodológico e didático era inserido no contexto industrial buscando a produção em série e a padronização.

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